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Bom dia

 

Mês da Mulher
No Clássico-Rei, Governo do Ceará apresenta campanha e lança Comitê de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Combate ao Feminicídio

Com o propósito de acessar ambientes historicamente masculinos, o Governo do Ceará lançou, neste domingo (5), durante o Clássico-Rei na Arena Castelão, o Comitê Estadual Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Combate ao Feminicídio durante o primeiro ato da campanha #EuTôNaDefesa.

O jogo entre Ceará e Fortaleza pela 6ª rodada da Copa do Nordeste, marcou a volta das duas maiores torcidas do estado ao maior equipamento esportivo estadual. “As escalações dos times foram divulgadas com todos os jogadores na defesa, na defesa das mulheres. No mês de março é importante que possamos divulgar ações assim, porque o que todas nós mulheres queremos é respeito”, pontuou a vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero, em coletiva de imprensa na Arena Castelão.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas,  ressaltou a importância da ação. “Lutamos para que o estádio seja um ambiente cada vez mais acolhedor para as mulheres e para enfrentar as terríveis estatísticas que relacionam o aumento da violência doméstica às rodadas de futebol”, publicou em suas redes sociais.

Comitê de Enfrentamento ao Feminicídio

Na coletiva, a vice-governadora Jade Romero também anunciou a criação do Comitê Estadual Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Combate ao Feminicídio, que será um órgão deliberativo, formado por representantes do poder público e da sociedade civil. O Comitê atuará a partir do acompanhamento e monitoramento dos casos no Ceará.

“Por determinação do governador Elmano, nós vamos criar esse comitê. Vamos convidar Assembleia Legislativa, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Defensoria Pública para atuar juntos nisso”, detalhou.

Pelo Poder Executivo, a composição terá representantes da Casa Civil, Vice-Governadoria, Secretarias da Segurança Pública e Defesa Social e suas vinculadas (Polícia Militar, Polícia Civil, Pefoce e Supesp); das Mulheres; e Direitos Humanos.

Serão realizadas reuniões mensais com todos os órgãos para avaliação dos resultados e identificação de problemas, desde a fase de inquérito até o julgamento.


#EuTônaDefesa

Para levar ao público a mensagem, os jogadores alvinegros e tricolores entraram em campo carregando uma faixa com os dizeres “Vamos jogar juntos na defesa. Diga não à violência contra a mulher”. Na camisa, o número 180, que acolhe denúncias, e no habitual espaço para nome, #EuTôNaDefesa. Durante o jogo, o capitão de cada equipe permaneceu com a braçadeira lilás com o número 180 grafado.

Arlene Magalhães, torcedora do Ceará e mãe de duas meninas, foi ao estádio, neste domingo (5), com as filhas e o marido, e ficou muito satisfeita em ver uma ação assim entrando em um ambiente que está cada vez mais tomado por mulheres. “Primeiro, como mãe de duas meninas, eu quero que todos os homens respeitem as mulheres. Porque a gente tem que viver em uma sociedade sabendo que podemos contar com o homens também para nos sentirmos seguras em qualquer lugar que queiramos estar”, comentou.

Solange Gonçalves, que foi ao estádio torcer pelo Fortaleza, também aprovou a iniciativa. “Esse tema é muito importante, e cada vez tem se estendido. E é de grande valia, porque dentro de estádio já ocorreram vários tipos de violência. Então, esse tema, inclusive tem que se pautar mais em qualquer jogo e qualquer lugar, nessa forma de conscientizar”, concluiu.

Presentes durante o ato, os representantes dos times pontuaram a importância da ação.

“Essa é uma ação muito importante para a sociedade. Nós não podemos conviver com a agressão, com o crime, porque a sociedade em si precisa ter consciência que civilidade tem que estar em primeiro lugar. Gostaria de afirmar que o Ceará participará, incondicionalmente, de ações assim propostas pelo Governo do Estado”, pontuou Raimundo Pinheiro, representante do Ceará.

