Bom dia


No ano passado, a então presidente do Ibama, Suely Araújo, comemorou o início do processo de conversão de multas ambientais para um fundo dedicado a macroprogramas governamentais. As empresas que optassem pelo fundo ganhavam um desconto substancial no valor da multa, como foi o caso da Petrobrás e de outras grandes. Para o emprego dos recursos, o Ibama desenhou um programa de recuperação da vegetação nativa da bacia do São Francisco visando a revitalização do rio. Mas o ministro do meio ambiente, Rodrigo Salles, suspendeu estes processos, o que, na prática, fechou a porta para a conversão de multas. Agora as empresas autuadas ganharão um desconto, menor, se pagarem diretamente por projetos por elas escolhidos. Com isso, os recursos foram dispersados, perdeu-se eficiência e aumentou a possibilidade de fraudes e outras clássicas enganações. O crime (ambiental), mais uma vez, voltou a compensar.
Salles também baixou uma ordem para que ninguém do Ibama preste informações à imprensa. Agora, todos os pedidos de informação devem ser dirigidos diretamente ao ministério. Em caso de denúncias ou outros constrangimentos, a Lei de Acesso à Informação garante ao ministério pelo menos um mês de silêncio total. De modo que o governo vai ficando transparente em seu autoritarismo.

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