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Cid sobre relação política com Ciro: “estou onde sempre estive”

 


Em meio à possível candidatura de Ciro Gomes (PDT) ao Governo do Estado nas eleições de 2026, o senador Cid Gomes (PSB) afastou a possibilidade de uma reaproximação política com o irmão no atual momento. Ao comentar o assunto, Cid destacou que ele e Ciro se encontram atualmente em lados opostos na política.
“Do ponto de vista político, o que eu estou vendo hoje é que nós temos no Ceará historicamente dois polos, certo? Isso se reproduz até a nível nacional, tem um polo mais progressista e tem um polo mais conservador. Eu continuo no polo progressista, com ressalvas, tenho minhas opiniões, faço críticas a aliados meus, faço isso no privado e algumas vezes publicamente. Mas, repito, eu estou no meu campo ideológico e convivendo com as pessoas que eu convivo desde a primeira vez que eu fui candidato majoritário, em 1996, para prefeito de Sobral”, respondeu Cid após ser questionado se haveria chance de uma “reconciliação” entre ele e o irmão, tanto pessoal como política.
“Os meus aliados lá daquele tempo são os mesmos aliados de hoje. Eu fui governador por oito anos, governei com essas pessoas, eu apoiei o governo do Camilo (Santana) com essas mesmas pessoas. Então, eu estou onde sempre estive. Estou tranquilo em relação a isso”, completou o senador, que evitou comentar aspectos da relação pessoal com o irmão em público.
As declarações ocorreram durante coletiva de imprensa na última sexta-feira (22), quando Cid participou da 1ª Conferência dos Legislativos do Cariri, no Crato. O evento reuniu prefeitos, vereadores e lideranças políticas de todo o Ceará. Palestrante na Conferência, Cid falou sobre as altas taxas de juros impostas pelo Banco Central do Brasil.
A pauta une os dois irmãos Ferreira Gomes, com ambos criticando a política de juros no país. Em abril deste ano, Cid disse pensar “absolutamente” como Ciro e que “jamais” estaria em lado oposto nas questões nacionais, apesar de ressaltar as diferenças que possuem na política do Ceará.
No mês seguinte, Cid comentou sobre a possibilidade de Ciro ser candidato a governador do estado e disse que isso poderia ser “o maior constrangimento da minha vida”. Também criticou as alianças do irmão, que se aproximou de nomes da direita cearense como Capitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL). Nomes esses que Cid descartou dividir palanque.
Apoio ao projeto
Enquanto Ciro caminha para possivelmente liderar o projeto da oposição no Ceará para o próximo ano, Cid é um dos aliados mais importantes do governo de Elmano de Freitas (PT) e já declarou publicamente o compromisso de apoiar a reeleição do petista.
Aliados do senador e ex-governador ouvidos pela reportagem reforçaram que Cid tem manifestado o compromisso com o atual projeto político do Ceará. “O senador Cid sempre que se manifestou, tanto mais, assim, em particular, como publicamente, foi (no sentido) de compromisso com esse projeto que está em curso no Ceará, que é um projeto que ele se considera parte e parte importante”, falou o deputado estadual Salmito Filho (PSB).
Nesse contexto, Cid tem feito gestos demonstrando sua relação de proximidade com o governo do PT e seus aliados. Na sexta-feira (22), o chefe da Casa Civil do Ceará, Chagas Vieira, publicou uma foto nas redes sociais em que ele aparece com Cid e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT). “Mais um encontro e boas ideias com os amigos e parceiros de luta Camilo e Cid, dois grandes líderes, que têm ajudado muito o Ceará. E contribuirão cada vez mais”, escreveu Chagas sobre o encontro.
No sábado (23), Cid esteve em Tauá, sendo recebido pelo casal Domingos Filho (PSD), secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará no governo Elmano e presidente estadual do PSD, e Patrícia Aguiar (PSD), prefeita do município do Sertão dos Inhamuns.
(Por Igor Magalhães do jornal OEstadoCe)

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