Contato

Bom dia





Se um nazista se senta à mesa com dez pessoas e ninguém se  levanta, então há onze  nazistas.
É um velho ditado alemão.

Opinião

É possível vencer a criminalidade


A segurança pública é um desafio no país inteiro. Todos os estados enfrentam o problema da violência, que se agravou principalmente por conta do tráfico de drogas e da desorganização do sistema penitenciário. Por todo o país, presídios se transformaram em escritórios do crime, onde bandidos, mesmo presos, passaram a comandar seus negócios ilícitos do lado de fora, a determinar execuções de inimigos e a espalhar o terror nas ruas.
No Ceará, decidimos enfrentar essa realidade com firmeza, planejamento e ação, atuando em três frentes: reforço da estrutura policial, reorganização do sistema penitenciário e mais investimentos em prevenção social para evitar que pessoas em situação de vulnerabilidade sejam recrutadas pelo crime.
Depois de contratar mais de 10 mil profissionais de segurança, investir em equipamentos, inteligência e tecnologia, criamos em 2018 uma secretaria exclusiva para comandar os presídios. Em janeiro do ano passado, fizemos uma forte intervenção no sistema, endurecendo as regras, acabando com a comunicação dos presos, fechando cadeias vulneráveis, isolando e transferindo lideranças e combatendo regalias.
A reação dos bandidos, naquele momento, veio através de ataques criminosos nas ruas, para aterrorizar a população e intimidar o governo. A estratégia do crime não funcionou. O Ceará reagiu com mais força ainda, não recuou um milímetro das medidas tomadas e, numa ação coordenada, com o apoio dos poderes constituídos, inclusive do governo federal, mostrou que o comando será sempre do Estado.
Exatamente um ano depois, os fatos e os números mostram que estamos no caminho certo. O Ceará alcançou, em 2019, a maior redução de crimes contra a vida de todo o Brasil. Os homicídios caíram pela metade, no melhor resultado da década. A taxa por 100 mil habitantes, que chegou a ser de 56,9, em 2017, caiu para 24,7 em 2019. Em Fortaleza, onde o problema da violência era ainda maior, a queda foi mais significativa, saindo de 78,1 homicídios por 100 mil habitantes, em 2013, para 24,8 no ano passado.
E essa redução da violência se deu em praticamente todas as faixas e tipos de crimes. Em reportagem e editorial recentes desta Folha, foi destacado o grande número de meninas mortas entre 10 e 19 anos. O jornal usou dados de 2018, quando foram registrados 114 casos no Ceará. Importante informar que, no ano passado, esse número caiu para 43 casos, ou 62,3% de redução. Apesar dos avanços, tenho a consciência de que ainda são números muito altos, longe do que queremos e iremos buscar.
Ressalto que o Ceará é um dos estados mais transparentes na contabilização e divulgação desses dados. Aliás, sempre defendi a padronização dos levantamentos para todo o Brasil. Só se resolve um problema quando se tem a clareza da realidade.
Há muitos desafios pela frente e essa questão da violência, que é nacional, só será superada com o engajamento de todas as esferas de poder e da sociedade como um todo.
O Brasil precisa proteger suas fronteiras para frear a entrada de drogas e armas, que abastecem os grupos criminosos. E as leis devem ser endurecidas, para que a sensação de impunidade não estimule ainda mais os bandidos.
Mas esse desafio não será superado apenas com mais polícia, mais presídios ou mais leis —mas, principalmente, com mais investimento em educação e no combate às desigualdades sociais.
Uma das maiores ações de prevenção à violência que este país precisa fortalecer é a escola de tempo integral, onde a criança e o jovem passam o dia na escola, estudando, praticando esportes e aprendendo coisas novas e produtivas.
No Ceará, já temos uma em cada três escolas em tempo integral e avançaremos ainda mais nos próximos anos. Não por acaso nosso estado tem alcançado os melhores resultados da educação do país, ano após ano. No ensino fundamental, temos 82 escolas entre as 100 melhores, segundo o MEC. No ensino médio, estudo recente mostra que 55 dos 100 melhores resultados são do Ceará.
Precisamos avançar muito mais para que o Brasil tenha êxito nesse combate à violência e ao medo e nessa luta contra a criminalidade. Tenho certeza que podemos chegar lá.
Camilo Santana
Governador do Ceará

Namoradinha do Brasil de direita

Regina Duarte é convidada para Secretaria de Cultura e diz que responderá até amanhã

Atriz, conhecida por suas posições de direita, diz estar animada com possibilidade

