O dia



Taí a manhã. Bonita de chuva, como dizemos aqui. Apronta chuva no nascente e vamos a orgasmos mentais múltiplos. Quando a chuva se arruma lá longe, o primeiro pensamento é no feijão novo, no milho verde, na bucha que vai secar na cerca, no melão de são caetano, que antes dava cãimbra de sangue, hoje ajuda a curar males da próstata, na berduégua que vai alimentar os bichos soltos, porque os donos não têm como alimenta-los em casa. Entendeu? Quer que desenhe? Quem nunca viu pé de tomate nascendo num mato bruto, não sabe o que é chuva no sertão. Quem nunca viu golinha cantando nos pés de pau, não sabe o que é chuva no sertão. Bentivi lava a égua quando chove. Bentivi adora levar borboleta pro ninho e dar comida pros filhotes pelados. É isso que vejo na frente, como se o passado fosse logo ali, na memória da meninice interiorana. Mas como dizia o bruto, quem "veve" de passado é museu. Ora, ora. Onde já se viu ir adiante sem ter aprendido no passado? Manhã de chuva na capital e no interior. Inverno urbi et orbi. Como dizia o Bili Wolks nos anos sessenta, setenta, no bar do Anisio...aí toca!!!
Eis a manhã...

Nenhum comentário:

Postar um comentário