Propina bancou bens de luxo de jornalista casada com Cunha, afirma Ministério Público
Redação Portal IMPRENSA
Investigações do Ministério Público Federal (MPF) concluíram que a jornalista Cláudia Cruz,
casada com o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB/RJ), ocultou dinheiro de propina recebida pelo político e omitiu
do Banco Central e da Receita Federal uma conta aberta por ela no
exterior, que usou para transformar dinheiro público em sapatos e roupas
de grife.
Crédito:Reprodução

MP afirma que jornalista transformou dinheiro público em sapatos e roupas de grife
De acordo com Agência Brasil, as
conclusões da investigação do MPF foram informadas na última
quinta-feira (9/6), pelos procuradores da República Diogo Castor de
Mattos e Deltan Dallagnol, durante uma coletiva de imprensa em Curitiba
(PR).
Cláudia virou ré no processo da
Operação Lava Jato após o juiz Sérgio Moro receber a denúncia oferecida
pelos procuradores contra a jornalista pelos crimes de lavagem de
dinheiro e evasão de divisas com dinheiro desviado da Petrobras.
O procurador Deltan Dallagnol afirmou
que a esposa de Cunha abriu uma conta no exterior e a utilizou para
esconder mais de US$ 1 milhão. Segundo o MPF, esse dinheiro é originado
de propina paga ao peemedebista pelo português Idalécio Oliveira para
convencer a Petrobras a comprar um campo de petróleo na África.
Dallagnol disse ainda que a jornalista
usava a conta para pagar despesas pessoais feitas no cartão de crédito.
"Outro tipo de lavagem foi a conversão desse dinheiro em bens de luxo.
Ou seja, dinheiro público foi convertido em sapatos e roupas de griffe”,
explicou.
O procurador Diogo Castor de Mattos
observou que a versão de Clúudia "era pouco crível", pois não convenceu
ao explicar a origem do dinheiro e fazia gastos incompatíveis com o
salário de Cunha. "O fato também dela ter omitido essas contas, não ter
apresentado nenhuma explicação plausível para a origem do dinheiro, uma
prova que seria fácil produzir se houvesse uma orgiem lícita desses
valores”, ponderou.
Eduardo Cunha destacou que colocar sua
mulher como re da Lava Jato é um "procedimento desmembrado" de um
inquérito contra ele que está no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Independentemente do aguardo do julgamento do STF, será oferecida a
defesa após a notificação, com a certeza de que os argumentos da defesa
serão acolhidos”, declarou, em nota.
O político ressaltou também que
Cláudia abriu contas no exterior "dentro das normas da legislação
brasileira, declaradas às autoridades competentes no momento
obrigatório, e a origem dos recursos nelas depositados em nada tem a ver
com quaisquer recursos ilícitos ou recebimento de vantagem indevida”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário