Direito e Justiça
No
momento atual, sem querermos ser pessimistas, fatores como a
globalização perversa; a busca do poder pelo poder, não respeitando os
princípios éticos; o fundamentalismo religioso; o corporativismo
autoritário; o capitalismo selvagem; a corrupção; os estelionatos
eleitorais e administrativos, motivados por alguns mecanismos de
marketing e da falsa mídia, dentre outros elementos, estão conduzindo
nações ricas, emergentes e pobres para uma crise que abrange
aspectos morais, socioeconômicos, de desesperança, de
irresponsabilidade, de injustiça, de violência, etc. Se o avanço
científico e tecnológico, apoiado quase sempre num propósito egoísta,
para certos segmentos da humanidade proporcionou melhores condições
de vida, para outros não aconteceu o mesmo. Não somos contra o
progresso, todavia não concordamos quando, em consequência, ocorre uma
expansão no número de pessoas excluídas e oprimidas. Precisamos,
estrategicamente e sem preconceitos pensar o futuro. Não
obstante as diferenças culturais dos povos, existem características
básicas que devem ser comuns: a justiça; a perspectiva de mobilidade
social, implicando no conceito de
igualdade de oportunidades; a soberania popular, evidenciada por convicções democráticas e
não por forças autoritárias; como também a busca permanente da
paz. Por sua vez, acreditamos que o modelo do Estado Democrático de
Direito está esgotado. Segundo
Cícero: “Summum
jus - Summa injuria” (O supremo direito é a
suprema injustiça) – por exemplo, dentre vários, o foro privilegiado. É
chegada a hora de se colocar na agenda de debates a transformação do
Estado Democrático de Direito
em Estado Democrático de Justiça.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC-Ex Governador do Ceará e meu amigo.
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