Eduardo Bolsonaro diz que brasileiros ilegais no exterior são "vergonha"
Eduardo
Bolsonaro ganha boné escrito "Make Brasil great again", em referência a
slogan de Trump, de Gerald Brant, um dos articuladores políticos
informais de Jair Bolsonaro nos EUA Imagem: Luciana Amaral/UOL
Luciana Amaral
Do UOL, em Washington
17/03/2019 01h18
O
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair
Bolsonaro (PSL), afirmou ontem em Washington D.C. que os brasileiros que
vivem ilegalmente nos Estados Unidos são uma "vergonha" para o Brasil. "Um
brasileiro ilegalmente fora do país é problema do Brasil. Isso é
vergonha nossa, pra gente. Um brasileiro que vai para o exterior e
comete qualquer tipo de delito...eu me sinto envergonhado", declarou.
Ele então citou o caso dos brasileiros que foram presos e mortos na Indonésia em 2015, após serem condenados por tráfico de drogas. "Eu
fiquei com vergonha, poxa. Até porque, além de tudo, colocou droga
dentro da prancha de surfe. Outro botou droga dentro de asa-delta. A
gente não tem que ver com orgulho, não. Tem que ver com vergonha",
falou. Na visita oficial que fará aos Estados Unidos, Jair
Bolsonaro assinará ato que isentará de visto cidadãos estadunidenses,
japoneses, australianos e canadenses para entrar no Brasil. Questionado
se não faltará reciprocidade, Eduardo disse que a entrada de
brasileiros no programa Global Entry --totens automáticos no lugar da
fila da imigração em aeroportos norte-americanos para cidadãos sem
antecedentes criminais-- está quase acertada e depende mais de
burocracias do governo federal. Em seguida, perguntou quantos estadunidenses moram ilegalmente no Brasil em comparação com a situação contrária. "Será
que eu tô falando algum absurdo em dizer que, sem a necessidade de
visto [de turista], várias pessoas entrariam nos Estados Unidos de
maneira ilegal e ilegalmente permaneceriam lá? Eu acredito que não",
concluiu.
Olavo de Carvalho critica comunicação do governo
Eduardo
esteve presente na sessão do documentário "O Jardim das Aflições",
sobre a vida e filosofia do escritor Olavo de Carvalho, considerado um
dos "gurus" do governo Bolsonaro.
O escritor Olavo de Carvalho fala após exibição do filme "O Jardim das Aflições" para convidados em hotel em Washington Imagem: Luciana Amaral/UOLO
evento serviu como um aquecimento ao jantar para convidados
conservadores a ser realizado amanhã na Blair House com o presidente.
Bolsonaro chega amanhã à cidade para, entre outros compromissos, se
encontrar com Trump na terça-feira (19). Segundo Eduardo Bolsonaro contou ao UOL,
ele chegou mais cedo a Washington especialmente para participar da
reunião, que depois contou com jantar em sala reservada a convidados no
principal restaurante do hotel de Trump. Em conversa com a
reportagem, Olavo de Carvalho expressou opiniões parecidas com as de
Eduardo sobre a falta de reciprocidade na isenção de vistos: "Eles vão
lá para ser prostitutas, leões de chácara? Vão lá para isso?
Distribuidor de droga? Não. Mas alguma reciprocidade tem de ter, alguma é
obrigatória. Eu acho que deve ter, mas isso é o máximo que posso
dizer", disse. O escritor voltou a dizer que o presidente está
cercado de traidores e citou o episódio do MEC (Ministério da Educação)
em que pediu para que seus ex-alunos saíssem de cargos da atual
administração. Olavo afirmou ter conversado somente duas vezes com o
ministro da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez. A segunda, conta, para
mandar ele "tomar no c*". A reportagem pediu que Olavo falasse, a
seu ver, qual o maior acerto e o maior erro nos três primeiros meses do
governo Bolsonaro. Inicialmente, disse não ser capaz de responder.
Depois, revelou sua opinião de falha: a comunicação. "A comunicação do
governo com o povo está péssima. Isso eu acho. Simplesmente não se
comunica. Do Planalto para o povo."
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