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Coluna do Macário Batista para 30 de maio de 2025




O Brasil no pós-apocalipse

Se as eleições portuguesas deixaram um odor a apocalipse, o Brasil tresanda a pós-apocalipse. O Chega ameaça ganhar uma eleição no futuro. Bolsonaro já ganhou a dele. Na altura, aliás, alguns observadores, numa estranha salada de otimismo e pessimismo, prognosticaram vantagens a prazo da vitória bolsonarista. Previram um governo do ex-deputado tão mau, tão mau – eis o pessimismo – que enterraria qualquer possibilidade de retorno dele e da turma dele – eis o otimismo. A realidade confirmou o primeiro prognóstico: no Governo Bolsonaro conviveram um ministro das Relações Exteriores que defendia o isolacionismo, um ministro da Educação que pretendia “universidade para poucos” e colocou no executivo uma dupla de pastores evangélicos que só distribuía verbas a prefeitos que retribuíssem com barras de ouro, um secretário da Cultura que reproduziu discurso de Goebbels, um ministro do Ambiente mancomunado com desmatadores e um general do exército como ministro negacionista da Saúde, o que terá causado – contabilizam os especialistas – mais de 100 mil mortes evitáveis por covid-19. Mas não confirmou o segundo prognóstico: Bolsonaro afinal ficou a menos de 2% dos votos da reeleição e continua poderoso nas sondagens mesmo depois de o Supremo sentenciar que liderou uma tentativa de golpe de estado e avalizou um plano para matar os vencedores das eleições, além de ser suspeito de ter metido ao bolso joias oferecidas por chefes de Estado estrangeiros ao Estado brasileiro. Os primeiros sinais do pós-Bolsonaro, ou pós-apocalipse, chegaram nas eleições seguintes, na forma de Pablo Marçal, um coach que chegou perto de se tornar prefeito de São Paulo usando métodos, torpes, capazes de fazer corar até o ex-presidente. Há mais sinais, entretanto, à margem da política. Um deles é o “Legendários Brasil”, grupo de cristãos novos ricos, como o pai de Neymar, que pagam fortunas para subir uma montanha e “encontrarem a melhor versão de si mesmos”, diz o lema da coisa. “O Legendários não é só sobre o homem, é sobre uma transformação para a sua família, as esposas unidas orando por eles, eles lá por nós e Deus no controle de tudo”, escreveu uma influencer ex-Big Brother, enquanto o marido, também ex-Big Brother, escalava. E ainda há a moda, já contada, dos pastores evangélicos infantis, de 8 a 13 anos, com legiões de fãs adultos que os comparam a Jesus. Valha-nos, portanto, Deus. Em Portugal, o Chega, para já, só ficou em terceiro. Mas deve passar a segundo, depois de contados os votos dos eleitores deste Brasil descrito acima.
A frase: "Quem tem com que me pague, deve e vai pagar". Atualizando os adágios.
Ato falho que fez RC morrer de rir (Nota da foto)
O ministro Camilo Santana foi ao meio fio falar de apoio a parceiros, dele, na política cearense. Disse que queria defender os interesses do Ceará também nas pessoas de Elmano, governador e Roberto Claudio, prefeito de Fortaleza. Teria esquecido o Leitão de propósito?
Quanto vale a vida
A Federal encontrou uma empresa de policiais matadores. Matariam por dinheiro. A tabela–Ministro/Judiciário, R$250.000,00;Senadores R$150.000,00; deputados, R$100.000,00 e você, cidadão comum, R$50.000,00.
Coronel preso
A PF expediu novo mandado de prisão contra o coronel da reserva do Exército Etevaldo Caçadini de Vargas, que já estava preso. Ele é suspeito de ser um dos líderes desse esquema dos assassinatos . A tabela estava na casa Caçadini.
Outro ato falho
O deputado estadual Agenor Neto discursava esta semana na tribuna da Assembleia do Ceará. Elogiava colegas por feitos até chamar a parlamentar Jô Farias de deputada Jô Soares.
Parceiras de Tia Lu
A vereadora de Fortaleza, Professora Adriana Almeida, está na disputa pela presidência estadual do PT do Ceará. Ela disputará o comando representando o "Campo da Esquerda", ligada a Luizianne Lins.
É um tal de bota-fora...
O TRE-CE determinou o afastamento imediato de Bel Júnior (PP) do cargo de prefeito de Senador Sá. Com o afastamento, a presidente da Câmara Municipal, Elany Marques, assume interinamente a chefia do Executivo.

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