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Com a China como destaque, Ceará ganha força e exportações sobem 47,4%


O mais recente Ceará em Comex, estudo de inteligência comercial produzido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), revela um quadro de forte dinamismo do comércio exterior cearense em 2025, com destaque especial para a China. O país asiático consolidou-se como um dos principais destinos dos produtos locais e registrou um salto expressivo nas compras: foram US$ 68,2 milhões em importações de itens cearenses, um crescimento de 40,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O avanço não é isolado e reflete uma combinação de diversificação da pauta exportadora e ganho de competitividade de cadeias industriais e naturais do Estado.
O bom desempenho na relação com a China se insere em um contexto mais amplo de recuperação do comércio exterior cearense. Entre janeiro e outubro de 2025, as exportações do Estado somaram US$ 1,88 bilhão, avanço de 47,4% frente ao mesmo período de 2024. Esse resultado foi sustentado principalmente pela siderurgia, que segue como carro-chefe da pauta exportadora, e pelo desempenho consistente de cadeias agroindustriais como frutas, ceras vegetais, castanha de caju e pescados. A combinação entre indústria pesada e produtos agroindustriais reforça a diversidade da base exportadora cearense. Do lado das importações, o movimento foi em sentido oposto. No mesmo intervalo, o Ceará registrou US$ 2,33 bilhões em compras externas, queda de 11,7% em relação ao ano anterior.
A expansão do mercado chinês para o Ceará se apoia em alguns produtos-chave. As rochas ornamentais despontam como um dos destaques, com embarques que somaram US$ 18,8 milhões e alta de 292,2%, reforçando o potencial do segmento de quartzitos e outros materiais de revestimento em projetos de construção e acabamento de alto padrão. As ceras vegetais, especialmente a carnaúba, permaneceram como um dos pilares da relação comercial: foram US$ 18,3 milhões em vendas, crescimento de 18,9%, confirmando a relevância histórica da cadeia carnaubeira para a pauta exportadora cearense.
Outros segmentos também desempenharam papel importante. Os pescados alcançaram US$ 13,7 milhões em exportações para a China, demonstrando a força da atividade pesqueira e aquícola no Estado, enquanto o setor de calçados registrou US$ 4,3 milhões em vendas e um expressivo aumento de 102%. A indústria calçadista, que há décadas integra a base produtiva cearense, mostra capacidade de reposicionamento em mercados exigentes, aproveitando nichos específicos de demanda e a competitividade do parque industrial local.
A análise por NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) ajuda a detalhar esse movimento. As ceras vegetais classificadas no código 1521 somaram US$ 18.252.007 em exportações, alta de 18,8% em relação ao ano anterior. Já os quartzitos cortados ou desbastados, enquadrados no NCM 2516, registraram US$ 16.768.088 e uma impressionante elevação de 416,5%. Esses números mostram que não se trata apenas de aumento de volume, mas também de maior inserção em faixas de produtos com maior valor agregado e demanda estável em mercados internacionais.

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