A casa caiu


Opinião

Educação e desenvolvimento

Concordamos com a ideia de que a educação deve ser proporcionada a todos por constituir um direito e uma condição para o pleno desenvolvimento da pessoa humana. Além de constituir um direito, a educação também é um dos principais fatores, senão o mais importante, do desenvolvimento dos países. É fundamental que as nações entendam, em primeiro lugar, que a educação não constitui um gasto, mas um investimento. Em segundo lugar, é um investimento de longo prazo que deve expressar o compromisso de gerações e ser elevado a um projeto do Estado Democrático, para além das divergências partidárias das forças políticas que momentaneamente ocupam os papéis de governo e oposição, ou seja, a educação não deve ser um programa de Governo, mas de Estado. Ademais, deve-se buscar a articulação dos diversos atores sociais, somando esforços de governos, setores empresariais e trabalhistas, enfim, da sociedade em geral. Há uma evidente correlação entre os níveis educacionais, cognitivos e comportamentais, das populações e o desenvolvi mento dos países. Esse entendimento levou à adoção da educação como um dos fatores na construção do conhecido IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, que tem orientado as políticas públicas em vários países e constituído importante indicador de avaliação de seus acertos ou insuficiências. Resta, pois, o passo mais difícil — transformar a retórica em ações concretas e priorizar os investimentos no setor educacional, nas múltiplas dimensões do acesso, da equidade e da qualidade. Este será o caminho do desenvolvimento equilibrado, com distribuição de renda e participação de todos na riqueza das nações – o verdadeiro desenvolvimento humano. Devemos nos preocupar menos com a pobreza financeira e mais com a falta de educação. P.S. Segundo Kant: “É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade”.

Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC
Ex Governador do Ceará e meu amigo

Tá no Painel, da Folha


Auxiliares de Bolsonaro querem que Wajngarten afaste gestor de empresa, irmão de seu número 2 no governo


Homem ao mar Gerou incômodo em auxiliares de Jair Bolsonaro a forma como Fabio Wajngarten está agindo para se defender das revelações feitas pela Folha sobre sua conduta na Secretaria de Comunicação. A avaliação é que ele deve atuar de modo mais efetivo e poderia afastar Fabio Liberman, irmão de seu número 2 no governo, da gestão de sua empresa, a FW Comunicação. A leitura é que esse é um dos pontos frágeis da defesa do secretário, que vem alegando internamente não haver conflito de interesses.
Anéis e dedos Mesmo que Wajngarten tente defender seu passado, colegas no governo querem que ele tire da frente crises futuras. Se não foi ilegal o que ele fez, é pelo menos “imoral” e “pegou mal” a proximidade do secretário, que administra a publicidade oficial, com a gestão de sua empresa, que presta serviços a emissoras e agências.
Cólera Aliados do presidente dizem ainda que não ajuda a posição que ele tomou, ao afirmar que explodiram as pontes de comunicação da imprensa com o governo. Apesar disso, o próprio Bolsonaro mandou repórter da Folha “calar a boca” nesta quinta (16).
Cólera 2 Antes do desabafo na quarta (15), em que não deu esclarecimentos sobre o caso, Wajngarten consultou o presidente e recebeu sinal verde para se pronunciar.

TIROTEIO
Quando o servidor público sabe de um crime e não age, ele prevarica, e é isso que Jair Bolsonaro está fazendo
De Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, sobre a reação de Bolsonaro à revelação de possível conflito de interesses na gestão da Secom

O tempo mudou


Escola no Serviluz

Prefeito Roberto Cláudio assina ordens de serviço para construção de ETI e CEI no Serviluz

O prefeito Roberto Cláudio assina, nesta sexta-feira (17/01), às 9 horas, as ordens de serviço para construção da Escola de Tempo Integral (ETI) e do Centro de Educação Infantil (CEI) na comunidade do Serviluz. A iniciativa faz parte do Mais Ação, maior programa de investimentos na história da cidade de Fortaleza, e vai beneficiar mais de 600 crianças e jovens da região.
A Escola de Tempo Integral contará com investimento de R$ 8.767.993,63. Sua estrutura será composta de 12 salas de aulas temáticas, três laboratórios, biblioteca, cozinha, refeitório, auditório, diretoria, secretaria, coordenação pedagógica e coordenação de área, sala do professor diretor de turma, sala dos professores, pátio com projeto paisagístico, ginásio (com quadra poliesportiva coberta, arquibancadas e alambrados), vestiários e depósitos. A unidade deve atender 420 alunos, do 6º ao 9º ano.
Já o Centro de Educação Infantil, que terá investimento total R$ 3.069.676,97, contará com salas de aula, banheiros com acessibilidade, cozinha, refeitório, despensa, lavanderia com depósito para material de limpeza, fraldário, lactário, secretaria, coordenação, sala de professores, entre outros espaços. O projeto contempla, ainda, brinquedoteca (sala multiuso), área de lazer com playground e solarium. O CEI atenderá cerca de 200 crianças do Serviluz e adjacências.

