O presidente nacional do PT, Rui Falcão, 73, diz que o partido não tem plano B para uma candidatura presidencial em 2018 que não seja a de Luiz Inácio Lula da Silva. "Quem pensa em plano B descarta o plano A", diz Falcão, que rejeita apoio a outro nome de esquerda, como Ciro Gomes (PDT). Falcão, que deixará o cargo em abril de 2017, defende Lula para o comando do PT. Em 2016, o PT viveu um dos piores momentos desde sua fundação, em 1980. Sofreu um impeachment que o apeou da Presidência, perdeu 61% das prefeituras que governava, viu dirigentes serem presos e o próprio Lula virar réu na Lava Jato. Falcão reconhece alguns erros, mas atribui a sucessão de infortúnios a um "processo de perseguição" ao partido – no qual o juiz Sergio Moro teria papel proeminente. Abaixo estão detalhes da entrevista dada por Rui Falcão publicada na Folha. | ||
A
frase: “Entre o Congresso e o governo
Dilma, o confronto foi por fins políticos. Entre o Judiciário e o Congresso, o
confronto é de poder sobre as instituições. Nisso, como está e para onde vai o
desaparecido Poder Executivo, o governo Temer?” Jânio de Freitas,
jornalista.
2016 foi
o pior ano da história do PT? (Nota da foto)
Rui
Falcão - Nós
fomos vítimas de um processo de perseguição. Tivemos a prisão ou condução
coercitiva de dois ex-ministros [Antônio Palocci e Guido Mantega, a prisão de um ex-tesoureiro [Paulo Ferreira ] e a transformação do Lula em réu. Tudo isso,
além das dificuldades que as prefeituras no país tiveram, contribuiu para uma
derrota eleitoral muito grande.
E os
erros? Às vezes, parece que nos balanços a autocrítica fica em segundo plano.
Temos sido atacados mais pelas nossas virtudes que pelos nossos erros. Temos um legado de transformações do país, de ascensão de 40 milhões de pessoas. O Brasil saiu do mapa da fome, passou a ser respeitado internacionalmente. O principal erro é nós termos esquecido que toda vez que há um grande avanço das forças populares, as classes dominantes querem deter isso. A democracia radicalizada é disfuncional para o capitalismo. Outro erro é que, para chegar ao governo, tivemos de recorrer ao financiamento empresarial, que era a regra do jogo.
Temos sido atacados mais pelas nossas virtudes que pelos nossos erros. Temos um legado de transformações do país, de ascensão de 40 milhões de pessoas. O Brasil saiu do mapa da fome, passou a ser respeitado internacionalmente. O principal erro é nós termos esquecido que toda vez que há um grande avanço das forças populares, as classes dominantes querem deter isso. A democracia radicalizada é disfuncional para o capitalismo. Outro erro é que, para chegar ao governo, tivemos de recorrer ao financiamento empresarial, que era a regra do jogo.
Quem
errou no partido?
São
pessoas que estão sendo julgadas. Não vou fazer juízo de valor, porque isso
pode prejudicar o direito de defesa.
Palocci,
por exemplo?
Palocci
está sendo acusado e não há nenhum condenação em relação a ele.
José
Dirceu?
Até que
seja julgado em última instância, é inocente.
E há o
peso do desastre econômico, não?
Há uma
ideia de que o país quebrou por conta do gasto que o nosso governo promoveu. O
que cresceu efetivamente nos governos Lula e Dilma e particularmente em 2015?
Os benefícios sociais. Aumento de salário mínimo, benefício para os idosos,
Previdência rural.
Essa
política provocou a maior recessão da história.
[Irônico]
Recessão que ia ser contida com a deposição dela [Dilma] e que só tem
aumentado, ameaçando levar o país hoje a uma depressão.
O sr.
defende Lula candidato a presidente em 2018?
É uma
exigência nacional, não só do PT, mas daqueles que veem nele um líder.
Existe a
possibilidade concreta de ele estar inelegível.
Essa
presunção de culpa é um dos motivos de tentarem deter a candidatura dele.
Qual é o
plano B?
Não tem.
Só trabalhamos com plano A. Quem pensa em plano B descarta o plano A.
Defendo
que nosso candidato em 2018 seja Luiz Inácio Lula da Silva. Não significa que a
gente não tenha diálogo com outros partidos.
O PT não
vai deixar de ter candidato a presidente, então?
Na minha
opinião, não.
O governo
Temer chega ao fim?
Eu acho
que ele deveria renunciar imediatamente.
Definido
O Hospital Regional do Sertão Central, em
Quixeramobim, deverá iniciar as suas atividades até a próxima sexta-feira, dia
9 de dezembro.
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