Governadores aceitam acordo
e estados terão carência de seis meses na dívida
Depois de três horas de reunião,
o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e representantes de 25 estados
chegaram a um acordo para refinanciar a dívida das unidades da Federação. Os
estados e o Distrito Federal terão carência de seis meses nas parcelas até
dezembro. A partir de janeiro, as prestações terão descontos, que serão
progressivamente reduzidos até julho de 2018.
Com o
acordo, os estados terão 100% de desconto nas parcelas de julho até dezembro. A
partir de janeiro, o desconto cai para dez pontos percentuais a cada dois
meses, até ser zerado em julho de 2018, quando os estados voltarão a pagar o
valor integral das prestações.
Os 11
estados que conseguiram liminares no Supremo Tribunal Federal para corrigir as
dívidas por juros simples (somados ao estoque da dívida) aceitaram desistir das
ações na Justiça e voltarão a pagar as parcelas corrigidas por juros compostos
(multiplicado ao estoque da dívida). O que os estados deixaram de pagar à União
nos quase três meses em que vigoraram as liminares será quitado em 24 vezes a
partir do próximo mês.
Simbologia
O acordo
foi fechado em reunião entre Meirelles, 18 governadores, quatro
vice-governadores e três secretários de Fazenda. O governador em exercício do
Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, saiu do encontro sem falar com a imprensa.
Na sexta-feira (17), o estado decretou situação de calamidade nas finanças.
“Nós
demos um passo muito importante para a retomada do desenvolvimento econômico.
Nós tínhamos que virar essa página. A proposta aceita pela equipe econômica
atende aos governadores. Isso significará um alívio para os estados, que
poderão usar esses recursos para o pagamento de servidores, para custeio da
máquina e até para novos investimentos”, afirmou o governador do Distrito
Federal, Rodrigo Rollemberg.
“Nós
tivemos ganhos parciais, mas o entendimento é uma simbologia no momento do
país. Ele equilibra as contas dos estados com contrapartidas que, no longo
prazo, permitem a correção dos limites das despesas. Nós adquirimos as
condições de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse o governador de
Santa Catarina, Raimundo Colombo.
Primeiro
estado a conseguir liminar que determinava a correção da dívida por juros
simples, Santa Catarina reivindicava ainda que a mudança do indexador da dívida
dos estados, que entrou em vigor este ano, retroagisse às parcelas pagas desde
a renegociação entre os estados e a União no fim do anos 1990.
Mais
cedo, o Ministério da Fazenda tinha feito outra proposta aos governadores, que
previa carência apenas por dois meses. As parcelas teriam desconto de 100% a
partir de julho e o abatimento cairia gradualmente a cada bimestre até baixar
para 40% em julho do ano que vem.
No
segundo semestre de 2017, o valor das prestações ficaria estável, mas voltaria
a subir em janeiro do ano seguinte, até o desconto ser zerado e os estados
voltarem a pagar o valor integral das parcelas em julho de 2018.
A
primeira proposta da equipe econômica foi apresentada pela secretária do
Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, aos governadores e aos demais
representantes dos estados em reunião na residência oficial do governador do
Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, na manhã de ontem.
Antes do
encontro no Ministério da Fazenda, o governador de Goiás, Marconi Perillo,
havia informado que os estados trabalhariam para conseguir carência de 24 meses
nas parcelas.
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