O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, também reforçou a importância da participação dos times para dialogar com as torcidas. “É muito bom quando clubes trabalham em harmonia em prol de uma ação, gera uma maior sensibilização. Um trabalho como esse não tem cor, não tem escudo, não tem lado. Tem que ser de todo mundo, e no estádio, infelizmente, tem coisas que são totalmente condenáveis e não podemos achar que é normal. O futebol não pode ser vetor para isso”.

Contra o Covid 19

 

Neste domingo ( 05), a Prefeitura de Fortaleza ofertará a vacinação de rotina e Covid-19, no posto de saúde Paulo Marcelo (R. Vinte e Cinco de Março, 607 – Centro) e Messejana (Rua Coronel Guilherme Alencar, s/n – Messejana).

O uso de mascará é obrigatório nas unidades de saúde, conforme Decreto nº 15.470 de 19 de novembro de 2022. O atendimento ocorre mediante a capacidade máxima dos equipamentos.

Quem pode se vacinar

1° dose: crianças a partir de 6 meses
2° dose: conferir no cartão de vacinação o prazo definido para sua aplicação
3° dose: crianças a partir de 6 meses, crianças de 3 e 4 anos que receberam CoronaVac no esquema primário e pessoas acima de 12 anos que receberam a segunda dose há quatro meses
4° dose: pessoas acima de 18 anos que receberam a terceira dose há quatro meses
Bivalente: população imunossuprimida e idosos a partir de 70 anos de idade. Fortalezenses acima de 12 anos que vivem em instituições de longa permanência.

Documentos necessários

Adultos e adolescentes: documentos originais de identidade (com foto), CPF, Cartão Nacional de Saúde (CNS) e comprovante de residência atualizado. No caso de segunda dose, levar também o cartão de vacinação. Os adolescentes que não possuem RG poderão levar a certidão de nascimento junto a um documento com foto, que pode ser o bilhete único ou a carteira estudantil.
Imunossuprimidos: devem levar a documentação que comprove a imunossupressão.

Crianças: apresentar o número do Cartão Nacional de Saúde (CNS) e documento oficial de identificação da criança que pode ser a certidão de nascimento, carteira de identidade ou passaporte. Também será necessário apresentar comprovante de residência atualizado e um documento original com foto do responsável pela criança no momento da aplicação.

Síndrome gripal

Pessoas com covid-19 só devem receber a vacina 30 dias após o início dos sintomas ou do resultado positivo em casos de assintomáticos. Em casos negativos para o coronavírus, mas com quadro de síndrome gripal, o recebimento da vacina deve ocorrer após 48 horas do desaparecimento dos sintomas.

+Atendimento neste sábado e domingo (04 e 05/03)

O atendimento ocorre mediante a capacidade máxima de cada equipamento

PRIMEIRA A QUARTA DOSE

Locais: Postos de Saúde Paulo Marcelo e Messejana
Públicos: população acima de 6 meses

+Vacinas disponíveis:

  • D1, D2 e D3 Pfizer baby (6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias)
  • D2 e D3 Pfizer pediátrica
  • D2 Pfizer adulto
  • D2 CoronavacV
  • D1 e D2 Astrazeneca
  • D3 e D4 (serão realizados com o imunobiológico disponível)
  • Bivalente

O dia

 


Semana nova, cheinha de esperança, pra quem acredita. Tem expectativas pra quem não fica doido, seguindo a mentirada que as tais redes botam fé nos bestas que acreditam na primeira versão de qualquer coisa. Nada, nadica de nada, acredite sem testar a primeira versão. Na primeira é como confiar no bandido que pede dinheiro, oferece grandes lucros, juras de amor eterno por parte de quem diz que vem ai 15o. salário pra aposentado. Não acredite que vai chover bem pouquim ou mais ou menos. PODE TER CHUVA ESCONDIDA além do céu que cê tá vendo. O domingo é o domingo e mesmo sendo o primeiro dia da semana ainda é folga pra muita gente,então cuidado, porque galinha do olho torto procura o poleiro cedo, ensina o povaréu. Entendeu? O fruto sempre cai perto do pé.

