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Ferro na boneca

A CONTA DO DIESEL RECAIRÁ SOBRE OS MAIS POBRES
A conta do subsídio ao diesel, de R$ 0,46 por litro, monta nas contas do governo a R$ 13,5 bilhões. No início das negociações com os caminhoneiros, Temer editou medidas provisórias cortando a CIDE e reduzindo o PIS/Cofins sobre o diesel. Com isso, abriu mão de uma arrecadação de R$ 4 bilhões. Logo antes do feriado, Temer editou mais MPs e decretos cortando e reordenando o orçamento federal para liberar os R$ 9 bilhões faltantes. A lista de cortes focou dois grupos: projetos sociais e subsídios às exportações. Como o orçamento dos projetos sociais já havia sido cortado e comprimido pela ‘ekipekonômica’ de Meirelles, Temer já pode adotar o lema “tudo, menos o social”. Importante lembrar que esta conta será bancada pelo Tesouro Nacional, ou seja, rateada entre todos os brasileiros. Na estrutura regressiva de muitos dos impostos, isto significa que as camadas menos favorecidas acabarão pagando proporcionalmente mais, acirrando a pornográfica desigualdade existente no país.
Vale comentar um detalhe da conta dos R$ 13,5 bilhões: se a demanda pelo diesel seguir na mesma tendência do começo do ano, este total dá para chegar ao final do ano. Mas, com o preço mais baixo, é possível que a demanda aumente, o que compensaria a queda na demanda prevista no PIB, ou seja, na atividade econômica. Assim, Temer obrigará o futuro presidente a, no momento seguinte à cerimônia de posse, sentar com os caminhoneiros para negociar outra vez.

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