Conhecí, de perto, por admiração, respeito e até brigas, um cidadão chamado José Palhano de Saboia, o famoso Padre Palhano. Padre, formado em Roma, no Colégio Pio Brasileiro, motociclista exímio, aviador, excelente motorista, dono de um belo texto, de uma lingua implacavel, uma retórica extremamente agressiva e, quando queria de intensa meiguice, era culto. Não era um erudito, mas culto. Amigo dedicado na mesma dimensão em que era um inimigo dedicadíssimo. Falava bem. Discursava ora como um padre em pulpito, ora como um político feroz. Encantador de massas com um slogan que ia no fundo do pai e da mãe quando começava...Minhas queridas crianças de Sobral. Era isso e muito mais o Padre Palhano. Por quê essa descrição, pergunta quem está a ler. Respondo; é que o Padre Palhano, além de fomentar o bem, de vez em quando era de uma crueldade sem par. Tinha uma habilidade indescritível pra botar apelidos. Botasse um apelido em alguém, fatalmente alguém se zangava e ia pro pau. Era o que ele queria. Quem se zanga com apelido, o apelido pega. E se pega é mortal. Um dia ele chamou um famoso político da terrinha sobralense de "Mentira fresca". O cara se zangou. Morreu com o apelido e zangado. Depois desse episódio lá no distante 1964, comecei a observar políticos mentirosos. Muitos. São muitos. Alguns, muito vivos, são compulsivos. Mentem tanto que quando dão bom dia é comum que se vá à uma janela ou que se puxe a cortina e veja se já não é, ou ainda é noite. A última grande mentira, de um deles saiu ontem à noite. Agorinha, já que escrevo de madrugada; o cabra disse que vai manter, se eleito, o Bolsa Família, mudado sem nada mudar, pra Auxilio Brasil, em R$600,00. Ótimo; só que mandou a proposta orçamentária de R$405,00. E não tem de onde tirar R$45 bilhões pra manter os 405 muito menos os 600. É mais um mentira fresca". E viva o Padre Palhano!!!
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