VI Festival de Jericoacoara Ci nema Digital começa nesta quarta, 7/6, reunindo cineastas de 13 estados e homenageando os 50 anos de "Terra em Transe"
O VI Festival de Jericoacoara Cinema Digital começa nesta quarta-feira, 7 de junho, seguindo até o dia 13, com entrada franca em toda a programação e
reunindo em sua mostra competitiva 30 curtas-metragens de realizadores
de 13 estados brasileiros. Além de seguir com a proposta de revelar o
melhor do novo cinema brasileiro, abrindo espaço a cineastas
independentes, a edição deste ano será marcada por uma homenagem a um
dos maiores clássicos do cinema brasileiro em todos os tempos: o filme
"Terra em Transe", de Glauber Rocha, produção que completa 50 anos.
O
destaque a "Terra em Transe", filme que causou polêmica em todo o País,
inclusive no Ceará, quando de seu lançamento em 1967, mas que segue
sendo aclamado internacionalmente como uma das obras-primas do cinema
nos anos 60, será um dos atrativos para o público do festival, que
promove uma mostra diária de filmes em pleno cenário paradisíaco, de uma
das praias mais belas do País, comentada e desejada por turistas de
todo o mundo. A participação da comunidade de Jeri é outra
característica do festival, com entrada franca em toda a programação e
forte presença dos moradores nas noites de exibição de filmes.
"Em
Jericoacoara teremos dois dias de debate sobre o 'Terra em Transe',
reforçando nossa proposta de apontar para as novidades do audiovisual
brasileiro, com a mostra competitiva de curtas-metragens, mas também de
levar ao público mais jovem conhecimento e discussão sobre grandes obras
da história do nosso cinema", destacou Francis Vale. "'Terra em Transe'
tem metáforas, alegorias e leituras extremamente atuais, ainda mais em
tempos de crise como os que vivemos no Brasil de hoje", acrescentou.
Seis vezes Jeri
“Chegando à sexta edição, o Festival de Jericoacoara Cin ema
Digital prossegue consolidando cada vez mais sua dimensão nacional,
buscando reunir os novos realizadores do cinema brasileiro, que estão em
todas as regiões, fazendo seus trabalhos, mesmo enfrentando, muitas
vezes, dificuldades para divulgação, repercussão, visibilidade”, afirmou
Francis Vale.
“Na contramão dessa realidade, o Festival de Jericoacoara Cin ema
Digital existe justamente para para dar mais destaque a novos nomes do
cinema brasileiro, provando que passamos de um eixo geográfico de
produção para novos e múltiplos polos, espalhados pelo País”, acrescenta
o diretor do festival.
“O festival contribui
para mostrar o pluralismo, essa riqueza de origens, temas e formas dos
filmes, os realizadores de várias gerações que fazem o novo cinema
brasileiro acontecer de um modo muito forte, pulsante”, complementa
Francis, que também enfatiza a relação do festival com a comunidade de
Jeri como um grande diferencial.
Cineastas de 13 estados
O VI Festival de Jericoacoara Ci nema
Digital contará, na Mostra Competitiva de Curtas, com a exibição de 30
filmes, de realizadores de 13 estados, selecionados entre nada menos que
237 inscritos. Participam do festival filmes de até 20 minutos, sobre
quaisquer temas, nos gêneros documentário, ficção, animação e
experimental.
Neste
ano, chamou atenção da comissão de seleção o grande número de
documentários inscritos, refletindo-se também na lista dos selecionados.
"Um total de 15 filmes, metade dos selecionados, são documentários, o
que demonstra a atenção que o gênero vem recebendo por realizadores de
todo o País", destaca o diretor do festival, cineasta e escritor
cearense Francis Vale, que celebra a nova edição do festival, apontando
que mais uma vez o evento prestará homenagens a grandes nomes do
audiovisual do Ceará e do Brasil, com destaque para a história do cinema
e para a cena independente.
Convivência e debate
Para
assegurar, na prática, a democratização da participação no evento, a
produção do festival garante as despesas de transporte terrestre entre
Fortaleza e Jericoacoara, alimentação e hospedagem, ao longo de todo o período, para um representante de cada um dos filmes selecionados.
“Mais
do que apenas exibir os filmes, o festival se diferencia por
proporcionar que os realizadores e o público possam conviver em Jericoacoara,
ao longo de uma semana, debatendo cinema e permanecendo em contato
direito com o público e a comunidade”, reforça Francis Vale. “Muitas
vezes novas produções nascem desse encontro”.
Ao
longo do festival, os filmes serão apreciados por um júri composto por
nomes de destaque no audiovisual. Receberão o Troféu Pedra Furada as
obras escolhidas pelo júri como as melhores em cada categoria: ficção,
documentário, animação e experimental. Também receberá o troféu a melhor
produção dos estados Ceará, Piauí e Maranhão, em homenagem à chamada
“Rota das Emoções”, que se inicia em Jericoacoara-CE, passa pelo Delta do Parnaíba-PI e se estende até os Lençóis Maranhenses.
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