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Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza Imagem: Nadson Fernandes/TJ-CE

Júri absolve 7 PMs acusados de omissão em chacina do Curió em Fortaleza

Depois de sete dias reunidos no Fórum Clóvis Beviláqua, o Tribunal do Júri decidiu absolver neste domingo os sete policiais militares acusados de omissão na chacina do Curió, ocorrida em 2015 e que vitimou 11 pessoas em Fortaleza. O julgamento da 1ª Vara do Júri, começou na segunda-feira e durou mais 75 horas entre leitura da denúncia, depoimentos, debates e votação de jurados.

Foram julgados Daniel Fernandes da Silva, Gildásio Alves da Silva, Luis Fernando de Freitas Barroso, Farlley Diogo de Oliveira, Renne Diego Marques, Francisco Flávio de Sousa e Francisco Fabrício Albuquerque de Sousa.
Segundo a denúncia, eles tinham o dever legal e poderiam ter agido para evitar a chacina, mas se omitiram. No dia, os réus estavam de serviço e em viaturas na região.
Eles foram denunciados por homicídios duplamente qualificados (por motivo torpe e mediante recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa das vítimas), além de três homicídios tentados e um crime de tortura psicológica.
Esse foi o quarto júri realizado do caso da chacina do Curió, que vitimou 11 pessoas —oito delas entre 17 e 18 anos— da região Grande Messejana, entre a noite e madrugada dos dias 11 e 12 de novembro de 2015.
Segundo o MP-CE (Ministério Público do Estado do Ceará), os agentes agiram por "vingança" após a morte do soldado Valtermberg Chaves Serpa. Entretanto, os policiais mataram pessoas sem relação com crimes. Uma das pessoas mortas tentava apenas ajudar as vítimas, mas foi alvejada com oito tiros.
No primeiro júri, em 20 de junho de 2023, houve a condenação de quatro policiais, que pegaram 275 anos e 11 meses de cadeia, cada um. Foram condenados: Antônio José de Abreu Vidal Filho, Marcus Vinícius Sousa da Costa, Ideraldo Amâncio e Wellington Veras Chagas.
O segundo júri ocorreu em 29 de agosto de 2023, e oito policiais foram absolvidos.
Já o terceiro, entre 12 e 16 de setembro do mesmo ano, resultou em cinco absolvições, duas condenações e uma desclassificação de crime de homicídio.
A maior pena foi do PM José Oliveira do Nascimento, condenado a 210 anos e 9 meses pelos crimes de homicídio qualificado (9 vezes), homicídio simples (2 vezes), tentativa de homicídio qualificado (2 vezes), tentativa de homicídio simples (1 vez), três torturas físicas e uma tortura mental.
Já José Wagner Silva de Souza foi condenado a 13 anos e 5 meses pelo cometimento de duas torturas físicas e uma mental, além da perda do cargo de policial militar, após o trânsito em julgado. Os demais policiais foram absolvidos.
Um quinto júri está agendado para 22 de setembro de 2025, quando três policiais sentam no banco dos réus.

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