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Pedetistas retomam acusação sobre coação de prefeitos

As discussões na sessão desta terça-feira (23) da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) trouxeram de volta à pauta as acusações de pedetistas sobre supostas ações de seus adversários do PT para coagir prefeitos do interior a apoiar Elmano de Freitas (PT) ao Governo do Estado. O tema já havia sido levantado logo após o racha entre os dois partidos, no último mês, quando começou a reorganização de apoios da antiga base governista.
A discussão foi posta pelo vereador Adail Júnior (PDT), vice-presidente da Câmara Municipal, que subiu à tribuna para reviver o processo que levou ao racha entre PT e PDT, criticando o partido adversário por ter atuado “impondo a atual governadora Izolda Cela” – que disputava com Roberto Cláudio a indicação pedetista para se candidatar ao Governo do Estado este ano. “E eu dizia antes da eleição: esperem, se a Izolda não for escolhida como representante para disputar o Governo do Estado, ela sairá do PDT antes do primeiro turno. E se ela ganhar a eleição, ela sai do PDT antes de dezembro. Ninguém pode me questionar e dizer que estou errado, porque aconteceu”, diz ele. O vereador ainda criticou a declaração recente do ex-governador Camilo Santana (PT) sobre o nome de Elmano de ter sido escolhido por ele e por Izolda, sublinhando que a governadora ainda integrava o PDT à época.
A acusação, no entanto, voltou ao holofote durante a fala do vereador Lúcio Bruno (PDT), que pediu que o Ministério Público investigue os casos: “Cid [Gomes] teve a humildade de passar o bastão, Roberto Cláudio teve a humildade de passar o bastão, mas parece que Camilo não quer passar esse bastão, não. E olhe, o Ministério Público investigue, está coagindo, está chantageando, está ameaçando os prefeitos do estado do Ceará, cancelando licitação, cancelando MAPP [Monitoramento de Ações e Projetos Prioritários], prejudicando o povo do estado do Ceará. Que governador é esse?”
Camilo foi, na mesma sessão, defendido pela vereadora Larissa Gaspar (PT), que começou seu pronunciamento pontuando que ele foi “o maior governador da história do Ceará”, listando uma série de investimentos e ações da gestão. Segundo ela, a adesão expressiva de prefeitos às candidaturas petistas são resultado desses avanços e da parceria que Camilo teve com “todas as prefeituras”, como ela pontua.
“Por isso existe hoje uma adesão de muitas lideranças do nosso estado a esse projeto político porque veem os avanços e querem que isso continue, não querem cair na possibilidade de entregar nosso estado ao fascismo, porque estão vendo a situação nacional: Bolsonaro destruiu o Brasil, acabou com a educação, com a saúde, com a cultura, com a moradia, com o emprego”, retrucou a parlamentar.
“Hoje contamos com 114 prefeitos apoiando esse projeto e não é por chantagem, como lamentavelmente a gente escuta aqui. É porque as pessoas veem o legado deixado pelo governo do Camilo Santana e pelo governo da nossa governadora professora Izolda Cela e querem que isso continue.”
Adail Júnior, em novo pronunciamento, ecoou a acusação feita por Lúcio Bruno. Segundo ele, circula nos bastidores políticos que as verbas viabilizadas com o MAPP está sendo liberada “para os prefeitos que têm que votar no candidato deles”. Pontuou ainda que isso deverá vir à tona no futuro, com mecanismos de identificação sobre o uso de computadores do governo. “Tem o tal do IP, que localiza o computador, sabe tudo, já vamos saber se é verdade ou mentira.”

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