Ciro Gomes se filia ao PSDB e mira eleições para governo do Ceará
Oficialização da filiação ocorreu em um evento promovido pelo partido em Fortaleza
O político e ex-Ministro Ciro Gomes se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em um evento promovido pelo partido nesta quarta-feira (22), em Fortaleza. A ideia é que ele concorra às eleições para governador do Ceará pelo partido em 2026, um nome forte para disputa contra o atual mandatário, Elmano de Freitas (PT).
Confira: Ciro Gomes deixa o PDT e mira retorno ao comando do Ceará
Ciro se desfiliou do Partido Democrático Trabalhista (PDT) na última sexta (17), sigla da qual fez parte por 10 anos, inclusive nas disputas presidenciais de 2018 e 2022.
Durante o ato de filiação ao PSDB, Ciro Gomes destacou o papel de Tasso Jereissati, presidente da sigla no Ceará, em sua decisão de ingressar no partido. Ele disse ter recebido do senador “o convite mais generoso”, ao chamá-lo para “recomeçar a vida pública” na legenda tucana.
Retorno ao PSDB
O político já foi filiado ao PSDB anteriormente, entre 1990 e 1997. Foi pelo partido que ele se elegeu governador do Ceará em 1990, antes de se tornar ministro da Fazenda durante a presidência de Itamar Franco.
Agora, 28 anos depois, Ciro volta à sigla com foco no estado em que fez sua base política, para uma nova disputa ao governo do Ceará. Segundo analistas políticos do Poder 360, sua decisão de se desligar do PDT foi motivada por do apoio do partido à reeleição do petista Elmano de Freitas como governador cearense em 2026.
Em sua carreira política, Ciro Gomes já se filiou a sete partidos diferentes: PDS (1982–1983), PMDB (1983–1990), PSDB (1990–1997), PPS (1997–2005), PSB (2005–2013), PROS, (2013–2015) e PDT (2015–2025). Seu retorno ao PSDB em 2025 se configura como a oitava filiação.
Ciro aproveitou o discurso para fazer uma defesa do espírito público e do diálogo entre diferentes correntes políticas. Ele reconheceu que há divergências entre as lideranças cearenses, mas disse que isso não deve ser motivo de afastamento. “Nós não devemos ter medo de afirmar com honestidade e humildade ao povo do Ceará que temos diferenças”, disse.
Segundo ele, o país vive “um ambiente passionalizado, marcado pelo ódio e pela despolitização” , e superar esse cenário exige generosidade para compreender o que une, apesar das divergências. “Precisamos trazer de volta ao centro do nosso caminhar político algo que saiu de moda: o espírito público” , disse.
Ao contrário do PDT, Ciro tem se aproximado da oposição do governo Lula desde o ano passado. Neste ano, o político já apoiou candidaturas de políticos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No evento em que se filiou ao PSDB, grandes nomes da oposição, como o deputado federal André Fernandes (PL-CE) e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (União), estiveram presentes.
Críticas ao PT
Assim como os que discursaram antes dele, como o líder do PSDB no Ceará, Ciro teceu críticas às coligações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo Partido dos Trabalhadores. Citou as chapas recentes feitas por alas de direita, consideradas de oposição, como do atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).
Ciro destacou que, no Ceará, as divergências políticas devem ser tratadas com respeito e espírito fraterno. “Do Ceará para frente é quase tudo afinidade e algumas desavenças que nós vamos amadurecer fraternalmente”, disse.
Em tom firme, Ciro também afirmou que suas alianças locais se baseiam na integridade: “Aqui não tem ladrão. E lá, dá para dizer isso?” , alfinetou as coligações feitas por Lula.
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