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Coluna do Macário Batista para 21 de julho de 2025

 


Conteúdo partilhado com: Públic
Chegou o diaDurante muito tempo desta coluna, que já passa dos 30 anos, leu os insistentes apelos em defesa dos interesses do DNOCS, um órgão mais que um bem nordestino, um artesão do desenvolvimento, guardião de valores e culturas nacionais. Fazedor de estradas, artífice de irrigações, criador de culturas orgânicas, o DNOCS implantou perímetros irrigados, incentivou e deu exemplos de hipofização de sementes na piscicultura, por fim, deu ao Nordeste e ao Brasil, ganhos monumentais de progresso e sustentação de vida no semi árido. Este DNOCS é o mesmo que juntou água para irrigar, criar gente e criar bichos, criar plantas e esperanças. E mais, muito mais se poderia dizer do DNOCS que formou gerações de técnicos, engenheiros, homens e mulheres que semearam arte e criatividade. O Brasil, este enorme celeiro de paz e trabalho, porém, lentamente foi esquecendo do DNOCS. Por muito tempo de propósito para que outros organismos assumissem lugares que o DNOCS criou. Por muito tempo, como hoje, pela incúria administrativa, pela desorganização, pelo garrote vil de seu pessoal, morrendo à mingua, sem ar, sem oxigênio, tudo matéria prima pro próprio sustento. No fim de semana passado, depois de este jornal mostrar numa reportagem doída e em lágrimas de denúncias, o DNOCS jogou a toalha. A incompetência e a inapetência, simplesmente entregaram para o Estado do Ceará, cinco de seus reservatórios históricos, notórios e auto-sustentáveis. Taí, tomem de conta. Nós não podemos dar sequer segurança para nossos bens, foi o suspiro do Departamento de Secas, contra as secas. O Ceará toma de conta daquilo que não construiu, daquilo que não ajudou a fazer e vai passar a vigiar o que não lhe pertence e agora, vender a água que não acumulou sobre um cadaver-vivo. Triste fim de uma era de ouro. Doloroso fim que lhe dão quem não soube administrar suas artérias nem o bater de seus milhares de corações pulsando pelo Brasil. Que Deus se apiede de nossas almas.



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