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Kotscho: Fim da linha para os Bolsonaro. E vida que segue
Ricardo Kotscho-Colunista do UOL
O ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar na casa dele em Brasília
Imagem: Sergio Lima - 11.set.2025/AFP
A reunião de Mauro Vieira com Marco Rubio esta semana, sem que o nome do clã golpista sequer fosse citado, teve um caráter simbólico: pode ter sido a última pá de cal na tentativa dos Bolsonaros de um dia voltar ao poder no Brasil, com a ajuda dos Estados Unidos. Melhor assim: a nação agradece.
Se só Trump poderia salvar o ex-presidente condenado, como disse outro dia Valdemar Costa Neto, o dono do PL, então agora não há mais nenhuma esperança, chegou o fim da linha, acabou, the game is over. O ar até já ficou mais respirável.
Foram quase sete anos de protagonismo tóxico, desde a posse do capitão Jair em 2019, que abalaram a democracia brasileira e quase nos levaram a uma nova ditadura, mas agora chegou a vez de fechar as cortinas e tirar essa gente do noticiário político para voltarmos à normalidade institucional.
Em novembro, o processo contra os golpistas deve transitar em julgado no STF, com a prisão em regime fechado de todos os condenados. O mal que os Bolsonaros e seus comparsas fizeram ao sistema político, à economia, às Forças Armadas e à vida em sociedade é impagável. Mas é página virada.
Cabe agora ao Congresso Nacional enterrar de vez essa conversa de anistia, dosimetria, indulto ou o nome que tenha, e colocar na pauta o que realmente interessa ao povo brasileiro. Só assim poderá recuperar a credibilidade perdida. Aos eleitores, caberá a tarefa de completar a limpeza ética, não reelegendo os parlamentares cúmplices do bolsonarismo. Guardem bem seus nomes.
A polarização só interessa aos derrotados. Em 2026, teremos a grande oportunidade de mobilizar a sociedade civil para debater projetos capazes de enfrentar a nossa enorme desigualdade social e combater o crime organizado que se infiltrou em todas as instâncias da vida nacional nos últimos anos.
Esta será a eleição mais importante desde a redemocratização para desenhar o país que queremos, sem as amarras do passado e de olhos abertos para o futuro. O caminho agora está livre, só depende de cada um de nós. A política não pode ser dominada só pelos políticos. Nossa grande arma são as urnas.
Em tempo: espero que tenha sido minha última coluna sobre esse assunto.

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