Eleição de Bolsonaro é prova da influência da onda evangélica no mundo, escreve Libération

Na resenha da imprensa
francesa deste fim de semana destaque para uma reportagem especial do
Libération sobre os evangélicos no mundo: “Quando a fé faz a lei.” O
jornal progressista faz um panorama da situação de Washington a Seul,
passando por Brasília, onde o forte lobby dos evangélicos cresceu muito
nos últimos anos e funciona.
O jornal progressista usa como
exemplo a severa lei sobre o aborto, adotada nesta semana no Alabama,
para falar da influência "preocupante" dessas "igrejas conservadoras" em
vários países do mundo. “Deus como o grande guia da política” é o
grande sonho dos evangélicos, principalmente os mais conservadores. E em
alguns países este sonho está virando realidade, constata o jornal.
Nos Estados Unidos, a presidência de Trump é uma época abençoada para os lobistas da bíblia. Vários conselheiros do presidente americano são adeptos da "revolução teoconservadora". O mais famoso deles, é o vice-presidente Mike Pence, um ex-católico que se converteu na juventude ao protestantismo.
Libération diz que a era Trump revela um certo paradoxo. Nunca os hábitos de um presidente, divorciado duas vezes e que frequenta a igreja mais por oportunismo do que por fé, se afastou tanto dos valores cristãos conservadores. Mas ao mesmo tempo, nunca a influência da direita religiosa foi tão marcante nos pais.
Movimento pentecostal faz Igreja Católica vacilar
A corrente protestante mais ofensiva é a pentecostal, a renovação evangélica que surgiu em 1906 na Califórnia. O movimento pentecostal vive uma expansão mundial que faz vacilar a Igreja Católica em seus redutos tradicionais, como na América Latina onde ele é um fenômeno, informa a reportagem.
Mesmo se os Estados Unidos são o navio-almirante, países como o Brasil se transformaram em potências missionarias, suplantando há cerca de 15 anos as missões de evangelização americanas enviadas aos quatro cantos do planeta. Na América Latina, a influência política pentecostal e evangélica , religiões que representam entre 15% e 40% da população de acordo com o pais, é visível.
“O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”
A eleição do brasileiro Jair Bolsonaro, em 28 de outubro do ano passado, é, na opinião de Liberation, “a demonstração clara do poder político conquistado pelos cristãos conservadores no Brasil”. O texto lembra o lema de campanha de Bolsonaro, “o Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, e diz que mesmo se o presidente brasileiro de extrema direita se diz católico, sua mulher frequenta uma igreja evangélica.
Para sua vitória, o brasileiro se beneficiou do apoio importante de Edir Macedo, o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, um império colossal midiático-religioso pentecostal, fundado em 1977, que reivindica oito milhões de adeptos e está presente até na França. Libération ressalta que apesar de seu sucesso, a Universal é contestada pelo evangélicos de esquerda, principalmente devido a promoção que ela faz da "teologia da prosperidade", que permitiu o enriquecimento dos pastores e o incentivo a um liberalismo econômico desenfreado.
Jerusalém
Nesses movimentos religiosos, que também prosperam na Coreia do Sul, a política não existe sem teologia. Em dezembro de 2016, eles obtiveram um triunfo com a decisão de Donald Trump de transferir para Jerusalém a embaixada dos Estados Unidos em Israel.
“Na ideologia e no imaginário político desses cristãos, Israel ocupa um lugar central, essencialmente por razões teológicas e escatológicas”, analisa o artigo. Como eles acreditam no fim do mundo, eles esperam a volta de Cristo “que só retornará, segundo a crença, se todos os judeus estiverem em Israel.” Isso explica, segundo Libération, “a apoio incondicional dos protestantes evangélicos ao Estado Hebreu e a vontade deles de influir, cada vez mais, sobre a geopolítica mundial”.
Nos Estados Unidos, a presidência de Trump é uma época abençoada para os lobistas da bíblia. Vários conselheiros do presidente americano são adeptos da "revolução teoconservadora". O mais famoso deles, é o vice-presidente Mike Pence, um ex-católico que se converteu na juventude ao protestantismo.
Libération diz que a era Trump revela um certo paradoxo. Nunca os hábitos de um presidente, divorciado duas vezes e que frequenta a igreja mais por oportunismo do que por fé, se afastou tanto dos valores cristãos conservadores. Mas ao mesmo tempo, nunca a influência da direita religiosa foi tão marcante nos pais.
Movimento pentecostal faz Igreja Católica vacilar
A corrente protestante mais ofensiva é a pentecostal, a renovação evangélica que surgiu em 1906 na Califórnia. O movimento pentecostal vive uma expansão mundial que faz vacilar a Igreja Católica em seus redutos tradicionais, como na América Latina onde ele é um fenômeno, informa a reportagem.
Mesmo se os Estados Unidos são o navio-almirante, países como o Brasil se transformaram em potências missionarias, suplantando há cerca de 15 anos as missões de evangelização americanas enviadas aos quatro cantos do planeta. Na América Latina, a influência política pentecostal e evangélica , religiões que representam entre 15% e 40% da população de acordo com o pais, é visível.
“O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”
A eleição do brasileiro Jair Bolsonaro, em 28 de outubro do ano passado, é, na opinião de Liberation, “a demonstração clara do poder político conquistado pelos cristãos conservadores no Brasil”. O texto lembra o lema de campanha de Bolsonaro, “o Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, e diz que mesmo se o presidente brasileiro de extrema direita se diz católico, sua mulher frequenta uma igreja evangélica.
Para sua vitória, o brasileiro se beneficiou do apoio importante de Edir Macedo, o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, um império colossal midiático-religioso pentecostal, fundado em 1977, que reivindica oito milhões de adeptos e está presente até na França. Libération ressalta que apesar de seu sucesso, a Universal é contestada pelo evangélicos de esquerda, principalmente devido a promoção que ela faz da "teologia da prosperidade", que permitiu o enriquecimento dos pastores e o incentivo a um liberalismo econômico desenfreado.
Jerusalém
Nesses movimentos religiosos, que também prosperam na Coreia do Sul, a política não existe sem teologia. Em dezembro de 2016, eles obtiveram um triunfo com a decisão de Donald Trump de transferir para Jerusalém a embaixada dos Estados Unidos em Israel.
“Na ideologia e no imaginário político desses cristãos, Israel ocupa um lugar central, essencialmente por razões teológicas e escatológicas”, analisa o artigo. Como eles acreditam no fim do mundo, eles esperam a volta de Cristo “que só retornará, segundo a crença, se todos os judeus estiverem em Israel.” Isso explica, segundo Libération, “a apoio incondicional dos protestantes evangélicos ao Estado Hebreu e a vontade deles de influir, cada vez mais, sobre a geopolítica mundial”.
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