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Isso interessa ao Ceará

 


ANO DE 1722 – OS ÍNDIOS DA SERRA DA IBIAPABA, APÓS RECEBEREM CARTA DO REI DE PORTUGAL, OS EXCLUÍNDO DA JURISDIÇÃO DO ESTADO DO MARANHÃO, ABANDONAM O MESTRE DE CAMPO BERNARDO DE CARVALHO E AGUIAR, NA GUERRA CONTRA OS TAPUIAS. Consta no Arquivo Ultramarino de Portugal (Brasil-Geral, Cx. 3, Doc. 0319 – PT/AHU/CU/003/003), a Ordem Régia do teor seguinte:
“Dom João, por graça de Deos, Rey de Portugal e dos Algarves, d’Aquém e d’Além mar em África, Senhor da Guiné, etc. Faço saber a vos João da Maia da Gama, governador e capitão general do Estado do Maranhão, que por ser conveniente ao meu serviço, me pareceu ordenar-vos me deis conta do estado em que se acha a execução da guerra dos índios que está encarregado o mestre de campo da conquista do Piauhy, Bernardo de Carvalho e Aguiar, e dos progressos dela (...)”.
Averbação – Resposta do governador do Estado do Maranhão ao rei de Portugal:
“O mestre de campo Bernardo de Carvalho e Aguiar, com muito zelo e cuidado trabalha (...) na conquista do Piauhy, destruindo a nação dos Percatiz e outras nações que infestavam aquele distrito, até dezembro de setecentos e vinte e dois [1722], como que chegando notícia aos índios da Serra da Ybiapaba, com que andava fazendo a guerra, de [que] Vossa Majestade os tinha isentado da jurisdição do Maranhão e do mestre de campo, o deixaram todos e se retiraram para as suas aldeias, e eu mandei recolher o mestre de campo ao Maranhão para fazer a guerra as nações dos Barbados, Guanarês, Cotins e Capinhorães que se tem aliados e andam fazendo continuas mortes e estragos, que tem padecido sem remédio os moradores do Maranhão, despovoando as suas fazendas e encurralados naquela Ilha (...). Esta guerra, se não fora a teima dos padres da Companhia [de Jesus] da Serra da Ybiapaba, com falsos pretextos e menos verdade, informando a Vossa Majestade com a promessa da Redução de tantas milhares de almas que nunca hão se reduzir, e este ano, com as ordens de Vossa Majestade e com os repetidos pretextos e requerimentos que lhes tem enviado e ao governador de Pernambuco (...), que se há de perder a “nova cristandade” (...), que o mestre de campo faz tudo que pode (...), mas que sem os índios reduzidos se não pode executar nada (...)”.
NOTA: No ano de 1721, no contexto da primeira disputa pela Serra da Ibiapaba entre o Piauí e o Ceará, o rei de Portugal, D. João V, assinou uma carta determinando que “A Serra da Ybiapaba e a Aldeya de índios della, continuasse como antes, sob a jurisdição e governo da capitania do Ceará”.
Fonte: Arquivo Ultramarino de Portugal (Brasil-Geral, Cx. 3, Doc. 0319 – PT/AHU/CU/003/003).
Por: João Bosco Gaspar – Pós-graduado em História, Cultura e Patrimônio, Tianguá – Ceará.

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