Um olho no peixe, outro no gato


‘Waze da segurança’ estimula usuários a alertar sobre pessoas suspeitas

Uma pessoa em situação suspeita perambula pelos arredores de um condomínio privado. Passageiros de um carro parado parecem estudar os arredores de uma região comercial numa grande cidade. Uma moto com sujeitos mal encarados fica rodeando determinado bairro.
Reprodução
Para situações assim, uma consultoria de segurança gaúcha criou no ano passado o que poderia ser descrito como uma espécie de Waze do combate à criminalidade.
Chama-se Be On e segue a mesma lógica colaborativa do famoso aplicativo de trânsito, hoje item obrigatório para motoristas.
Basta baixar o aplicativo, cadastrar-se e atuar como uma espécie de agente informal de segurança. Ao presenciar uma situação que considere suspeita, o usuário dá um alerta para toda a rede.
Essa informação pode fazer com que os demais membros da comunidade evitem determinada área naquele momento. Policiais e forças de segurança que estejam conectados podem se dirigir ao local com mais presteza.
“Vivemos um mundo cada vez mais individualista, mas a segurança para funcionar tem de ser comunitária”, afirma Gustavo Caleffi, CEO da Be On e fundador de uma consultoria de segurança que concebeu o aplicativo.

“O cidadão sofre hoje o problema da segurança pública falida, em vários estados. Estamos entregando uma forma de ele se armar, com dados”, declara.
O aplicativo existe desde abril de 2018 e afirma ter cerca de 40 mil usuários em 420 cidades do Brasil. Possíveis ocorrência de crimes são o principal chamariz da ferramenta, mas também podem ser dados alertas em casos como acidentes de trânsito, urgências hospitalares ou crianças perdidas, por exemplo.
Segundo Caleffi, o serviço está disponível para todas as forças de segurança do país, mas poucas estariam propensas a formalizar algum tipo de acordo com o aplicativo, para não serem cobradas por alertas que não consigam atender. Preferem o uso informal das informações.
Ele diz que teve reuniões com o secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, general Guilherme Theophilo, e com representantes estaduais da área para discutir a plataforma.
O modelo de segurança colaborativa é inovador, mas também levanta uma série de questões legais e de respeito a direitos civis.
A mais óbvia delas é a possibilidade de se criar uma cultura de alertas despropositados, afetando sobretudo cidadãos pobres e negros, que estão apenas passando por um local sem a menor intenção de cometer um crime.
Caleffi diz que, para minimizar esse tipo de situação, o aplicativo tem um dispositivo de reconhecimento facial que borra o rosto da pessoa em questão, caso seja tirada e compartilhada uma foto.

“Ninguém é exposto. No máximo você vai expor uma vestimenta, mas não a face”, diz ele, que afirma ter tido reuniões sobre o aplicativo com representantes do Ministério Público e do Judiciário.
Outra questão é o uso dos dados. O Be On não cobra nada de quem usa o aplicativo, mas a partir de 2020 venderá serviços para quem queira, a partir dos alertas emitidos, traçar um mapa da criminalidade de sua região.
Os pacotes mensais variam de R$ 9,90 para uma unidade (um restaurante, por exemplo) a R$ 299, 90 para 50 unidades (como um condomínio, hipoteticamente).

A partir de agosto do ano que vem, no entanto, entra em vigor a nova Lei Geral de Proteção de Dados, que veda o uso comercial, sem permissão, de dados pessoais.
O proprietário da empresa nega que sua estratégia comercial viole a legislação.
“As únicas informações que pegamos do usuário são seu nome e telefone. Não estamos vendendo nenhum dado pessoal, apenas as estatísticas de alerta”, afirma.
Por fim, não seria esse um sistema que agirá à margem do Estado, sem estar submetido a regras de controle da atividade policial, por exemplo?
Caleffi afirma que a ideia não é substituir a polícia ou o Estado, mas ser um mecanismo complementar na área da segurança.

Dá como evidência disso sua própria posição pessoal, de defesa da polícia e de críticas a concepções progressistas de segurança.
Em um artigo no site da sua empresa com o título “Por que estão matando nossos heróis?”, ele afirma, por exemplo: “Enquanto tivermos pessoas tentando defender os direitos dos delinquentes com mais afinco do que os de pessoas que seguem as leis (normalmente vítimas) e fazem com que as mesmas sejam cumpridas (nossos heroicos policiais), sempre teremos essa distorção criada em nosso país”.
Para Caleffi, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) trouxe uma nova preocupação com a questão da segurança.
“Temos uma mudança de governo e uma redução dos índices de criminalidade nos últimos meses, o que demonstra que existe uma preocupação maior hoje com a segurança pública”, afirma.
“O Brasil chegou a um nível insuportável de criminalidade. O brasileiro não estava conseguindo sair de casa para trabalhar”, completa, justificando o que o fez criar o aplicativo.
Fonte: Folhapress

Capa do jornal OEstadoCe