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PDT: ser ou não ser


PDT segue com articulações para definir posicionamento no Ceará

Encontros devem ocorrer entre os presidentes nacional e estadual do partido com possíveis candidatos, Roberto Cláudio e Ciro Gomes, mas ainda sem data definida

O deputado estadual Cláudio Pinho (PDT), líder do PDT na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), falou nessa quinta-feira (15) em uma perspectiva de promover a união do partido no estado, em meio às atuais incertezas nos rumos da sigla brizolista. Nessa quinta, o presidente estadual do PDT, deputado federal André Figueiredo, teve um encontro com deputados estaduais, em uma semana repleta de reuniões do dirigente partidário com lideranças e aliados políticos.

Figueiredo se reuniu pela manhã dessa quinta com os deputados Cláudio Pinho e Queiroz Filho, na sede do PDT Ceará, em Fortaleza. Os outros pedetistas na bancada estadual são Antônio Henrique e Lucinildo Frota. "Falamos sobre o partido, sobre o futuro, sobre a chapa que está sendo montada para deputado estadual e para deputado federal e, lógico, entrou na conversa a candidatura do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, como também a candidatura do ex-ministro e ex-governador, Ciro Gomes", disse Pinho ao falar com a imprensa sobre o encontro.

Segundo ele informou, André Figueiredo ficou de se reunir nos próximos dias com Roberto Cláudio e Ciro "para ver o que será feito sobre as questões partidárias", mas sem data prevista ainda. Também na reunião dessa quinta, foi discutida a possibilidade do PDT fazer ou não um alinhamento com o PT no Ceará, o que iria de encontro com o posicionamento de RC, Ciro e da bancada estadual.

Pinho tem apontado para um distanciamento entre Figueiredo e o governador Elmano de Freitas (PT), que, segundo o deputado, não tiveram novos encontros desde fevereiro, quando houve reunião entre Elmano, Figueiredo e o então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT). Até então, Figueiredo havia iniciado uma aproximação do PDT com o PT e o governo Elmano no Ceará.

"Então, eu não vejo com bons olhos que o PT queira o PDT na sua composição, haja vista que o próprio governador não chama o presidente do partido para uma conversa. Falei também na reunião que poderá ter alguma dificuldade com os parlamentares se o partido fizer coligação com o PT", relatou Cláudio Pinho.

A sigla brizolista vive um momento incerto, especialmente após a queda de Lupi do governo do presidente Lula (PT), após o escândalo das fraudes no INSS ser revelado. Após isso, o PDT rompeu com o governo federal na Câmara dos Deputados, mas mantém a aliança no Senado. No Ceará, todos os deputados estaduais fazem oposição ao governo Elmano. Em Fortaleza, a maioria dos vereadores apoia o prefeito Evandro Leitão (PT).

Pinho ainda falou que Carlos Lupi, que reassumiu o posto de presidente nacional do PDT após sair do governo Lula, deve vir ao Ceará se encontrar com Ciro para uma conversa sobre a possível candidatura do ex-ministro nas eleições de 2026, seja para presidente da República ou para governador do Ceará. Apesar de negar pretensões, o ex-ministro colocou seu nome à disposição para a disputa eleitoral.

Mudanças de partido

Apesar das articulações internas para buscar resolver os impasses, algumas das principais lideranças pedetistas no estado como Roberto Cláudio e Ciro Gomes – cotados para liderarem uma chapa da oposição nas eleições de 2026 – têm convites para filiação à nova federação União Brasil-PP e à possível fusão PSDB-Podemos, respectivamente.

Um dos maiores entusiastas da formação da chamada "União Progressista" no estado, o deputado estadual Felipe Mota (União Brasil) disse que os quatro deputados estaduais do PDT também serão convidados para se filiarem à nova federação. Ele disse que falta apenas a oficialização da legenda, que ainda não está registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para que isso ocorra. Além disso, os deputados precisam aguardar a janela partidária, em 2026, caso confirmem a mudança de sigla.

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