Acrísio Sena: Eleitores sofrem assédio eleitoral nas empresas
Foi um discurso duro. Acrísio Sena denunciou atitute criminosa de patrões que fazem ameaças ao trabalhador que não votar com o candidato dele. Sena aponta crescimento de denúncias de assédio eleitoral
Foto: Junior Pio
Deputado Acrísio Sena (PT) comentou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa o crescimento de denúncias de assédio eleitoral no Ceará.
O parlamentar leu um editorial de jornal, publicado na semana, que destacou o crescimento no número de denúncias de assédio eleitoral no Estado. Acrísio lembrou que “vivenciou essa prática” no período de transição do regime militar para a democracia. “Eu vi donos de empresas coagindo, pressionando, tensionando, ameaçando de demissão quem não votasse no atual presidente da República. Nunca mais tinha visto isso. Veja o quanto está abalada a democracia brasileira”, lamentou. Acrísio Sena criticou o candidato Jair Bolsonaro pela “compra de votos”, segundo ele, através da utilização da máquina pública. “Hoje mesmo se você passar em qualquer Caixa Econômica tem filas para o crédito consignado do Auxílio Brasil. Olha, o consignado para um auxílio que termina em 3 meses é uma utilização descarada da máquina pública para comprar votos”, analisou. Segundo Acrísio, que utilizou o editorial do jornal como fonte para discutir o tema, as denúncias de assédio eleitoral aumentaram 931%, 10 vezes mais que no 1º turno das eleições. “De 45 para 419 notificações. Daí devem entrar em campo o Ministério Público do Trabalho (MPT) e Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para coibir esse tipo de crime” sugeriu. O parlamentar entende que a prática de assédio eleitoral configura “desespero” por parte de um grupo de eleitores do candidato Jair Bolsonaro. “E, mesmo com o TSE dizendo que é crime, como também o Ministério Público do Trabalho, empresas do Ceará insistem em utilizar a coação para votar. É uma forma de desespero”, ressalta. No portal do Ministério Público do Trabalho, conforme o deputado, consta o nome das empresas que foram proibidas de ameaçar ou firmaram acordo para se retratar por assédio eleitoral, inclusive com multa. “Várias empresas utilizaram métodos como oferta e dinheiro pelo voto, ameaça de demissão e retidão de documentos para o não exercício do voto”, informou. O parlamentar anunciou que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais se reuniram para criar plataforma on-line para receber denúncias de assédio eleitoral. Ele ressaltou que as acusações de assédio eleitoral é sobre um segmento do empresariado que apoia o candidato Jair Bolsonaro. “O assédio é centralizado na campanha dele”, salientou. Segundo Acrísio, o candidato Bolsonaro responde a 36 crimes de todos os tipos de natureza e ainda por causa das pesquisas de intenção de votos com Lula à frente. “Democracia não faz parte dele”, afirmou. A liberação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aos prefeitos para transportar eleitores gratuitamente para votar no 2º turno das eleições foi celebrada pelo parlamentar. Para ele, é preciso estimular as prefeituras a transportar o eleitor até a seção eleitoral no dia das eleições. “Nós sabemos as reais dificuldades do eleitor, como o preço da passagem e também pelo deslocamento de locais mais distantes. Temos que estimular as prefeituras para levar o eleitor para votar no dia da eleição”, assinalou.

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