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Vamos à Polânia

Papa anuncia que próxima Jornada Mundial será na Polônia em 2016
Evento será em Cracóvia. Missa de Envio encerrou a JMJ; multidão tomou as areias de Copacabana no encerramento da Jornada.

Opinião

Algazarra do bem, por Zuenir Ventura

Zuenir Ventura, O Globo
Além dos milagres já anunciados — fazer os brasileiros se apaixonarem por um argentino e, mais, um argentino humilde, alguém conhece outro? — o Papa Francisco está promovendo um espetáculo ao qual nem as nossas mais famosas festas pagãs, o carnaval e o futebol, nem o réveillon, que é meio profano, meio religioso, se equiparam em fervor e alegria natural (sem o estímulo etílico).
Levar 500 mil pessoas às areias encharcadas de Copacabana num dia e, no seguinte, o dobro disso para assistirem a demoradas cerimônias religiosas debaixo de uma chuva cortante e sob um frio desconhecido, que parece ter sido trazido na mochila dos peregrinos noruegueses, é um feito inédito.
Ele atribuiu à força da fé essa afluência de multidões molhadas para vê-lo, ouvi-lo e, quando possível, tocá-lo. De fato, tirar as pessoas de casa ou dos alojamentos para enfrentar um trânsito caótico que não poupou nem o Sumo Pontífice na chegada, suportar pane do metrô e falta de ônibus, entrar em filas intermináveis para obter senhas, acordar de madrugada, aguentar enfim estoicamente a indesculpável desorganização de um evento previsto há meses, só mesmo por milagre. Bote fé nisso!
“Sempre ouvi dizer que os cariocas não gostam do frio e da chuva, mas vocês estão mostrando que a fé é mais forte que o frio e a chuva”, ele discursou ontem na comunidade de Manguinhos.
Por modéstia, não acrescentou que, tanto quanto a fé, há o seu carisma e incrível capacidade de mobilizar as massas, empolgá-las e seduzi-las com palavras e gestos, graça e humor. E a resistência física?

 Foto: Heitor Feitosa

Enquanto o acompanhava pela TV na Missa da Acolhida em Copacabana, que demorou até a noite, tive que levantar para ir ao banheiro umas duas vezes, e ele lá, após um dia exaustivo, ouvindo e falando, falando e ouvindo durante horas, sem tomar um copo d’água e, pior, sem poder dizer: “Um instantinho que vou lá dentro e volto já.” Representante de Deus na Terra, ele com certeza não está submetido às necessidades terrenas de reles pecadores como eu.
Outro destaque. Nesse espetáculo em que Francisco é o protagonista, há um ator ao mesmo tempo personagem e plateia: os peregrinos daqui e de fora. Temia-se que essa invasão de forasteiros da Jornada Mundial da Juventude tumultuasse o Rio, o que levou muita gente a sair da cidade. Eu mesmo pensei em fazer isso. Pois esses jovens barulhentos e vibrantes, cantando e pulando pelas ruas, em vez de tumulto, promoveram uma pacífica algazarra do bem.

