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O crime anda a jato

Líder do PCC, Gegê, é executado em Aquiraz

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, foragidos da Justiça de São Paulo, e até então considerados as principais vozes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) fora dos presídios, foram assassinados a tiros em uma suposta emboscada numa região indígena localizada no Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza.
De acordo com o Ministério Público (MP), atualmente, Gegê do Mangue era o número um na escala da chefia do PCC, acima de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, recluso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a 600 km da capital paulista, onde está a cúpula da facção. “Gegê era o número 1 dentro e fora dos presídios. Marcola e Paca são lideranças da facção”, afirmou um promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ao portal UOL.
“Esses dois homens foram mortos em uma área de reserva indígena em Aquiraz. Os moradores relatam que uma aeronave foi usada na ação criminosa. Um helicóptero teria efetuado voos em baixa atitude e os ocupantes efetuados disparos. O fato se deu na última quinta-feira. Os corpos foram encontrados nesse fim de semana”, explicou um promotor, que atua em Presidente Venceslau e que pede para não ser identificado.

Motivações
Os corpos foram encontrados perto de uma lagoa na região de Canindé, município a 118 km da capital cearense, por um rapaz que estava colhendo frutas. O local é de mata fechada, sem acesso via estrada. O homem chamou a polícia, que recolheu os corpos e iniciou o trabalho de perícia. Próximo aos corpos, havia várias cápsulas de pistolas 9 mm. Polícia e MP trabalham com a hipótese de que eles foram vítimas de uma emboscada feita por integrantes de alguma facção rival, levando em conta a atual disputa entre o PCC e facções locais por pontos de venda de drogas no Ceará.

Outra hipótese levantada que também está sendo investigada é de que os dois teriam participação na morte do ex-integrante da cúpula do PCC, Edilson Borges Nogueira, o “Birosca”, aliado de Marcola. Por terem tomado a decisão de matá-lo sem consultar a cúpula, teriam sido sentenciados pelos criminosos à morte. No entanto, as investigações ainda estão no início, afirma a Promotoria. Assim, a dupla teria virado alvo do comando do coletivo, inclusive, poderiam ter sido levados de helicóptero até o local da execução.
Até então, a principal suspeita era de que os dois criminosos estivessem atuando pelo PCC no Paraguai e na Bolívia, coordenando importações e exportações de drogas e armas para o Brasil, além de participar de assaltos a bancos.
Perigosos
Considerados pela Polícia Civil de São Paulo como dois dos criminosos mais procurados e perigosos do Estado, nem Gegê nem Paca estavam na lista do programa de recompensas, que prevê pagamento de dinheiro em troca de informações que levem a prisões de suspeitos ou criminosos. Segundo o advogado dos dois criminosos, que pede para não ser identificado, pelas imagens que chegaram aos familiares, são eles os mortos. As mulheres deles já estão no Ceará para fazer o reconhecimento dos corpos.

Prisão
Gegê do Mangue estava preso havia cerca de dez anos. Em 2 de fevereiro de 2017, ele foi solto por um habeas corpus expedido pelo juiz Deyvison Heberth dos Reis, da Vara de Execuções de Presidente Prudente, 18 dias antes de ser julgado por um duplo homicídio. Dezenove dias depois da soltura, ele teve a prisão preventiva decretada novamente, por pressão do MP, mas nunca foi localizado.

A Promotoria diz que, atualmente, ele estava acima de Marcola na hierarquia da facção criminosa. A suspeita é de que ele estivesse controlando o PCC do Paraguai. A Polícia Federal chegou a investigar essa hipótese, mas nunca apresentou um resultado. Na ficha criminal de Gegê, havia passagens por homicídios, roubos e tráfico de drogas.
Já Paca foi beneficiado com a saída temporária na Páscoa de 2011 e nunca voltou para a prisão. O criminoso era apontado como parte da “Sintonia Final Geral”, a cúpula máxima do PCC. Em 2013 e 2014, havia indícios de que Paca estaria no Paraguai, junto a Gegê, com a tarefa de negociar armas e drogas para a facção.

Do jornal OEstado Ce

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