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O perigo que ronda sua garrafa

 Bebidas alcoólicas adulteradas: rótulos e etiquetas podem ajudar a evitar fraudes e casos de intoxicação no país

Consumidores e estabelecimentos devem ter atenção às embalagens e possíveis indícios de falsificação e violação, como lacres rompidos e ausência de informações sobre a procedência dos produtos

Nos últimos dias, casos recorrentes de bebidas alcóolicas adulteradas e contaminadas por metanol, uma substância potencialmente tóxica e de difícil identificação, foi responsável por uma série de casos graves de saúde e até mesmo óbitos, especialmente na capital paulista e região. Embora a prática não seja inédita – um estudo conduzido pela Euromonitor International para a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) mostrou que o mercado ilegal de álcool no Brasil impõe um custo R$28 bilhões à saúde pública do país – as recentes repercussões têm colocado autoridades e consumidores em alerta.

De acordo com um levantamento do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp (Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo), divulgado em abril de 2025, a prática é responsável por 36% do volume de bebidas destiladas comercializadas no Brasil. A ação gera não só um risco à vida da população, como também impactos financeiros e compromete a reputação das marcas que têm seus produtos violados e falsificados. Para o consumidor, cuja exposição pode ser fatal, Keyse Ramalho, gerente de desenvolvimento de negócios da Avery Dennison, ressalta alguns pontos de atenção que devem ser observados, especialmente nas embalagens.

“Os rótulos e embalagens já dizem muito sobre os produtos, especialmente quando pensamos em um setor que nos últimos anos investiu fortemente em soluções com alta tecnologia agregada para ajudar a identificar as adulterações. Embalagens com rótulos mal impressos ou com erros, lacre violado e ausência de dados básicos como CNPJ, lote ou validade, somam fortes indícios de bebidas falsificadas; além, é claro, de características atreladas à própria bebida, como alterações de cor e odor”, explica a executiva.

Ainda de acordo com Keyse, existem soluções autoadesivas aplicadas ao desenvolvimento da embalagem que ampliam a margem de segurança em diferentes frentes, como antiviolação, antifalsificação e rastreabilidade. O uso de rótulos e etiquetas autoadesivas, aliado a tecnologias inteligentes como RFID, QR Code serializado ou NFC — ainda recentes e pouco utilizadas no mercado de bebidas — possibilita manter a rastreabilidade, identificar e inibir tentativas de adulteração ou substituição do conteúdo da embalagem, além de garantir o acompanhamento em todo o processo. Dessa forma, o consumidor passa a ter mais segurança e confiança na autenticidade do produto que consome.

“Por isso é tão importante ter atenção ao conteúdo e à embalagem, antes de iniciar o consumo. Mais do que um recurso estético, rótulos, etiquetas, tags de rastreabilidade e lacres funcionam como uma camada extra que aumenta a proteção, garantindo que o produto chegue ao consumidor nas mesmas condições em que saiu da fábrica. Marcas confiáveis investem continuamente em soluções que unem originalidade, qualidade e segurança, adotando tecnologias capazes de dificultar fraudes e oferecer sinais visíveis de violação. Assim, ao observar uma embalagem íntegra e com informações claras sobre procedência, lote e validade, o consumidor tem um indicativo importante de que está adquirindo uma bebida autêntica e segura”, complementa Keyse.

Para ilustrar, a executiva usa como exemplo as etiquetas e rótulos autoadesivos de alta tecnologia oferecidos pela companhia, entre eles, soluções de segurança como as da categoria VOID (etiquetas que ao serem removidas revelam a palavra que identifica conteúdo violado “VOID”).

“Outras opções são os lacres de segurança, que se rompem ao serem removidos, evidenciando a abertura da embalagem; as etiquetas security label, produzidas com papel de segurança que contém fibras coloridas visíveis e fibras fluorescentes perceptíveis apenas sob luz UV; além das etiquetas inteligentes, como NFC, QR Code e RFID, que permitem a rastreabilidade da bebida e fornecem informações relevantes ao consumidor”, conclui.

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