O dia


 Da varanda do meu tugúrio

Do hotel de um amigo em Juazeiro do Norte onde chove desde ontem a tarde


Do totem que anuncia onde pegar as malas do voo que foi ontem a noite de Fortaleza pra Lisboa


Chove sobre a Fortaleza do Ceará.25 graus. Bem bonzim e uma vontade danada de comer cuscuz com carne moída e doizovo frito na manteiga. Se tiver um assadim de panela não será dispensado. Um domingo abençoado pra quem gosta e sabe da importância da chuva por estas bandas. Um domingo aperreado pra quem, por desmazelo da vida, moreja nas esquinas dos açudes, dos alagadiços, dos córregos aterrados. E tem gente que chama moça-dama de mulher de vida fácil, cidadã por falta de opção ou por opção mesmo trata o corpo de prazer e de moeda. Se sair sol, lá pra mais tarde, pode até virar casamento de raposa, mas agora, agorinha mesmo, 7 e 40 da manhã está assim. Quem pode lavar os abafados pra ganhar o mei do mundo, caçar ganho ou dicumê, que o faça com as bênçãos do Pai. Quem já chegou do outro lado da lagoa grande, esse marzão besta, tá só esperando a mala, que mala em aeroporto grande chega nas esteiras com a gente sabendo de onde vem. Pois repare que a vida é um momento por aqui pra viver sem sossobro, e como diria Guajará, quem tem medo é medeiro.
Em tempo - tenho três cantos pra mostrar pra você.

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