Bom dia



Alguém aí já teve turma? Turma mesmo, aqueles amigos de todo dia, de toda hora, de todos os momentos? Alguém aí já teve parte na pelada diária, no pão cheio do beco, da manteiga Cabeça de Touro da padaria do seu Salustiano? Alguém aí já fez a chamada por esses amigos nos últimos tempos? Cadê o Tidim? Tá no céu. E ele levou a lambreta com a qual a gente só faltava afundar o calçamento que não deixava nossas amadas pisarem na areia, alí perto do Cine São João? Cadê o Isquinha? Cadê o Bolão? Ta no céu jagando na zaga do time do Tidim. E o Tião? kkkkk O Tião tá vivinho, avô, como eu, desfazendo combinações. Era assim...É de Tidim a Bolão, é de Bolão a Tidim,é de Tidim a Bolão...aí o Tião entrava na transmissão moleca dos dois e gritava com aquela sua voz inconfundivel, de quando se formalizava e dizia...Entra Tião e desfaz a combinação!! Alô Tupinambá Frota, cê precisa escrever sobre isso. Só você pois não sou cronista, só um velhote cheio de memórias. Sim mas cadê o Mauro, o Perneca, o Arnô, o Zezão Boca de Surrão, o Paulin da Dona Nazinha, o João Pomba, o Bananeira, cadê todos eles ou cada um deles? Uma vez, entrei na Central do Brasil para pegar o lindo trem de aço, o Santa Cruz,(ou era o Vera Cruz?) e cruzei com o Isquinha. Depois disso, e era 1968, nunca mais nos vimos. Olha, gente, tou falando de amizades da primeira juventude. De antes, teria que falar do Gil do seu Pompeu, do Zé Viana do seu Costa, do Roberão do seu Pedro Mendes, do Deca do seu Teodoro, do Guido do seu Samuel, do Alberto Nairo e do Maninho do Adalberto e da dona Albinha, do Ribamar da dona Brígida...Veja aí as diferenças da vida. A minha turma era dona de suas ventas. A turma de antes da nossa, também de uma pelada,só que essa segunda da Praça João Pessoa, era de filhos do seu fulano. O Zé Viana,o Gil, o Maninho, sei que estão por aqui. Já o Guido,não sei. O Alberto Nairo, a última vez que o vi foi em Londres, quando fui cobrir as exéquias da Lady Dy. O Maninho,irmão dele, como o Firminão Dias Lopes, e o Gil, torcedor do Fluminense sei que mora ali perto da Assembleia...e os outros? Cadê todos eles. Acordei com uma saudade de todos eles, ou com saudades de mim? Cê entendeu o que é ter vivido tanto? Mas é pouco. Sempre a gente quer mais e a formação de outras turmas, aqueles do seu tempo só que em outros lugares. O Wando. O João Bosco. O Aldir Blanc. O Dê Miranda. O Mussum. O Maestro Chiquinho na Rádio Nacional. O Primo Pobre. Meu vizinho Magro do MPB4. O Marcos Baby Durans. O Paulino Rocha. O Newton Pedrosa. O Morris Albert a quem nunca chamei de Morris Albert, mas de Mauricio. Esse povo todo, em todos os tempos, de todos os tempos, como o Canapum, O Maximino Fantasma. O Iatayde Capacete. O Bulhões. O Fabricio. O Faheina. O Zé Maria Vaca Braba, que virou Jomar Campos. O Fran Erle. Sim...e tinha as meninas. Essas não cito. Não saberia de suas reações mas elas sabem que estão aqui, vivas na minha alma, do meu peito, no meu coração. Cita-las talvez desgostasse a seus maridos, e amantes, e filhos e netos e netas...mas as amei e amo-as todas na lembrança. Hoje é sábado e por isso mesmo, as duas da madrugada, num 13, véspera de domingo, 14, lanço meu mais profundo grito de bem querer a todos, vivos e passados e agora redivivos...não deixem de amar. Não deixem de amar. Não deixem de amar. Pelo menos a mim é isso que sustenta a esperança do próximo 25 de outubro. A caminho dos cem.

Quem até já comprou bainha pra foice, morre é porra antes dos cem.

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