Manifestantes invadem a Câmara e pedem intervenção militar
Na tarde da última quarta-feira (16), manifestantes
invadiram o Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, pedindo
intervenção militar e gritando palavras de ordem como “Viva Sérgio
Moro”, “Queremos General” e "Nossa bandeira nunca será vermelha". O
grupo de direita, formado por cerca de cinquenta manifestantes,
proveniente de dez estados, não admitiu vínculo com nenhum partido ou
movimento. Denominam-se integrantes de um grupo chamado
Intervencionistas. Segundo os manifestantes, o protesto foi organizado
por redes sociais.
Uma das portas de acesso ao plenário da Câmara foi quebrada,
a bandeira do Brasil, que fica no plenário, foi retirada e jogada no
chão, a transmissão da TV Câmara foi interrompida, os cinegrafistas
foram retirados. Houve confronto com a Polícia Legislativa e informações
de que alguns manifestantes estavam armados.
Os manifestantes leram uma pauta de cerca de cinquenta
itens. Entre as reivindicações apresentadas, destacam-se o fim de
"supersalários" de servidores públicos e de aposentadorias com valores
elevados; a reforma do ensino, classificado como "carregado de
ideologia". Também se posicionaram contra as medidas do pacote de
combate à corrupção. Pediram mudança na atuação de deputados federais
que “estão implantando o comunismo no Brasil” e alegaram, como um dos
principais motivos para a invasão, “a luta contra o comunismo”.
Horas antes, a Assembleia Legislativa, no centro do Rio, foi
campo de batalha entre a Polícia Militar do Rio de Janeiro e
manifestantes, a maioria deles servidores públicos, no quinto dia de
protestos contra o pacote de medidas de austeridade do governo estadual
para tentar sanear as contas públicas deficitárias do estado. Depois de
mais de um ano de atraso nos salários e precariedade dos serviços
públicos, o pacote de medidas pede o aumento da alíquota previdenciária
de 11% a 14% e a suspensão de gratificações.
O batalhão de choque da Polícia Militar lançou uma chuva de
bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e jatos d´água contra os
manifestantes, que correram para se dispersar. O protesto chegou a ser
cercado pela tropa de choque e ao menos dois integrantes desta se
recusaram a prosseguir na ação repressora antes de se juntarem aos
manifestantes. Pelo menos um participante do protesto e um jornalista
ficaram feridos. Entre os manifestantes também haviam faixas pedindo
"intervenção militar já!"
A direita avança, as forças repressivas se fortalecem e a democracia perde espaço no Brasil.
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