O dia


Ando saudoso. Nem sei direito de que, mas tá com cara de saudades de juventude, de fogo nas coivaras, de andar lépido e fagueiro pelo mundo inteiro, ora caçando ganho, ora caçando notícia e até o diabo do rabo de saia, hoje tão raro e muitas vezes proibido. É que tá proibido o coió. Tá proibido o fiu fiu. Tá proibido dizer...você é a nora que mamãe pediu. Então, mió calar, diria meu amigo frasista e cheio de leriado, jogando charme de Glostora pras meninas. Na distante juventude tinha amigos que usavam pente flamengo e espelhinho com o escudo do Fluminense. E não passavam sem chiclete bola que era pra tirar o bafo de cigarro, em casa e no chaveco com os brotos. Entendeu agora? Acho que até eu entendi de onde vem essa saudade. Tá caindo a ficha. Tanto é verdade que senti aqui, como se fosse verdade, um cheiro danado de Lancaster e o liso da camisa banlon. Sem deixar, entretanto de bulir na perna da calça de linho, mostrando pros parceiros...o vento é que manda o preço. Desculpa aí. Sei que muitos não merecem essa leitura, porque terão menos de 50,40 anos, mas quem tiver passado dos 50,beirando os 60, terá por certo a companhia do texto. Seja homem que usou, seja mulher que se encantou com o traquejo da memória. Como hoje é terça feira e já choveu, capaz de chover de novo. Logo hoje que tou com uma vontade danada de ir a Sobral, estrear o novo aeroporto Luciano Arruda Coelho, tomar um caldo do Beco do Cotovelo e ver se sobrou algum "torreis" no Demerval, o que é quase impossível.
Aqui pra nós...coisa besta, e boa, é sentir saudade. Taí a terça... 
Voltou a chover.
E não me venha com etarismo. Aqui tem troco e café no bule.

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