Polícia nas ruas, catando acusados

Operação detém lideranças de organização criminosa

A Polícia Federal cumpriu 51 mandatos, sendo 20 de busca e apreensão e 30, de prisão preventiva. A ação foi realizada nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraná, ontem, com ajuda do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Departamento Penitenciário Nacional e da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Durante a ação, foram apreendidos celulares, computadores e, em alguns endereços, munições e pequenas quantidades de drogas, como cocaína, no entanto, segundo o Delegado Regional de Combate ao Crime, Paulo Henrique Oliveira Rocha, não houve resistência. Ao todo, participaram 140 policiais, sendo 80 federais, 50 militares e 10 civis.


Paulo Rocha explica que a operação também contou com o apoio aéreo de uma aeronave do Comando de Aviação Internacional, da Polícia Federal, e outra, da Secretaria de Segurança. Para ele, essa contribuição foi fundamental no transcorrer da atividade, não colocando nenhum risco aos policiais e às pessoas inocentes no entorno do teatro das operações. O titular também pontua que a integração das Forças de Segurança tem sido fundamental para esse tipo de combate. “Temos aperfeiçoado cada vez mais essa união para trazer um estado de paz à sociedade cearense”, ressalta o delegado.


Segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE), os mandados de prisão foram expedidos em desfavor de pessoas envolvidas diretamente nas atividades da organização. Foram realizadas 10 prisões, em que quatro pessoas se encontravam em Fortaleza e região metropolitana, enquanto as outras seis já estavam localizadas em presídios. “Entre os presos, há integrantes e um dos fundadores da facção criminosa responsável pelos ataques no Ceará, além de uma advogada que está recolhida ao presídio de Itaitinga”, afirma o MPCE.

Investigações
Para o promotor de Justiça e coordenador da Gaeco, Rinaldo Janja, “não há dúvidas de que essa facção sofreu vários golpes”, por isso, acredita que órgãos de investigação e de repressão precisam ficar vigilantes para evitar reações dentro da facção. “A gente concorda que sofremos vários golpes e investidas contra as Forças de Segurança, mas nós temos que ficar vigilantes com relação [à investida] para que ela não ressurja”, acrescenta.
O promotor, assim como o delegado regional, vê a Integração das Forças de Segurança como uma ferramenta muito positiva para o andamento das investigações. A eficiência da operação está relacionada à integração e a criação da Secretaria da Administração Penitenciária como é adotada hoje. A disciplina e a fiscalização dentro da secretaria, que evitou e barrou a comunicação do presídio para a rua.


A apuração constatou que as ações do grupo criminoso foram praticadas a partir de ordens das lideranças que estavam dentro do presídio. Apesar dos comandos serem pensados por líderes, eram executados por outros integrantes em estado de liberdade da mesma organização. “Após as prisões, os investigados responderão, conforme suas condutas, pelos crimes de dano, incêndio, participação em organização criminosa e outros que forem verificados nas investigação”, diz o promotor Rinaldo Janja.

Ataques em setembro
Em setembro, o Ceará sofreu uma série de ataques que o Governo recebeu como reação à medidas implementadas no sistema carcerário. Foram registradas 77 ações, em 23 municípios cearenses, embora Fortaleza fosse alvo principal dos crimes. Durante a operação “Reino de Aragão”, descobriu-se que os comandos para atacar a capital vinham de Pernambuco.


No período, 30 pessoas foram acusadas de envolvimento nas investidas, que causaram um dano próximo a 1,5 milhão de reais, com caminhões, concessionárias carros e transportes públicos incendiados. Durante a onda de ataques, as frotas de ônibus foram reduzidas em 30%, resultando em prejuízos para os trabalhadores fortalezenses.

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