Tales: Como fica partido de Bolsonaro após plano para matar Lula e Moraes?
Após a prisão preventiva de quatro militares pela Polícia Federal suspeitos de envolvimento num plano de golpe que incluía a execução dos presidente e vice-presidente eleitos, Lula e Geraldo Alckmin, além do ministro do STF Alexandre de Moraes, o colunista Tales Faria questionou como fica a partir de agora o partido de Jair Bolsonaro. O que está ocorrendo com Bolsonaro? Muita gente que estava em torno dele está correndo risco. Todos aqueles generais do Palácio, todos eles estão de uma forma ou de outra sob suspeição. Não são poucos, generais, coronéis etc., toda aquela 'milicada' que estava em torno do Bolsonaro no Palácio, está sob suspeição. O inquérito vai avançando, aí você pega o Braga Neto, o general Heleno, todos eles que estavam do lado dele. O PL corre sério risco. Você vê no processo seguinte, o Mauro Cid foi lá e pediu R$ 100 mil ao general Braga Neto para os "kids pretos", que precisavam para a operação R$ 100 mil. O que o Braga Neto disse? Pega com o PL. A investigação vai atrás do PL... Vem cá, o PL deu o dinheiro para essa operação? Se tiver alguma prova de que o PL deu dinheiro para essa operação, será terrível para o partido. Há sérios riscos até de acabar com o partido. Porque um partido não pode participar de uma operação golpista.
Há notícias de que a sede de campanha do Bolsonaro, que era uma casa aqui no Lago Sul, depois que acabou a eleição, teria sido usada para urdir o golpe. Essa sede de campanha foi alugada pelo PL. É mais um problema para o PL. O [presidente] Valdemar [da Costa Neto], a essa altura, deve estar tentando reunir provas de que não tem nada a ver com isso. Ele precisa se desvincular o partido das articulações golpistas. Porque se tiver alguma vinculação do partido enquanto instituição da grana, do partido em articulações golpistas, o partido corre sério risco. Sem contar o caso da anistia, que praticamente já era, não tem como manter ideia de anistia pro Bolsonaro. Tem outra questão que terá que se discutir também. A questão da segurança do presidente. Isso tudo está mostrando que a figura do presidente da República no Brasil está sem segurança. Segurança, essência dos três poderes, que foi construída dentro de uma lógica da época do Niemeyer, que era de democracia, vamos tentar abrir, fazer os prédios públicos abertos ao povo, etc. Hoje em dia aquilo aberto está se mostrando como um perigo, quando você tem radicais como o Bolsonaro, mandando passar tanques em frente ao Supremo Tribunal Federal, como mandou em uma das comemorações dele durante o governo.
A frase: "Então, a política no Brasil vai sofrer grandes mudanças a partir desse momento agora, primeiro a morte da anistia. Depois disso, como ficará o partido do Bolsonaro? O Bolsonaro, propriamente dito, saindo, quem são as lideranças que vão assumir o espaço que ficará aberto, continuar existindo o espaço de conservadores até ultraconservadores que não sejam contra a democracia. Terá um espaço para essa gente". Tales Faria, jornalista.
Operação da PF compromete liderança de Jair (Nota da foto)
A Operação da Polícia Federal — que revelou um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes — deixou a direita "aturdida". Conforme relatos ouvidos pela coluna, os grupos de WhatsApp que reúnem políticos, empresários e militares de direita estão praticamente "mudos" desde a deflagração da Operação pela PF na manhã desta terça-feira (19) devido à gravidade dos fatos. No grupo da oposição do Congresso, também prevalece o silêncio, conforme relatos de deputados.
Cid cumpre ritos
Depois de conversar com a imprensa Cid Gomes recolheu o trem de pou e arremeteu, diz a linguagem dos aeronautas quando cidadão toca na pista de volta a voar. Agora é esperar pelos ritos de que tanto falou.
Ainda o "golpe das mortes"
Apenas os filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, saíram em defesa do pai. Flávio disse que "pensar em matar não é crime" e Carlos que "o único que efetivamente sofreu uma tentativa real de assassinato foi Bolsonaro".
Pedra do silêncio
Políticos próximos ao ex-presidente, como o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), não se manifestaram em público e também não quiseram dar entrevista.
Cacique: Avisei!!!
"Bolsonaro nunca se deu conta que seu ápice foi em 2018, quando se elegeu. Dali para frente ele só minguou, porque não soube liderar o país", diz um cacique político.
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