Comida no prato

 

Programa Mais Nutrição combate a fome no Ceará promovendo alimentação saudável para cerca de 30 mil pessoas

Já foram doados mais de 2.800 toneladas de alimentos a cearenses em extrema vulnerabilidade social
 

Com o objetivo de combater a fome e garantir alimentação saudável às pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social, o Programa Mais Nutrição, vinculado à Secretaria de Proteção Social (SPS), por meio do Programa Mais Infância Ceará, tem tido um impacto direto na vida de cerca de 30 mil cearenses vinculados às 134 entidades beneficentes vinculadas ao programa.

Batuques de capoeira e risada de criança, essa é a trilha sonora que rege uma das entidades beneficiadas pela iniciativa, a Associação Nossa Casa Mãe África (ANCMA). Localizada no bairro Granja Portugal, no território do Grande Bom Jardim, em Fortaleza, o local acolhe crianças e adolescentes em um espaço, que mais parece uma casa de vó, cheio de amor e carinho, por meio da arte e do esporte.

“Aqui, nós fazemos um trabalho muito árduo, principalmente porque, em 15 anos, nunca perdemos uma criança”, destaca Sislaine Simões, fundadora e diretora da ANCMA. “Todas elas, nós encaminhamos para oportunidades, e hoje, as primeiras já trazem os filhos. Somos exigentes porque nós procuramos tocar eles em vários âmbitos, desde boletim, passando pela alimentação e até checando o cartão de vacina”, completou a diretora.

Residente de um território com um dos com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da Capital, a pequena Clara é uma das crianças acolhidas pela associação. Frequentando aulas de capoeira junto ao irmão mais novo e com a mãe ajudando nos trabalhos da associação quando tem oportunidade, a garota se sente abraçada no local.

“Aqui é muito bom, eu gosto muito de vir pra cá. A gente brinca, faz capoeira e come muita coisa gostosa. A gente tem suco, tem fruta, muita coisa boa pra comer. A minha fruta favorita é a melancia. É muito bom tá aqui, às vezes tem até um bolinho pra gente”, ressalta a garota. Inclusive, Clara comemorou ter a sua fruta favorita para lanchar no intervalo da aula de capoeira daquela tarde.

Para Carlos Veneranda, coordenador executivo da associação e co-fundador do local, o Programa Mais Nutrição dá às crianças vinculadas ao projeto a oportunidade de algo que nem sempre tem em casa: uma alimentação saudável.

“Nós estamos aqui no território do Grande Bom Jardim convivendo com diversas diferenças, convivendo com as crianças e as famílias, e trazendo para eles a mudança através do esporte, lazer e cultura. Dentro disso, nós temos um prazer muito grande de ter melhorado o dia deles através da refeição. E, em 2019, fomos agraciados com o Mais Nutrição e, a partir daí, conseguimos oferecer melhores alimentos a eles, porque antes disso era só coisa industrializada”, pontua o diretor executivo ANCMA.

“Isso contribuiu muito para que eles tivessem uma vida melhor em termo de alimentação, eles adoram. E nós fazemos esse acompanhamento de perto, porque teve gente que melhorou o peso, melhorando essa situação da saúde. É importante tratar a alimentação com a devida importância, de forma correta”, destaca Carlos Veneranda. O local oferece aulas de coral, capoeira, circo-teatro, desenho e violão.

Impacto

No ano que completa quatro anos de atuação, e com exemplos tão visíveis do seu impacto na política de segurança alimentar e nutricional do Governo do Ceará, a secretária da SPS e idealizadora do programa, Onélia Santana, deixa claro o seu orgulho por ter impactado tantas vidas em pouco tempo.

