Alexa
Salomão, na Folha, escreveu que organismos multilaterais como o IFC
(braço financeiro do Banco Mundial) e o IDB Invest (ligando ao Banco
Interamericano de Desenvolvimento) estão preocupados com a visão que o
governo Bolsonaro tem em relação ao meio ambiente.
“O IFC já não financia negócios do setor de petróleo, nem
instituições que não têm compromissos ambientais. São sinais claros sobre
qual é a nossa direção", diz Marcelo Castellanos, responsável do IFC.
No entanto, os ‘sinais claros’ vão na direção oposta.
O chanceler Ernesto
Araújo disse na câmara federal que não se pode colocar a emissão de CO2 como
causa principal da mudança de temperatura e questionou a tese do aquecimento
global. “O que há são pequenas mudanças locais em várias partes do globo”. E
acrescentou que “a gente não está desmatando a Amazônia para plantar soja,
mas se cria uma imagem negativa da agricultura brasileira. O que acontece,
nesse contexto, é a manipulação política do alarme global com a temperatura”.
O ministro
Salles nomeará Joaquim Pereira Leite, diretor e tesoureiro da
Sociedade Rural Brasileira, para cuidar da recém-criada Secretaria de
Florestas e Desenvolvimento Sustentável responsável pelas florestas
nacionais. Salles disse que o moço “tem muita experiência na parte de manejo
florestal e na obtenção de recursos para financiamento de atividades de
agroextrativistas e créditos de carbono”. Como de praxe, não citou nem
apresentou nenhum documento que comprove que o moço tem essas competências.
Como se não bastasse esse currículo duvidoso quanto a gestão
ambiental atual, ontem saiu um artigo de fôlego na Science dizendo
que o Brasil e os EUA lideram em termos de retrocessos ambientais. A
pesquisa, segundo a BBC-Brasil,
“analisou todos os atos governamentais que resultaram em redução de metragem,
diminuição de restrições ou extinções de áreas de proteção ambiental em todo
o mundo de 1892 a 2018.”
A divulgação do trabalho diz que, “antes campeões em conservação
global, Estados Unidos e Brasil estão agora liderando uma tendência mundial
preocupante de grandes retrocessos na política ambiental, colocando em risco
centenas de áreas protegidas.”
A Folha também
deu a notícia.
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