Os gritos de Congonhas MG

Foto de Macário Batista

CSN planeja desativar barragem de área urbana de Congonhas, em Minas

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) planeja encerrar a disposição de rejeitos na barragem Casa de Pedra, em Congonhas (MG), até o fim do ano. A desativação da barragem de mineração, apontada como uma das maiores do mundo localizada em área urbana, será feita gradualmente, após a entrada em vigor da segunda fase do projeto de processamento industrial, que permite a recuperação de parte do minério de ferro presente nos rejeitos.
A mineradora já consegue “secar”, ou seja, extrair a água e recuperar parte do minério de ferro, de quase metade dos rejeitos atualmente produzidos no complexo Casa de Pedra. Com a conclusão da segunda etapa do projeto, já em fase de testes, quase 100% do material hoje descartado passará a ser submetido ao processo de filtragem e separação magnética. Toda a água retirada do material antes descartado poderá ser reutilizada nos processos produtivos. Já os resíduos sólidos passarão a ser empilhados em outro local.
Milhões de toneladas de rejeitos hoje armazenados a algumas centenas de metros de bairros residenciais de Congonhas também deverão ser submetidos ao tratamento antes de receberem outra destinação. Com capacidade para armazenar quase 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos, a barragem de Casa Grande está perto de atingir sua capacidade máxima.
Segundo a empresa, o material não é tóxico. O que não diminui o medo que moradores e trabalhadores da área sob sua influência da mineradora têm de que uma tragédia ainda maior que as de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, na semana passada, se repita. Em 2017, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apontou o risco da barragem se romper, atingindo bairros residenciais. Procurada, a empresa ainda não detalhou seus planos, o que promete fazer em breve.

Prefeitura
A prefeitura de Congonhas informou que, diante do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), na última sexta-feira (25), a Secretaria municipal de Meio Ambiente “passará a adotar ações mais enérgicas para avaliar a segurança e a estabilidade das barragens no município”.
Em nota, a secretaria revelou que estuda encaminhar para aprovação da Câmara Municipal um projeto de lei prevendo a proibição de alteamento de barragens na área urbana do município.

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