O buraco pode ser maior que o Brasil


Ontem, a Folha e o Valor publicaram editoriais assemelhados sobre o desmonte do ministério do meio ambiente e o estilo da administração do ministro da pasta e, também, do presidente. A Folha lembrou que o passado ruralista de Salles pesou mais na sua indicação do que a curta estadia na secretaria do meio ambiente de Geraldo Alckmin, e alertou: “Presidente e ministro procedem de forma errática e emocional, com frequência no sentido de minar a autoridade de quem está na linha de frente da defesa do ambiente. Não será surpresa se aqueles que atuam à margem da lei nos rincões do país se sentirem com isso incentivados a retomar atentados contra veículos e repartições federais, colocando em risco a incolumidade de agentes do Estado.” O Valor destacou a série de retrocessos na agenda ambiental promovida por quem, em tese, deveria fazê-la avançar. Criticou a postura de Salles e Bolsonaro, que querem jogar o pêndulo para o lado da desregulamentação e do enfraquecimento da fiscalização. Para o jornal, “corrigir exageros e aperfeiçoar instrumentos é muito diferente de dar sinal verde à destruição ambiental (...) Falta equilíbrio e bom senso ao governo na questão ambiental.”
Em tempo 1: Ana Carolina Amaral, na Folha, faz seu balanço dos 100 dias de Salles à frente do ministério listando os desmontes, retrocessos e a falta de clareza em relação à política climática.
Em tempo 2: Clóvis Rossi cravou na Folha uma frase para guardar: “Não sei quem foi que disse que o Brasil é maior que o abismo e, portanto, não pode cair nele. Sei, não. O país está se apequenando tanto que vai acabar cabendo, sim, mais cedo que tarde.”

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