Opinião

O poder do Papa, por Luis Fernando Veríssimo
Os Papas já tiveram o poder de reis. A história da Europa é, em grande parte, a história desta divisão de poder, e da luta entre os dois absolutismos, o dos Papas e o dos monarcas. O Geoffrey Barraclough (historiador favorito do Paulo Francis quando este ainda era de esquerda e escrevia no “Pasquim”) tinha uma tese segundo a qual a rivalidade de Roma com os reis explicava a superioridade da Europa sobre as sociedades orientais, que já eram civilizadas quando a Europa ainda era terra de bárbaros, mas governadas por dinastias antigas, rígidas e incontestadas, e por isso paradas no tempo.
Na Europa, quem não quisesse se submeter a uma monarquia tinha a opção de se submeter à Igreja. A troca era de um império teocrático por outro, claro, mas criou-se o hábito de dissidência e de pensamento dialético, prólogo para o desenvolvimento científico que viria depois, apesar do obscurantismo da Igreja. E a opção determinou que a Europa não fosse um império monolítico, e sim uma coleção de pequenos Estados.
Acima de tudo, o pluralismo reforçou a independência e a importância das cidades comerciais — Milão, Palermo, Gênova, Veneza, Marselha, Barcelona, Antuérpia, Southampton, Lisboa, as cidades da liga hanseática (o primeiro ensaio de um mercado comum europeu) etc. —, cuja competição impulsionaria as descobertas e a expansão colonial. Tudo isto porque os Papas eram iguais aos reis, inclusive na pretensão de representarem a vontade de Deus na Terra, com exclusividade.
Dizem que certa vez Stalin reagiu à notícia de que o Vaticano o teria reprovado, por alguma razão, com a pergunta desdenhosa: “E quantas divisões tem o Papa?” Desde que perdeu seu poder que rivalizava com o dos reis, o Papa só tem a seu dispor a Guarda Suíça, e assim mesmo para fins decorativos. Mas o Vaticano é o grande exemplo de um Estado cuja potência não se mede com armas — pelo menos não com armas convencionais.
Atualmente, a julgar pela recepção que ele teve no Brasil, o arsenal do Vaticano se resume ao sorriso simpático de um homem. A Igreja não tem mais a relevância política e histórica que teve antigamente e sacrificou muito da sua autoridade moral com posições retrógradas e escândalos financeiros e sexuais. Mas a emoção das multidões que ele mobilizou serviria como uma resposta ao Stalin.

Luis Fernando Veríssimo é escritor.

Argentino da Bahia

  • Vale o quanto mede

    Vale o quanto medeO prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM-BA), há alguns anos, motivava muitas piadas em Brasília quanto a sua arrogância, à semelhança do avô ilustre. Em conversa para a qual pediu reserva, certa vez um famoso pefelista catarinense observou:

    - O garoto tem alma de argentino…

    O repórter não entendeu e o parlamentar complementou a ironia:

    - …ele não vale nem metade do que acha que vale.

Estado laico?


Marcha das Vadias se mistura a peregrinos católicos no Rio
Protesto reúne cerca de 450 pessoas em Copacabana
Manifestantes defendem Estado laico e protestam contra Estatuto do Nascituro
Manifestantes defendem Estado laico e protestam contra Estatuto do Nascituro
Em meio a comoção nacional com a visita do papa Francisco, centenas de pessoas foram às ruas, na tarde deste sábado (27), para participar da Marcha das Vadias na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio. O ato reúne cerca de 450 pessoas e se mistura aos peregrinos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que aguardam o início da vigília.
Bandeiras do movimento LGBT e de partidos políticos são vistas no local. Algumas manifestantes levam cartazes com frases como “Meu corpo não pertence à Igreja” e “Sou cristão e apoio a Marcha das Vadias”, enquanto outras exibem os seios nus.
O objetivo da marcha é combater a violência contra as mulheres e os casos de abuso e estupro que têm aumentado no país. O tema deste ano é “Quebre o silêncio”, para incentivar mulheres a denunciar os crimes de violência doméstica. Em 2012, mais de 2.000 pessoas participaram do evento, segundo estimativa dos organizadores.

Manchetes deste domingo

- Globo: Paes quer centralizar decisões para evitar falhas na Copa e nos Jogos
- Folha: Lula não vai voltar porque nunca saiu, diz Dilma Rousseff
- Estadão: ‘Futuro exige reabilitar a política’, diz Francisco
- Correio: Papa diz que futuro exige a reabilitação da política
- Estado de Minas: Os dez mandamentos de Francisco
- Jornal do Commercio: O argentino que encantou o Brasil
- Zero Hora: Avanços e alertas nas casas noturnas do RS
- Veja: Papa Francisco no Brasil – ‘Quero que a Igreja vá para as ruas’ (Pág. 1)
- Época: Exclusivo: A espionagem digital dos Estados Unidos
- IstoÉ: Escândalo no metrô – A fabulosa história do achaque de 30%
- IstoÉ Dinheiro: A redescoberta da indústria do sexo
- CartaCapital: Cabral: Rio o vilão da hora

Domingo de Claudio Humberto

  • Os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e José Genoino (PT-SP) já torraram mais de R$ 8,5 milhões do contribuinte de 2011 para cá. Além de altos salários e mordomias como motorista e imóvel funcional em área nobre da capital, condenados vão à forra com passagens aéreas, combustível, escritórios de apoio, segurança particular, consultorias e pesquisas.

