Projeto da UFC para criação de fitoterápico à base de copaíba é contemplado em edital do CNPq
A
Universidade Federal do Ceará foi uma das seis instituições do País
aprovadas em edital de inovação em produtos fitoterápicos, lançado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Coordenado
pelo Prof. Edilberto Rocha Silveira, do Departamento de Química
Orgânica e Inorgânica da UFC, o projeto aprovado visa desenvolver um
fitoterápico de baixo custo à base de óleo de copaíba, espécie
vegetal que apresenta ação anti-inflamatória e cicatrizante, típica das
florestas amazônica e mata atlântica, mas também encontrada no Ceará.
A proposta é desenvolver um produto para utilização em lesões cutâneas,
como as escaras, problema recorrente, principalmente, em pacientes com
dificuldade de mobilidade física ou idosos de baixa renda, usuários do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Outro problema
comum no Brasil, detectado sobretudo em pacientes do SUS, são as lesões
cutâneas ocasionadas pela desidratação da pele, muito frequentes em
pessoas idosas, e os consequentes ferimentos causados pelo hábito de
coçar. Somam-se a isso outros tipos de lesões, provocadas por
queimaduras, por exemplo.
O projeto aprovado pelo CNPq, que já está em andamento, receberá financiamento
do órgão e terá duração de três anos. Na UFC, o trabalho integrado e
multidisciplinar envolve o Laboratório de Fitoquímica de Plantas
Medicinais (LAFIPLAM) e o Laboratório de Polímeros e Inovação de
Materiais de Química, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica; o
Setor de Produção de Medicamentos e Cosméticos do Departamento de
Farmácia; e o Departamento de Farmacologia.
O
estudo envolve, ainda, pesquisadores do Laboratório Multiusuário de
Química de Produtos Naturais da EMBRAPA e do Departamento de
Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco.
SOBRE A COPAÍBA – Existem mais de 70 espécies de Copaifera
no mundo, mas o Brasil, com 26 espécies e 8 variedades, é o país que
possui a maior diversidade. Embora seja um gênero extensivamente
estudado, ainda existem dificuldades na identificação de algumas
espécies. A Copaifera langsdorffii é a mais abundante, a mais dispersa e a mais estudada, do ponto de vista fitoquímico e farmacológico, das espécies de Copaifera brasileiras.
O óleo-resina de espécimes de Copaifera langsdorffii,
encontradas principalmente nas chapadas da Ibiapaba (norte) e do Cariri
(sul), já foi objeto de vários estudos por grupos de pesquisa da UFC,
que comprovaram sua atividade cicatrizante e anti-inflamatória.
O projeto aprovado pelo CNPq visa à produção de um produto tradicional fitoterápico simples
(cujo princípio ativo provém de uma única espécie vegetal), à base de
óleo-resina de copaíba. Serão realizadas a caracterização do perfil
químico do óleo, a padronização da matéria-prima, a descoberta da
concentração ideal de droga vegetal, a preparação de cremes e a execução
de testes pré-clínicos.
O sucesso do projeto
acarretará benefícios sociais e, principalmente, de saúde pública,
através da produção de um fitomedicamento acessível à população de baixa
renda, para aplicação em hospitais e postos de saúde do SUS.
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