Lula da Silva diz à "Folha de São Paulo" que não se vai entregar em Curitiba
EPA/ANTONIO LACERDA
O
juiz Sérgio Moro ordenou que o ex-presidente se apresentasse hoje à
Polícia Federal. Lula da Silva diz estar "tranquilo" e bem-disposto"
O antigo presidente do Brasil, Lula da Silva, disse hoje ao jornal Folha de São Paulo
que não se vai entregar à Polícia Federal, em Curitiba, como determinou
o juiz Sérgio Moro. A revelação foi feita em conversa telefónica com o
jornal brasileiro.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo,
"Lula da Silva passou a noite no Sindicato dos Metalúrgicos de São
Bernardo do Campo, em São Paulo, na companhia dos filhos, amigos e
dirigentes do partido, e pretende ficar lá durante o dia". Na conversa
telefónica, o ex-presidente do Brasil disse estar "tranquilo" e
"bem-disposto".
A dúvida agora é se Lula se vai apresentar em São Paulo ou espera que a polícia o vá prender na sede do sindicato.
Segundo
o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também citado pelo
jornal, "uma viagem do ex-presidente a Curitiba teria dificuldades de
logística e de segurança, especialmente depois da decisão de Moro de
bloquear as contas" de Lula.
O
antigo presidente está também a aguardar o resultado de um novo pedido
de 'habeas corpus' feito pela defesa, desta vez dirigido ao Superior
Tribunal de Justiça.
Ao
contrário do que foi avançado pela imprensa brasileira, o ministro Félix
Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não negou o habeas corpus apresentado na manhã desta sexta-feira pela defesa de Lula da Silva, segundo informou ao jornal O Globo Sepúlveda
Pertence, um dos advogados do ex-Presidente do Brasil. O pedido de
habeas corpus que foi negado tinha sido apresentado por um cidadão
comum.
A assessoria do STJ publicou um tweet onde nega que o pedido da defesa de Lula tenha sido negado, adiantando que a decisão ainda não foi tomada.
Os
advogados de Lula da Silva revelaram, esta sexta-feira, que
interpuseram uma providência cautelar na Comissão das Nações Unidas para
os Direitos Humanos com um pedido para que o Governo brasileiro impeça a
prisão de Lula até se esgotarem todos os recursos jurídicos.
"A
decisão por uma estreita margem, tomada na quarta-feira, 4 de abril,
pelo Supremo Tribunal Federal, demonstra a necessidade de um tribunal
independente examinar se a presunção de inocência foi violada no caso de
Lula, como também as alegações sobre as condutas tendenciosas do juiz
Sérgio Moro e dos desembargadores contra o ex-presidente", diz a nota
dos advogados de defesa.
"O
pedido de Medida Cautelar foi apresentado pelos advogados do
ex-Presidente Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin
Martins, em conjunto com o advogado britânico Geoffrey Robertson QC,
especialista em direitos humanos", lê-se no mesmo documento.
Os advogados tinham feito entrar, durante esta noite, um novo pedido de habeas corpus para
evitar que Lula fosse preso. A defesa do ex-presidente entrou com o
pedido no Superior Tribunal de Justiça com o argumento de que ainda
existem recursos a serem apresentados junto do Tribunal Regional Federal
da 4ª Região (TRF-4).
O juiz
Sérgio Moro determinou esta quinta-feira que o ex-Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva se entregue à Polícia Federal brasileira até às 17:00 de
Brasília desta sexta-feira (21:00 em Portugal).
Lula da Silva está "tranquilo" e "bem-disposto"
O
antigo presidente do Brasil, Lula da Silva, disse hoje ao jornal Folha
de São Paulo que não se vai entregar à Polícia Federal, em Curitiba,
como determinou o juiz Sérgio Moro. A revelação foi feita em conversa
telefónica com o jornal brasileiro.
De
acordo com o jornal Folha de São Paulo, "Lula da Silva passou a noite
no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em São Paulo, na
companhia dos filhos, amigos e dirigentes do partido, e pretende ficar
lá durante o dia". Na conversa telefónica, o ex-presidente do Brasil
disse estar "tranquilo" e "bem-disposto".
O
juiz vedou a utilização de algemas e a Polícia Federal já tem uma cela à
espera do ex-presidente. Lula irá ficar separado dos restantes presos,
"sem risco para a integridade moral ou física", lê-se no jornal O Globo.
Recorde-se que Lula foi condenado em duas instâncias judiciais.
A
prisão do ex-chefe de Estado está relacionada com um dos processos da
Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula foi
condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da
construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera
estatal Petrobras.
A execução
provisória da pena não deverá impedir juridicamente a candidatura
presidencial de Lula da Silva, à frente nas sondagens para as eleições
de outubro.
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