“Nós sabemos da necessidade das crianças, das pessoas do nosso Estado terem alimentos nutritivos, importantes para o bom  desenvolvimento”, pontua a secretária. “Estamos no Brasil que vive uma crise econômica, e nós sabemos o quanto sofremos durante a pandemia, crise sanitária, crise política, crise institucional, desemprego, falta de renda, e tudo isso levou as pessoas a passarem fome. Terem suas necessidades biológicas, de se alimentar, de poder se alimentar bem, nutritivamente, tiradas de si. E isso [o Mais Nutrição], claro, veio em boa hora para acolher, para estar junto, da melhor forma possível, dessas famílias”, completa.

Desde a inauguração, em junho de 2019, quando Onélia ainda era primeira-dama, até hoje, a ação do Programa Mais Infância Ceará já distribuiu mais de 2.800 toneladas de alimentos (2.804.717,90). Uma parte desses alimentos doados vão parar, a cada 15 dias, nas mesas do refeitório da Frente De Assistência À Criança Carente (FAAC), situada no bairro São João do Tauape, em Fortaleza.

Bolo de laranja, salada de fruta, vitamina de abacate e suco de frutas são só algumas das refeições produzidas na cozinha da entidade para as mais de 100 crianças que frequentam o local, nos horários do contraturno da escola. No local, são produzidas, pelo menos, duas refeições para as crianças. Uma para a turma da manhã, e outra para a turma da tarde.

“Nós sobrevivemos de doações, e os nossos cardápios vão se ajustando a elas. Então, o Mais Nutrição tem um diferencial muito grande, que é essa seleção saudável que é feita por técnicos, que a gente percebe na nossa rotina. O fato da gente propiciar para os meninos uma alimentação mais natural é de grande impacto”, destaca Mauricélia Lemos, assistente administrativa da entidade.

Uma das crianças impactadas pelo projeto é o Filipe Moreira, 12, que vai à instituição diariamente ter aulas de reforço e encontrar os colegas, que já se tornaram uma segunda família. “Eu me sinto muito bem aqui na instituição, principalmente por causa dos lanches. Hoje, foi bolo de cenoura com suco de laranja, ontem foi melancia e melão. Eu acho muito importante isso, porque assim temos uma vida muito mais saudável”, afirma.

São oferecidas aulas de arte-educação, esportes como judô e muay thai, apoio pedagógico e formação humana para crianças das comunidades do Lagamar, São João do Tauape e Pio XII. Amanda Brito, diretora fiscal da FAAC, descreve a importância do programa para a instituição como “essencial” para manter o funcionamento da entidade.

“Nós ajudamos crianças carentes e aqui elas têm acesso a alimentação, que se tornou essencial, porque agora é uma alimentação mais saudável e, com isso, acaba influenciando tanto nas crianças quanto nas famílias”, pontua Amanda Brito. “Durante a pandemia, a FAAC passou por algumas dificuldades, e as famílias também. Porque as famílias e as crianças contam muito com essa alimentação que eles fazem aqui”.


Como funciona o Mais Nutrição

A secretária Onélia Santana destaca que, para além do combate à fome com a alimentação saudável, uma das principais premissas do programa Mais Nutrição é o combate ao desperdício de alimentos.

“Observei a Ceasa e, na época, eu ainda era a primeira-dama do Estado, e vi que tinham muitos desperdícios. Inclusive, com pesquisas mostrando a quantidade de toneladas que eram desperdiçadas. E então, eu pensei sobre o que era necessário para combater esse desperdício e alimentar pessoas. Construindo uma fábrica Mais Nutrição”, relembra Onélia, que foi a partir dessa observação que a ação foi pensada e colocada em prática. Existem duas fábricas do Mais Nutrição no Estado, uma em Maracanaú e outra em Barbalha, que funcionam em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA).

