O CLP - Liderança Pública em parceria com o
Professor Orjan Olsen, da Analítica Consultoria, desenvolveu um estudo, com
base nos 8.055 candidatos a deputado federal do ano passado, que ilustra
qual seria a disposição atual da Câmara Federal de Deputados caso o
modelo de voto Distrital Misto tivesse sido implementado nas Eleições de
2018.
A lógica do sistema do voto
Distrital Misto é, basicamente, a seguinte: o eleitor tem dois votos em
cada eleição para vereador e deputado. Cada cidadão tem a possibilidade
de votar em um candidato de seu distrito (área geográfica delimitada da
cidade ou estado em que vive, baseado nos termos técnicos do IBGE) e em uma
lista de candidatos oferecida por um partido, ordenada e divulgada
previamente, ou seja, na legenda de sua preferência. Dessa forma, metade
dos parlamentares são eleitos por maioria de votos dos distritos --
representando as demandas locais da população. Simples e direto. Enquanto
a outra metade das vagas é preenchida pelos candidatos dos partidos mais
votados.
O que na
prática traz grandes vantagens para a sociedade. Como a proximidade entre o
eleitor e seu representante. Uma vez que um dos perigos do atual sistema,
que também acaba aumentando a insatisfação da população com a
política, é a distância que os legisladores têm com seus representados.
O voto distrital misto corrige esse desvio. e ainda fortalece os partidos
mais coesos, a renovação de lideranças locais e a representatividades de
setores minoritários da sociedade.
Assim, o voto
Distrital Misto une o melhor do sistema proporcional e o melhor do sistema
distrital.
O Estado do Ceará, por exemplo, seria dividido em 11 distritos. Abaixo
seguem as principais cidades de cada distrito:
Nesse cenário,
cada um desses distritos teria uma corrida legislativa separada, com
candidatos que entendem dos fatores sociais e geográficos daquela
população. De acordo com o estudo produzido pelo CLP - Liderança
Pública, esses seriam os candidatos eleitos por cada distrito e pelo
sistema de lista:
Custos de Campanha
Outra vantagem muito relevante do voto
Distrital Misto é a diminuição nos custos de campanha. De acordo com os
dados apresentados pelo estudo do CLP -- Liderança Pública, a eleição
de 2018 teria custado 10% menos se tivesse sido realizada no modelo
Distrital Misto. Ainda de acordo com a pesquisa, em distritos com
candidaturas concorrentes, em média, os gastos poderiam ser de 25%, em
casos com um concorrente, a até 50% mais baratas, em distritos com 10
concorrentes. Uma mudança importante a se levar em consideração uma vez
que, hoje, cerca de 6% dos candidatos consumiram mais de 40% dos mais de R$
5 bilhões gastos entre recursos públicos e privados nas campanhas no ano
passado.
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