Conteúdo partilhado com: PúblicoPL suspende conversas para apoio a Ciro após críticas de Michelle
O PL Nacional decidiu suspender por tempo indeterminado as negociações no Ceará com o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) que vinham sendo articuladas para uma possível aliança visando as eleições de 2026. O presidente estadual do PL, o deputado federal André Fernandes, afirmou que o partido vai dar "uma pausa" e repensar essas articulações.
"O presidente Bolsonaro havia me autorizado lá atrás a tentar essas articulações, mas ao que tudo indica, pelo momento, nós vamos dar uma pausa, nós vamos repensar. Vamos analisar um futuro melhor para o Estado do Ceará e eu agradeço a confiança de continuar à frente nessa articulação. Espero poder ajudar e contribuir para que o Ceará se livre do PT no Estado, mas também possa dar a parcela de ajuda nacionalmente", falou André. Ainda segundo o deputado cearense, "não tem prazo" para o fim dessa suspensão.
As declarações ocorreram em coletiva de imprensa, em Brasília, nessa terça-feira (2), logo após uma reunião da cúpula nacional do PL, motivada pelo episódio em Fortaleza no último domingo (30), quando a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) criticou publicamente a aliança com Ciro no estado e defendeu apoio à pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) para o Governo do Ceará.
André atribuiu as divergências internas que foram expostas no final de semana a um "ruído de comunicação", já que, apesar do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Michelle não estava ciente das articulações do PL no Ceará. O parlamentar reforçou que a aproximação com Ciro recebeu o aval de Bolsonaro e de outras lideranças nacionais do PL desde que tiveram início, ainda no segundo turno das eleições municipais em Fortaleza, em 2024.
"Essas articulações com Ciro Gomes, que vem se colocando aí como oposição, que tem feito oposição ao governo do PT no Ceará e, mesmo que não tenha dito ainda que é pré-candidato ao Governo do Estado do Ceará, é o que está posto aí por muita gente. Então, a gente avançou nessas articulações, tentando sim fazer uma articulação para derrotar o PT no Ceará. O presidente Bolsonaro desde sempre ciente disso".
Estiveram presentes na reunião do PL dessa terça-feira, além de André, Michelle, o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, e os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Rogério Marinho (PL-RN). Na coletiva, André esteve acompanhado de Flávio e Marinho. Os dois deixaram claro que André tem a confiança da cúpula nacional do PL e segue como responsável por liderar as articulações do partido no Ceará para as eleições do próximo ano. "Faremos essa composição em conjunto, acato a ordem do diretório nacional, do presidente Valdemar e do presidente Bolsonaro", disse André.
Realinhamento
O filho mais velho do ex-presidente Bolsonaro fez diversos elogios a André e também à Michelle, tentando demonstrar unidade das lideranças do PL após os acontecimentos no Ceará. "Duas pessoas querendo acertar, trabalhando com a verdade, buscando uma composição para derrotar o PT no Ceará", falou Flávio sobre o episódio durante o lançamento da pré-candidatura de Girão.
"A gente viu o que aconteceu e agora já conversamos, não vai acontecer novamente. A gente vai cada vez mais tomar o cuidado de fazer as nossas composições sempre ouvindo quem são nossas lideranças nos estados e o André vai continuar seguindo nesse trabalho de buscar a melhor composição para que a gente consiga lá no Ceará ter um desempenho melhor".
Michelle não deu entrevista após a reunião, mas postou nas redes sociais fotos do encontro e escreveu: "Com oração, conversa sincera e união, o Brasil tem solução!".
Toda a reviravolta no PL ocorreu após dois dias de briga pública entre Michelle e os filhos de Bolsonaro - Flávio, Carlos e Eduardo -, que explodiu depois do episódio no Ceará, revelando uma crise no PL Nacional em meio ao vácuo de liderança com a prisão do ex-presidente.
Por Igor Magalhães
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