  • Em tempos de espionagem, deputados, que deveriam ser ex, gastaram com telefone R$ 207.084,78. Devem ser conversas com os advogados.


  • A coisa deve estar feia para Costa Neto. Nem os R$ 0,30 de carta comercial enviada em maio de 2013 escaparam. Foi pra nossa conta.


  • Genoino recebe alimentação regrada do SENAC, tudo reembolsado, até os R$ 12 gastos na escapadinha com pão de queijo no aeroporto.


  • A PF vai revistar o avião do presidente encrenqueiro da Bolívia Evo Morales antes ou depois da missa com o Papa neste domingo?

  • A Câmara Municipal de Olinda deu o título de cidadão honorário a Antonio Campos, especialmente pelo seu trabalho como organizador da Festa Literária de Porto de Galinhas – que, aliás, fica em outro município. A bajulação faz justiça a Antonio, que, irmão do governador Eduardo Campos, assegurou patrocínio de R$ 3,5 milhões da Empetur, empresa do governo estadual, para a tal Fliporto, em novembro.

  • Antonio Campos já recebeu parcela de R$ 2,625 milhões do patrocínio da Empetur, conforme comprovante ao qual esta coluna teve acesso.

    O ex-über empresário Eike Batista fechou o site com o nome dele e desistiu do Twitter, onde tinha quase quatro milhões de seguidores.

  • É praticamente certa a saída da deputada distrital Eliana Pedrosa do PSD para o PSDB, partido pelo qual concorrerá as eleições de 2014.


  • Como muitos que tentam negócios no governo federal, o consórcio Inframerica, que administra o de Brasília, pediu bênção a Lula para ganhar a concessão do aeroporto do Galeão ou Confins. Mas Dilma, dona da caneta, anda irritada com o ritmo lento das obras na capital.

  • A tentativa por decreto de quebrar sigilo de internautas para identificar vândalos rendeu apelido de adversários ao governador Sérgio Cabral (PMDB): “Obama do Engenho Novo” (subúrbio do Rio onde nasceu).

  • Militares teriam sugerido a Candelária para o encerramento da visita do Papa, diz o ex-prefeito Cesar Maia (DEM-RJ). Palco de memoráveis protestos, foi preterido pelas autoridades religiosas e pelo governo.

  • Virtual candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB-PE) aproveita a calmaria em Brasília – com o recesso branco no Congresso – para viajar o interior de Pernambuco, já de olho em fazer sucessor em 2014.


  • Alvo de críticas por suas declarações homofóbicas, o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos, tem fugido das câmeras: “A hora é de submergir”, explica.


  • O núcleo do PT na Educação pressiona o Planalto a negociar sobre o projeto que destina royalties do petróleo à educação e saúde. Muitos votaram constrangidos com o governo, e outros boicotaram a votação.

  • O deputado Fernando Ferro (PT-PE) já recolheu 130 assinaturas para criar a CPI da Espionagem Americana. Ele quer saber qual o “real estado de segurança das vias de comunicação”.

  • Presidente do PSDB-DF, Eduardo Jorge mantém segredo sobre 2014: “Temos que agregar todo mundo que é contra o PT. Se eu disser que fulano é candidato ao governo, ninguém vem para o partido”.

  • Curiosidade da pesquisa Ibope/CNI: a badalada reforma política para aliviar a barra dos políticos preocupa apenas 1% dos entrevistados.

Bom dia

Sim, nem todo domingo é assim. Também nem em todo domingo habemus Papam.

