Governo volta a propor troca imediata do gramado da Arena Castelão; Clubes não aceitam

Grupo de trabalho será criado para apontar
alternativas, incluindo a realização de jogos de menor porte no estádio
Presidente Vargas (PV)
O Governo do Ceará, representado pelo secretário de Esportes, Rogério
Pinheiro, e pelo superintendente de Obras Públicas, Quintino Vieira,
realizou nesta quinta-feira (9) reunião com representantes do futebol
cearense para apresentar proposta definitiva para resolver a situação do
gramado da Arena Castelão. Participaram o presidente do Fortaleza
Esporte Clube, Marcelo Paz; os diretores de Patrimônio, Afonso Lobo, e
de Promoções e Atividades Sociais, Veridiano Pinheiro, do Ceará Sporting
Club; o presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro
Carmelio, e o coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor do
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), Antônio Edvando Elias de
França.
Como ocorreu na última reunião entre as partes, ao fim de 2021, o
Governo propôs o início imediato da troca total do gramado. E,
novamente, teve a intervenção negada pelos dois clubes cearenses e a
FCF. Ressaltando estarem cientes de que a intensa agenda de futebol no
Castelão impede a recuperação do gramado, eles solicitaram que as obras
sejam realizadas apenas a partir de novembro, ao fim da temporada.
“Mais uma vez deixamos claro que o Governo do Estado está pronto para
fazer a manutenção do seu gramado, através da Superintendência de Obras
Públicas (SOP). Já temos uma licitação concluída, com empresa pronta
para começar de imediato a substituição do gramado. Os clubes e a FCF
pediram para que essa troca só ocorresse ao fim da temporada 2022,
previsto para o dia 16 de novembro. Levaremos as informações e o pedido
dos clubes para que a governadora Izolda Cela avalie a melhor solução”,
explicou o titular da Sejuv.
A Arena Castelão é o estádio mais utilizado do Brasil, com 38 jogos
já realizados em 2022 e projeção pelo menos mais 34 partidas até
novembro. O gramado sofre com a utilização extrema, com uma média de um
jogo a cada cinco dias. A intensidade da quadra chuvosa também pesa na
rotina de manutenção do campo de jogo. “Para a substituição total do
gramado e resolver de vez essa situação, precisamos de 60 a 90 dias de
paralisação das atividades”, ressaltou Quintino Vieira.

Para o representante do MPCE, uma das saídas é dar um descanso maior
ao gramado, levando jogos de menor projeção de público para o estádio
Presidente Vargas (PV). “Atualmente, a capacidade do PV está autorizada
para 10 mil pessoas, mas, em no máximo duas semanas, teremos a
capacidade máxima de pouco mais de 20 mil espectadores. Como medida
paliativa, o PV pode receber jogos de menor porte”, pontuou Edvando
Elias, que deverá compor um grupo de trabalho para avaliar alternativas.
Tanto o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, e quanto o
representante do Ceará, Veridiano Pinheiro, não aceitaram a troca do
gramado proposta para começar no próximo dia 13.
“O equipamento tem uma dificuldade pelo tempo de plantio, é o gramado
que tem mais jogo no Brasil, isso é inegável, as chuvas pesam, e
ninguém quer criar problema. Mas nós não podemos parar, não tem como
parar”, afirmou o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.
“Estamos cientes das dificuldades, e estamos sempre aqui tentando de
alguma forma colaborar, mas não podemos fechar o estádio, e concordamos
com o que o presidente do Fortaleza colocou”, disse o diretor de
operações do Ceará, Veridiano Pinheiro.
A posição foi corroborada por Mauro Carmelio. “Tenho um carinho
histórico pelo Castelão, e sei do resgate atual, pela grande utilização
do campo, mas faço um apelo ao Governo do Ceará, que não feche agora a
Arena Castelão, que segure até o fim da temporada de 2022”, solicitou
Mauro Camelio, presidente da FCF.
Todos ressaltaram que o Governo do Ceará não pode ser
responsabilizado pela situação. Eles defenderam a necessidade de manter o
estádio em funcionamento, apesar da necessidade de correção do gramado,
e apontaram que a única solução no momento é procurar meios de
viabilizar melhor a manutenção entre os jogos. Os representantes dos
clubes se colocaram à disposição para investir em formato de parceria
com o Governo do Ceará.