A iniciativa mantém um banco de alimentos “in natura” – frutas e legumes – que seriam desperdiçados pelos comerciantes da Ceasa, por falta de demanda ou condições estéticas, mas que permanecem adequados ao consumo humano e contém suas características nutricionais preservadas. Além disso, também produz polpas de frutas e o mix de legumes desidratados para a transformação em sopa. Dentre os legumes, estão mandioca, cenoura, batata, abóbora e beterraba.

“Tudo começa nas Ceasas [de Maracanaú e do Cariri], e então, a gente pega, passa por uma seleção criteriosa, higieniza, tudo direitinho e retorna para as entidades”, ressalta a coordenadora de Célula de Segurança Alimentar e Nutricional da SPS, Regina Praciano.

A fabricação conta com a doação mensal de 600kg de macarrão do Grupo M. Dias Branco. O mix tem ampla capacidade de atendimento, por ser de fácil e rápido preparo (um quilo de sopa prepara 40 porções) e de prazo de um ano de validade para consumo.

Para ser beneficiado pela iniciativa, as entidades se inscrevem a partir de editais abertos pela SPS, já depois de serem selecionadas continuam recebendo orientação da Célula de Segurança Alimentar e Nutricional, como explica Regina Praciano. “Para selecionar essas entidades que serão beneficiadas, a gente lança um edital, mas para além do edital, nós também fazemos um trabalho de capacitação, acompanhamento. Toda a parte de ver o ganho daquela alimentação, como está contribuindo para essas crianças e adolescentes que estão sendo beneficiadas”, explica.

Além dos alimentos doados, o Mais Nutrição já distribuiu mais de 68 mil cestas básicas em todo o Estado, para milhares de cearenses em situação de vulnerabilidade social entre os anos de 2020 e 2021. Cada cesta básica beneficia uma família de até cinco pessoas e possui mantimentos básicos, como arroz, feijão, macarrão, açúcar, leite em pó, farinha de mandioca, óleo, entre outros.

A ação, que já beneficiou cerca de 404 mil pessoas, tem o objetivo de reduzir os efeitos negativos causados pela pandemia.


Ceará sem Fome

O Programa Ceará Sem Fome, considerado a prioridade máxima da atual gestão, sancionado em fevereiro deste ano, contará com o reforço dos programas já existentes e uma atuação coordenada e concorrente de diversos órgãos e entidades estaduais, com participação da sociedade civil.

É por causa do sucesso dos programas Mais Nutrição e Mais Infância Ceará, que está sendo usado de exemplo para uma iniciativa em âmbito nacional, que a secretária Onélia Santana defende o reforço de políticas públicas em benefício dos mais vulneráveis, como o programa Ceará Sem Fome.

“Nós temos um recorte, são as famílias que estão na extrema vulnerabilidade, são essas famílias que estamos focando com essas políticas públicas. Então, quanto mais políticas chegarem a essas famílias, elas terão mais dignidade, mais vida saudável, vão ter com certeza um futuro promissor. Essa é nossa missão, de olhar, de estarmos atentos a essas famílias”, finaliza.

A SPS é uma das responsáveis pela implantação das ações da iniciativa de combate à fome, como a distribuição de um cartão alimentação que avaliará os seguintes critérios: famílias cadastradas no CadÚnico que atendem às normas de entrada no Bolsa Família, mas que estão em fila de espera; famílias que mesmo recebendo o benefício possuem renda insuficiente para alimentação ou com rendimento per capita com transferência de até R$ 168; famílias chefiadas por mulheres com baixa escolaridade ou com criança e adolescente de até 14 anos. A estimativa é que, ao todo, 86 mil famílias sejam beneficiadas em todo o estado.