Opinião

Editorial de hoje do Diario do Nordeste

Violência banalizada

Publicações científicas internacionais vêm denunciando, de forma reiterada, a crescente banalização da violência por meio de filmes e "games", destinados a crianças e adolescentes, como uma das principais causas do aumento dos índices de criminalidade entre os mais jovens.
Em decorrência do cada vez mais elevado número de delitos cometidos por menores, recrudescem as polêmicas nacionais em torno da redução da maioridade penal, com argumentos fortalecidos pela constatação de que os níveis de delinquência se elevam na mesma proporção em que crianças e adolescentes são absorvidos pelos extensos tentáculos do tráfico de drogas, entre outros agravantes.

Os filmes e "games", que alcançam todas as classes sociais e também fazem referências, ainda que veladas, ao uso de drogas, são realizados por grandes estúdios produtores de audiovisuais, com acabamento de boa qualidade, a despeito do conteúdo potencialmente pernicioso. Os responsáveis por tal apologia à violência alegam, em sua defesa, dentre outras coisas, que tentam passar à juventude uma imagem mais aproximada da realidade atual, eivada por tipos variados de truculência e agressividade.

Por mais estranho que possa parecer, a indústria exploradora de filões inspirados pela violência tem seus defensores, que tentam desvincular qualquer influência de tais produtos sobre o que se registra, de forma lamentável, no cotidiano de vários países e, em particular, nas grandes cidades brasileiras.

Recente pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, afirma que, ao contrário do que habitualmente se pensa, as produções com cenas sangrentas e agressivas concorrem para reduzir impulsos criminosos, funcionando como uma catarse psicológica que supostamente acalmaria, no nascedouro, índoles transgressivas.

Seriam minimizados, nessa hipótese, os instintos violentos dos jovens, por meio de um processo de identificação com os atos perpetrados através das imagens, os quais aplacariam sua agressividade latente.

Em todo o mundo, educadores e psicólogos se insurgiram com a esquisita teoria oriunda da renomada universidade estadunidense, citando diversos outros tipos de atividades, plenamente saudáveis e construtivas, que podem concorrer positivamente na formação de um caráter, sem recorrer a personagens e circunstâncias contaminados por desnecessária violência.

Em fatos bem atuais, como o das tumultuadas passeatas de protestos realizados em todo o País, tem havido uma maciça participação de jovens, a maioria constituída por partidários de uma manifestação pacífica, mas, também, com a presença de outros moços visivelmente contaminados pela obscura compulsão de destruir e praticar atos de vandalismos contrários a qualquer noção de democracia e civilidade.

O germe da violência sempre é moldado a partir de maus exemplos encontráveis no dia a dia, inclusive na banalização gerada pela massificação de formas dúbias de lazer, entre as quais se encontram os audiovisuais criados para a juventude com evidentes e capciosos apelos de má-fé. Os reflexos se fazem sentir, obviamente, em fatos aparentemente desconectados, como os conflitos registrados na realização de competições esportivas e, até mesmo, numa reivindicação de direitos que se deveria caracterizar pelo aspecto ordeiro e pacifista condizentes com os anseios da população brasileira.


Penso eu - Neste momento (08;36 da manhã do dia 27.07.2013) Heitor Férrer, a convite da Rádio Verdes Mares comenta o assunto com foco no Ceará.

Está nos faces da vida

"Um jovem guerreiro entregou sua vida em nome da sociedade cearense. Onde estão as Instituições que estão sempre prontas a apontar falha da Polícia, neste momento de dor?
Onde estão os carrascos que a todos a dúvida é possível, aos policiais não?
Onde estão aqueles que generalizam e nos denominam de corruptos, como se suas Instituições fossem imaculadas e não fosse constituídas de homens com suas virtudes e defeitos, como nossa sociedade doentia?
Onde estão aqueles que gritam em virtude de um policial ter usado balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar um grupo de marginais mascarados e organizados?
Mais uma vez serão aqueles que viram policiais serem agredidos, queimados e assassinados e permaneceram no mais absoluto silêncio?
Vá ao encontro dele JOVEM GUERREIRO HEYDER, seus companheiros CHORAM POR VOCÊ!!!"


Policiais choram o assassinato do companheiro.