Só se fala na reforma ministerial Viúva Porcina, que foi sem nunca ter sido
Nos recessos legislativos, a vida do colunista vira exercício de caçador em terra desmatada. Aqui acolá surge um preá, uma pixuna, um alma de gato com seu vôo esquisito e ouso ainda pior. Nada de caça grande que dê caldo, nem mesmo uma rolinha cascavel ou fogo-pagô. Ai, cê pega emprestado a arma e os cartuchos dos amigos e vai à luta. Hoje, enquanto seu rei não vem, valho-me do bom Ricardo Kotscho e caminho as savanas de sua pesquisa. “Contam que ao montar seu secretariado em Minas, nos anos 80 do século passado, o governador eleito Tancredo Neves foi insistentemente cobrado por um pretendente, que dizia já não saber mais o que responder à imprensa. Foi convidado ou não? Sem também não saber mais o que fazer para dispensar o chato, Tancredo, mais mineiro do que nunca, saiu-se com essa:"Se a imprensa te perguntar, diga que você foi convidado, sim, mas, infelizmente, não pode aceitar no momento o meu convite porque tem outros compromissos".O cara nunca mais apareceu. Lula poderia adotar agora a mesma tática com o Centrão, que tem uma fila interminável de candidatos ao ministério. Desde que a Câmara aprovou a reforma tributária, após um longo parto e bilhões em emendas parlamentares, com sua frágil base governista, que não era tão aliada assim, Lula 3 começou a discutir mudanças no ministério para atrair novos partidos do Centrão. No começo, o União Brasil, que já faz parte da base e tem três ministérios, mas não costuma votar com o governo, queria apenas colocar um novo nome no esporte, após a demissão de Daniela Camargo, que tinha mudado de partido. Uma vez aberta a porteira, o União queria mais e esticou os olhos para o Ministério do Esporte, também cobiçado pelo Republicanos, mas Lula já avisou à ministra Ana Moser: "Fica tranquila, você fica". O PP, de Arthur Lira e Ciro Nogueira, foi mais guloso e mirou logo no MInistério da Saúde, onde já reinou, um dos maiores orçamentos da Esplanada. Em evento no Palácio do Planalto, Lula já disse que a ministra Nísia Trindade, é "introcável". Como ficamos, então?Com o Judiciário e o Legislativo em recesso de inverno (no verão, tem outro), sem as CPIs em funcionamento, e a escassez de outros assuntos mais quentes, o noticiário da última semana se concentrou na reforma ministerial que não houve (entrou apenas Celso Sabino, do UnIão, no Turismo), atiçando cobiças de partidos e personagens como aquele que queria ser nomeado pela imprensa secretário de governo de Tancredo Neves. De concreto mesmo, até o momento, não tem nada de reforma. Lula vai empurrando com a barriga, até a próxima votação importante no Congresso, quando começa tudo de novo. As especulações se concentram agora no segundo escalão, trazendo à tona orçamentos gordos de siglas como a Funasa, o Fundeb, a Codevasf e outros tradicionais sangradouros de recursos públicos fora de controle. Como não temos nenhum vulto nacional à vista, que seria um ministeriável inquestionável, as trocas ministeriais, se acontecerem, serão de seis por meia dúzia, o que não fará a Bolsa subir, nem o dólar cair, mas pode, finalmente, oferecer ao governo uma "governabilidade" mais sólida. É disso que se trata.A corrida por uma vaga num dos 37 ministérios da Esplanada não tem nada a ver com competência técnica e possibilidade para implantar programas que possam melhorar e agilizar a administração pública. Trata-se, simplesmente, do poder pelo poder _ poder mandar emendas do antigo orçamento secreto para os currais eleitorais (um baú de R$ 9 bilhões), poder nomear os apaniguados, poder demonstrar força em seus estados de origem, poder ter acesso franqueado aos ministros que realmente decidem o destino de verbas e de cargos.Basta pegar como exemplo o interesse do Republicanos pelo Ministério dos Esportes, um reduto sempre cobiçado pelo partido ligado à Igreja Universal, nos três níveis de poder. Com orçamento pequeno, o Esporte é importante porque, assim como as igrejas, tem pequenas ações pulverizadas por todas as regiões do país, o que facilita arrumar boquinhas públicas para os fiéis de pouca formação técnica.Desde a Constituinte, sai governo, entra governo, e o Centrão sempre está lá numa boa, criando dificuldades para vender facilidades.De qualquer forma, ainda é melhor falar da reforma ministerial que não houve, lembrando a Viúva Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido, distraindo a distinta plateia, do que de ameaças cotidianas ao regime democrático e às autoridades da Justiça, que ainda não acabaram, como vimos com o ataque ao ministro Alexandre de Moraes e família, neste fim de semana, no aeroporto de Roma. Eles não aprendem, não perdoam e não desistem. Respiramos novos ares, sim, mas todo cuidado ainda é pouco. Vida que segue.
A frase: “Quem leva um saco de dar, deve sempre ter um saco de levar". Assim pensa a turma do bateu,levou.
Presidente Lula se reúne com Ursula Von Der Leyen, presidente da União Europeia
Assim que chegar (Nota da foto)
Lula da Silva volta da Bélgica hoje. Assim que chegar vai ter uma canceira. Segundo o Ministro Dino, seu homem da Justiça, Lula anunciará, possivelmente amanhã medidas sobre segurança no País. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciará nesta semana medidas na área de segurança pública, antecipou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em postagem nas redes sociais. Segundo ele, Lula irá “anunciar e concretizar” a ampliação de estruturas contra organizações criminosas, mais operações policiais integradas com os Estados, ampliação da presença da Segurança na Amazônia e nas fronteiras, além da liberação de recursos para Estados e municípios, “entre outras medidas”.Alias: Lula condena corrida armamentista e defende parceria justa com europeus em discurso em Bruxelas.

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