Opinião

12,7 milhões de brasileiros sem trabalho, mas Temer só pensa em tropas


O desemprego cresceu no trimestre encerrado em janeiro, atingindo agora 12,7 milhões de brasileiros, que acordam todos os dias sem trabalho, segundo o IBGE, mas a prioridade do governo Temer agora é a segurança pública. Segurança de quem?
Nunca se viu tantos militares fardados em cerimonias oficiais como agora e não aparece ninguém no Palácio do Planalto com soluções para o maior problema do país: em vez de diminuir, o desemprego voltou a subir com o fim dos contratos temporários no começo do ano.
Onde ficaram os milhões de novos empregos anunciados pela dupla Temer-Meirelles no oba-oba dos pronunciamentos triunfalistas no final do ano?
A taxa de desemprego está em 12,2% da população economicamente ativa, um aumento de 0,4%, após atingir 11,8% no trimestre anterior.
Maior do que o número de desempregados é o de subocupados, que já passa de 20 milhões, sobrevivendo de bicos e trabalhos intermitentes ou vendendo doces e salgados nas ruas.
Será que ninguém da equipe econômica ou da cozinha do Planalto até agora se perguntou qual a ligação direta entre os dramas do desemprego e os da insegurança pública que assolam grande parte da população brasileira?
Onde estão as lideranças sindicais de empregados e empregadores que continuam em obsequioso silêncio diante desta realidade, com o assalto aos direitos trabalhistas e aos empregos regulares com carteira assinada?
Alguém acredita que colocar mais tropas nas ruas vai melhorar a vida destas legiões de desempregados que perambulam pelas ruas das grandes cidades em busca de trabalho?
Na cerimonia de posse no novo Ministério da Segurança Pública, o presidente Temer anunciou que a intervenção militar pode ser levada também para outros estados, mas não disse nenhuma palavra sobre como pretende combater o desemprego.
Só se o plano secreto do governo é contratar estes desempegados para engrossar as tropas policiais e militares para atender às demandas dos governadores dos estados que têm índices de criminalidade maiores do que os do Rio de Janeiro.
A seguir nesta marcha batida, em breve teremos mais fardados do que civis nas ruas para garantir a segurança da população.
Que segurança? O que pode dar mais segurança a um cidadão decente do que o direito ao trabalho para garantir o sustento da sua família?
Mais perdidos do que cego em tiroteio, os pré-candidatos presidenciais também não tocam nesse assunto de desemprego, muito menos apresentam soluções para ao menos amenizar o problema com medidas de emergência.
Tudo agora é só uma questão de segurança, um quer ser mais valente do que o outro no combate à criminalidade, e o incendiário Jair Bolsonaro não para de subir nas pesquisas.
É esse o país que queremos para nossos filhos e netos, transformar o Brasil num grande bangue-bangue?
Tenho às vezes a impressão de que estamos brincando com fogo à beira de um vulcão.
Vida que segue.

Nenhum comentário:

Postar um comentário