Vacina bivalente contra covid começa a ser aplicada hoje
A partir desta segunda-feira, 27, as primeiras vacinas bivalentes contra a covid-19 começarão a ser aplicadas no Ceará. Seguindo o Programa Nacional de Vacinação de 2023, do Ministério da Saúde, a imunização acontecerá em cinco fases que contemplam pessoas de grupos prioritários a partir dos 12 anos. A primeira fase será destinada a pessoas com mais de 70 anos, imunocomprometidos, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, acolhidos e trabalhadores em instituições de longa permanência. “Temos uma cultura de vacinação e nosso histórico comprova: somente pela vacina pudemos superar as fases mais críticas da pandemia do coronavírus”, declarou o governador.
As fases seguintes incluirão, em diferentes momentos, pessoas de 60 a 69 anos; gestantes e puérperas; profissionais da saúde; pessoas com deficiência permanente; adolescentes que cumprem medidas socioeducativas; população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional. “Além da cepa original, a vacina da Pfizer confere proteção contra as variantes da Ômicron, que atualmente circulam com mais intensidade”, explicou a secretária da Saúde do Ceará. O secretário executivo de Vigilância em Saúde da SESA, Antônio Lima Neto, acrescenta ainda que a vacina bivalente pode ser considerada um novo imunizante, uma vez que produz anticorpos para proteção específica. “Não se trata de uma repetição do que já foi feito. Se trata de uma vacina que vai prevenir e é importante nesse momento justamente por estarmos em baixa transmissão”, pontua.
Para receber o reforço com a bivalente é necessário ter o esquema vacinal primário completo, isto é, a D1 e a D2, há pelo menos quatro meses. De acordo com o governo, o Ceará deve receber 700 mil vacinas, das quais 200 mil já chegaram. Para vacinar-se, basta comparecer a um dos postos de saúde e apresentar o documento de identificação com foto.
Antônio Lima Neto ressalta que estamos saindo de um período de transmissão facilitada em que houve uma maior aglomeração entre pessoas: o carnaval. No entanto, ele explica que, em uma população majoritariamente vacinada, é possível amenizar o problema. “Nós estamos monitorando. Na semana que vem emitiremos no nosso boletim eventuais modificações de cenário”, pontua.
3ª dose infantil em Fortaleza
No último dia 23, a Prefeitura de Fortaleza começou a aplicar a 3ª dose da vacina contra covid-19 em crianças de seis meses a quatro anos. O pediatra Robério Leite, do Hospital Infantil Albert Sabin, relembra que a dose de reforço tem o papel de estimular a produção de anticorpos protetores contra o vírus da covid-19. Nesse sentido, o especialista defende que, mesmo com a chegada da vacina bivalente, não se deve aguardar até a chamada da faixa etária para a aplicação do reforço. “O reforço da imunidade promovido pelas vacinas desenvolvidas inicialmente está associado à redução significativa do risco de morte e hospitalização por covid-19. Portanto, não deve ser adiado. A vacina bivalente, quando estiver disponível, ajudará mais essa proteção”, pontua.
De acordo com ele, ainda há grandes preocupações quanto à baixa adesão na imunização infantil. “O cenário atual é de infecções simultâneas por diversos vírus respiratórios, com destaque para Influenza, Vírus Sincicial Respiratório e o SARS-Cov-2, da Covid-19. Infelizmente o cenário é de baixa adesão para as vacinas de um modo geral, não somente contra a covid-19”, lamenta.
O Dr. Robério Leite esclarece que as vacinas são alvos de mitos que atrapalham a campanha de imunização. “Continuam insistindo que as vacinas poderiam alterar o código genético das crianças, o que é absolutamente falso. Há o medo infundado da segurança das vacinas da covid-19. Na verdade, os estudos clínicos e os dados de vida real demonstraram que são tão ou mais seguras que as vacinas desenvolvidas anteriormente para outras doenças. Há também o falso e perigosíssimo conceito de que a covid-19 é uma doença leve em crianças. Muitas morreram ou tiveram quadros graves, é o que a realidade tem demonstrado”, alerta.
Para receber a D3 do imunizante Pfizer Baby, é necessário ter completado o esquema vacinal primário há 60 dias. No caso dos que receberam as doses de CoronaVac, o reforço só deve ser aplicado 120 dias após a D2. A SMS destaca que crianças com covid-19 só podem receber a vacina 30 dias após o início dos sintomas ou do resultado positivo. Além disso, ao comparecer aos postos, os responsáveis devem portar os documentos originais da criança, bem como o cartão de vacinação.
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