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Mais sujo do que pau de galinheiro

O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) virou alvo de nova ação por corrupção na Petrobras – desta vez, na Justiça Federal do Paraná. Cunha é acusado de improbidade administrativa pela força-tarefa da Lava Jato, que ingressou com uma ação civil pública ontem.
Os procuradores pedem, além de uma indenização de US$ 10 milhões, a suspensão dos direitos políticos do deputado por dez anos. Os procuradores afirmam que Cunha é um “beneficiário direto do esquema de corrupção instalado na diretoria Internacional da Petrobras”.
Segundo a força-tarefa, o parlamentar recebeu US$ 1,5 milhão para viabilizar a compra, pela Petrobras, de um bloco para exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011. O deputado tem afirmado, em sua defesa, que nunca recebeu “qualquer vantagem indevida de quem quer que seja”, e que tem convicção de que provará sua inocência.
Ele sustenta que o dinheiro em contas no exterior tem origem lícita, fruto de negócios que teria feito antes de entrar na vida pública -entre eles a venda de carne para o exterior e investimentos em ações.
Cassação
Na véspera da votação prevista pelo Conselho de Ética do relatório que pede a cassação de Cunha, aliados do peemedebista centraram articulações em três frentes para tentar livrá-lo da perda do mandato. A mais urgente prevê a aprovação de uma punição mais branda, a suspensão do mandato por três meses.
Hoje, há uma estreita maioria de 10 a 9 a favor de Cunha, mas o voto decisivo está nas mãos da deputada Tia Eron (PRB-BA). Nesta segunda (13), parlamentares apostavam suas fichas no cenário mais favorável, em que Tia Eron ceda às pressões de sua sigla e vote a favor do peemedebista. Com isso, Cunha se livra do parecer pela cassação por 11 votos a 9. O PRB tem um ministério no governo Temer. Nos bastidores, a avaliação é de que a ação do Planalto sobre a cúpula da sigla foi preponderante para mobilizar a pressão da legenda sobre ela.

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