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Tráfico levou quase metade de fósseis de berço dos dinossauros no Brasil

 


Pesquisadores brasileiros publicaram um artigo em que fazem um inventário de fósseis de invertebrados traficados ilegalmente da Bacia do Araripe, no Nordeste, e que hoje estão em coleções estrangeiras. A prática, conhecida como colonialismo científico, tem causado a dilapidação do patrimônio paleontológico brasileiro e é criticada por especialistas, que lutam pela repatriação.
Os pesquisadores publicaram o estudo na revista Paleontologia Eletrônica, citando que identificaram 225 tipos de fósseis fora do país —77% deles na Alemanha e nos Estados Unidos—, o que representa quase metade (45,9%) das 490 espécies documentadas em publicações feitas até hoje com base em material retirado da região.
A Bacia do Araripe abrange o sul do Ceará, o oeste de Pernambuco e o leste do Piauí, e é um dos sítios paleontológicos mais importantes do mundo pelos fósseis bem preservados do período Cretáceo. A maioria deles são insetos (hexápodes), que viveram na região entre 145 e 66 milhões de anos atrás.
"As precárias condições socioeconômicas da região, contudo, são frequentemente exploradas por indivíduos envolvidos na extração e tráfico ilícitos de fósseis. Tais espécimes são frequentemente estudados e descritos com mínima ou nenhuma colaboração com cientistas de sua região de origem", citam os pesquisadores no artigo.
Países onde estão os fósseis brasileiros:
Alemanha - 91
Estados Unidos - 84
França - 15
Japão - 12
Itália - 5
Reino Unido - 4
Polônia - 2
Canadá - 1
Espanha - 1
Outro dado preocupante citado no estudo é que 95% desses 225 holótipos foram descritos sem a coautoria de cientistas brasileiros, caracterizando a prática conhecida como "ciência paraquedas".
Não esquecer que há cerca de 10 anos, publiquei aqui, e na coluna do jornal OEstadoCE, foto de fossil do Araripe, numa feira de meio de rua na cidade de Lisboa, em Portugal.

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