Cococi - Ensaio retrata espaço e cotidiano da cidade abandonada

Exposição entra em cartaz dia 10 de maio na Multigaleria

Sete moradores, ruínas e algumas poucas edificações compõem o cenário da ex-cidade de Cococi, no sertão cearense. A história inusitada deste lugar, o cotidiano dos poucos moradores que restam no local, suas formas de habitar, seus causos, seu imaginário são retratados na Exposição Cococi, de Rubens Venâncio e Fernando Jorge. Vinte e oito imagens compõem o ensaio, que ficará em cartaz por um mês, a partir das 19 horas do próximo dia 10, na Multigaleria, do Centro Dragão do Mar. O evento é gratuito.

Cococi - “coco pequeno” em tupi-guarani - já foi vila, distrito e cidade, até ser extinta na década de 1960. Posteriormente, voltou a ser distrito e é vinculada ao município de Parambu. Situada no sertão dos Inhamuns, a ex-cidade carrega relevante papel na história da colonização cearense. Foi sede de uma das maiores sesmarias do Estado, tendo importante papel no processo de povoamento do Interior.

Seu abandono ocorreu após disputas de grupos políticos rivais, denúncias de irregularidade fiscal, e desentendimentos entre a prefeitura local e o governo estadual.

Hoje, sete moradores divididos em duas famílias habitam esse quase-lugar e vivem da agricultura de subsistência. Da antiga cidade, restam uma igreja - construção do século XVIII -, um cemitério, a sede da prefeitura e o palacete da família fundadora da antiga cidade, os Feitosa. Além disso, restam as ruínas de várias edificações.

A exposição faz parte da Temporada de Arte Cearense, dentro dos editais culturais 2015/2016 do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. As fotos foram produzidas durante várias idas à Cococi, entre 2013 e 2015, quando os fotógrafos se hospedaram na casa dos habitantes locais.

A curadoria é de Ademar Assaoka. Eneida Feitosa, professora da Universidade Regional do Cariri (Urca) e ex-moradora de uma das duas casas mais antigas de Cococi, assina o texto da exposição.

Serviço
Exposição Cococi
Abertura: 10 de maio - 19h
Duração: de 10 de maio a 10 de junho 
De terça a sexta-feira, das 9h às 19h (com entrada até 18h30) e sábados, domingos e feriados, de 14h às 21h (com entrada até 20h30)
Onde: Multigaleria do Dragão do Mar (R. Dragão do Mar, 81. Térreo, em frente ao Cinema do Dragão-Fundação Joaquim Nabuco)

Os autores
Rubens Venâncio
É fotógrafo e professor do Curso de Artes Visuais da Urca, onde, além da realização de trabalhos fotográficos autorais, dedica-se à pesquisa em fotografia (sobre cotidiano, fotografia, memória e tecnologia), organiza exposições e outros projetos fotográficos. Atualmente, faz doutorado em Artes na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O fotógrafo participou de importantes exposições coletivas no Brasil. Sua fotografia de caráter documental e autoral vem percorrendo e explorando o Ceará por meio de vários ensaios desenvolvidos paralelamente, como: “Baixio”, que trata de algumas localidades rurais que estão sendo afetadas pela construção do Cinturão das Águas do Ceará (CAC); e o ensaio “Festejos de Antônio”, que desde 2013 vem discutindo a festa do Pau da Bandeira, no município de Barbalha, no Cariri. O trabalho do fotógrafo mostra um olhar inesperado, espontâneo e, ao mesmo tempo, construído. A forte presença da cor vem caracterizando seus últimos ensaios.

Fernando Jorge
Fotógrafo e professor de fotografia. Mestre em Comunicação e Artes na Universidade Nova de Lisboa, é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Leciona na Travessa da Imagem e na Casa Amarela Eusélio Oliveira, equipamento da UFC. Já expôs em mostras coletivas, como os Encontros de Agosto 2011 e 2012, deVERcidade 2007, XIV Unifor Plástica e a exposição Postais do Ceará. Fez parte do conselho curador dos Encontros de Agosto 2013, e foi curador do projeto "Afetos Urbanos". Seu trabalho “Memento Mori” foi contemplado com o Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia.

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