O dia

Passou a noite inteira, e a gente aqui acordado, pensando no trovão que ribombava. Um relâmpago e em seguida o trovão. Aprendí, na prática, que quem ouve o trovão é que não morreu do raio. A fomos aos livros. Os livros são maiores que a vida, por isso os livros são livros. Os que não gostam de uma coisa, gostam de outra, ou não gostam de nada. E tem quem desame por desamar mesmo, assim como os tantos participantes do tal BBB.Juro que parei pra ver. E gravei pra contar. O vocabulário dos participantes, nem todos, não vai além de 100 palavras com um forte apelo a uma expressão fantástica: "tipo assim". Aliás, como é sexta feira, minha mania de lembrar coisas na madrugada insone, houve esse achado. Seu Chico Lampeão, pai do Mazim e do Fransquim,meus contemporâneos, e um colega de ginasial, do Colégio Sobralense, gostava de estar na porta de seu armazém,na avenida Dom José, que nem sei se ainda tem esse nome ou virou nome de parente de vereador, Pobres passavam e pediam uma esmola. Chega uma sonhorinha, jovem, muito magra, rota no vestir, rosto de fome e pede um ajutório a seu Chico. É sozinha a sustentar a casa, diz. Nos braços uma criança recém nascida. Em casa um marido no fundo de uma rede, inválido há dois anos, explica. Não sai da rede esse tempo todo. seu Chico, desconfiado homem do sertão olha pra pobre mulher, aponta pra criança e pergunta...Como foi? E ela, olhos no chão, voz lá de longe, como se viesse do fim do mundo, embebida de acanhamento, pingando timidez ..."Seu Chico, foi uma amiora que ele teve".
Bom, a sexta feira de chuva e trovão tá chegando assim...

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