É
muito louvável que as autoridades de segurança e as instituições
públicas e privadas do Brasil se reúnam para tomar atitudes relacionas à
proteção e segurança das crianças, jovens e professores em nossas
escolas.
O desespero dos
pais, o medo das crianças, dos jovens, adultos e idosos viraram um
clamor público e toma de conta de todos os debates nos mais de cinco mil
municípios da federação.
Porém,
esse fato não é novo, apenas aflorou agora com mais veemência por conta
das redes sociais de fácil acesso, com notícias céleres que chegam às
mãos de todos, umas verdadeiras e outras tantas totalmente descabidas,
inverdades que só ajudam a deixar o clima mais tenso ainda no Brasil.
Lembro
do discurso plural que afirmava: "vamos construir escolas ao invés de
presídios". Mas ninguém procurou saber há décadas a origem dos
problemas.
- Pois bem;
agora as escolas, por sugestões de muitos, passam a ser uma espécie de
presídios. Cadeados, câmaras ao vivo e por 24h, guarda armado dentro do
espaço dos alunos e muita Polícia Civil e Militar nas entradas, vigiando
e fiscalizando.
Sempre tentamos construir soluções para os problemas. Mas eles, que são crônicos, e não foram resolvidos.
O
tráfico de drogas começou a crescer nas masmorras com o crime
organizado, mesmo com muros altos, cadeados, detector de metais e
agentes penais por todos os lados.
À
época, o assaltante do cotidiano roubava roupas dos varais, galinhas
dos quintais e sítios; passou a abordar cidadãos no meio das ruas e nos
seus comércios.
Anos
depois, quando se tornava grande, ia para o topo da cadeia criminosa,
como sequestros e roubos a bancos. Tudo isso ficou para trás, cedendo
lugar ao tráfico de drogas.
O
que começou nos presídios, foi para as ruas das cidades e capitais.
Dominando o jogo do bicho, as vendas de gás, internet, postos de
gasolina e sinais de TV nas favelas e pequenas comunidades inicialmente,
além de assumir em muitos casos as funções do Estado. Isso já era pauta
de discussão há mais de 30 anos.
Das
favelas para as ruas; das ruas para os grandes centros, dos centros à
zona rural. E agora chega para as escolas e para as nossas crianças
através das redes sociais.
Ora,
se o crime organizado está legalizando o jogo do bicho, controla um
bairro inteiro e os seus serviços básicos, logicamente que controla as
redes sociais, os perfis das pessoas e os textos para incentivar os seus
desejos.
Finalmente,
registro que as medidas protetivas são importantes nesse momento e nessa
onda organizada, mas precisamos mesmo é de psicólogos, onde a saúde
mental de muitos devem ser cuidadas, antes que seja tarde demais.
O que vale mesmo é a luta das ideias!
(Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista).
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