Justiça atende pedido do MPCE e decreta prisão preventiva de prefeito afastado suspeito de crimes sexuais
A pedido do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), a Justiça 
decretou nesta sexta-feira (19/09) a prisão preventiva do médico José 
Hilson de Paiva, prefeito afastado de Uruburetama investigado por crimes
 contra a dignidade sexual. Na noite da quarta-feira
 (17/07), a Promotoria de Justiça de Uruburetama havia requerido, à Vara
 Única de Uruburetama, a decretação de prisão preventiva e a expedição 
de mandados de busca e apreensão a serem cumpridos nos respectivos 
endereços do médico, um em Uruburetama e outro
 em Fortaleza.
O pedido formulado pelo MPCE se fundamenta no fato de que, mesmo 
afastado das funções de prefeito e médico, José Hilson de Paiva é 
considerado influente no município e no meio político estadual, sendo 
capaz de, diretamente ou por interpostas pessoas, coagir,
 constranger, ameaçar, corromper, enfim, praticar atos tendentes a 
comprometer a investigação do Ministério Público e da Polícia Civil. O 
requerimento da Promotoria ratifica representação de prisão preventiva e
 de busca e apreensão da Polícia Civil.
Investigação do MPCE
Depois da divulgação dos primeiros vídeos, em março de 2018, a 
Promotoria de Justiça de Uruburetama instaurou uma Notícia de Fato após 
ouvir quatro mulheres, que se identificaram como vítimas do então 
prefeito. Assim, o MPCE solicitou informações à Polícia
 Civil, que logo depois resolveu abrir o inquérito policial. O inquérito
 foi concluído em dezembro de 2018, e a Polícia sugeriu o arquivamento. O
 MPCE requisitou novas diligências à Polícia. Na área cível, a 
Promotoria ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) por
 improbidade administrativa em desfavor do então prefeito, no final de 
2018.
Outro procedimento do MPCE em relação ao caso foi instaurado em junho de
 2019, antes da divulgação dos novos vídeos na imprensa. O órgão 
responsável é o Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) e, até o 
momento, seis vítimas e uma testemunha já foram ouvidas.
Em 15 de julho deste ano, foi instaurado outro inquérito policial em 
Uruburetama, quando novas vítimas começaram a ser ouvidas. Pelo menos 18
 vítimas já identificadas nas imagens exibidas pela imprensa serão 
convidadas para prestarem suas declarações o mais
 rapidamente possível.
Em paralelo, a Promotoria de Justiça de Cruz também vem atuando no caso.
 Nesta semana, o órgão recebeu os depoimentos das primeiras quatro 
vítimas que se apresentaram à delegacia após a divulgação dos vídeos na 
imprensa. Antes disso, nenhuma mulher havia denunciado
 o médico. José Hilson trabalhou como médico da Prefeitura de Cruz de 
1992 a 2012, e manteve um consultório particular na cidade até 2018.
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