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Bispo tem a vida ameaçada(Está no 247)

Decisão burocrática de Silvio Almeida ameaça a vida de Adélio Bispo

Advogados pediram que o ministro dos Direitos Humanos verificasse denúncia de abuso contra Adélio, mas Sílvio Almeida encaminhou caso para outro órgão

www.brasil247.com - Adélio, a irmã Maria das Graças e os advogados Edna e Alfredo: primeira visita
Adélio, a irmã Maria das Graças e os advogados Edna e Alfredo: primeira visita (Foto: Rede social, divulgação e Joaquim de Carvalho)



A situação de Adélio Bispo de Oliveira no presídio federal (segurança máxima) de Campo Grande está cada vez mais obscura, e o pedido dos advogados de uma irmã dele para verificação das condições de encarceramento não foi atendido pelo ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida.

Nesta sexta-feira (03/03), Maria das Graças Souza Oliveira, irmã de Adélio, esteve na Defensoria Pública da União em Montes Claros para fazer uma visita virtual, agendada há mais de um mês. Mas a visita não foi realizada porque o Departamento Penitenciário (Depen), do Ministério da Justiça, não enviou à Defensoria o código de acesso para a videoconferência.

Quando faltavam cinco minutos para o final do tempo estipulado para a visita, o Depen enviou o código, mas informou que teria que fazer outro agendamento, já que não havia mais tempo para o contato entre Maria das Graças e Adélio. Com isso, Maria das Graças teve que voltar para casa sem falar com o irmão, e agora não sabe quando outra visita será agendada.

Esse é outro absurdo entre tantos que cercam o caso de Adélio Bispo de Oliveira, que cumpre medida de segurança em presídio por ter confessado que esfaqueou Bolsonaro. O primeiro absurdo ocorreu quando o advogado Zanone Júnior, que o procurou para assumir sua defesa, em 7 de setembro de 2018, pediu providências que até um leigo entende ser contra o interesse do cliente.

Zanone solicitou que o caso fosse julgado pela Lei de Segurança Nacional (vigente na época) e, com isso, permanecesse na Justiça Federal (e não Estadual, para onde o caso iria se o enquadramento fosse por tentativa de homicídio). Além disso, pleiteou sua transferência para um presídio federal em outro estado (longe da família) e abriu incidente de insanidade mental. O Ministério Público Federal em Juiz de Fora concordou, e o titular da 3a. Vara Federal no município, Bruno Savino, aceitou.

Em 2019, depois que o próprio Zanone apresentou um laudo que considerava Adélio portador de transtorno mental, uma junta médica o examinou, e disse que se tratava de um caso de "personalidade paranoide". Mas os agentes penitenciários informaram que ali ele não estava tomando remédio. No mesmo ano de 2019, em carta de próprio punho à Defensoria Pública da União, Adélio pediu ajuda. Queria o afastamento do advogado, em quem não confiava, e que o caso fosse assumido por um defensor público da União. A essa altura, o caso já havia sido julgado, e Adélio foi sentenciado a cumprir medida de segurança até que fosse reavaliado por médicos e considerado apto a voltar ao convívio social.

Em 2020, mesmo inimputável, foi punido por indisciplina, por ter se recusado a se submeter à revista antes do banho de sol, em que teria que tirar a roupa e se abaixar. Passou quinze dias na solitária, mas a Defensoria reagiu e entrou com mandado de segurança. Se ele é inimputável, não pode receber punição por não cumprir normas do presídio, denunciou um defensor público.

Alguns meses depois, a Justiça Federal em Campo Grande concordou com a Defensoria, que entrou com outra medida: a transferência de Adélio para um hospital psiquiátrico. A Justiça Federal em Campo Grande concordou, mas o titular da 3a. Vara Federal em Juiz de Fora se opôs. 

Estabeleceu-se um conflito de competência, que foi parar no Supremo Tribunal Federal. Por sorteio, o caso foi para o ministro Kássio Nunes (nomeado por Bolsonaro), que liminarmente decidiu que Adélio, embora doente mental, poderia continuar no presídio federal em Campo Grande.

Em julho do ano passado, Adélio voltou a ser avaliado por uma junta psiquiátrica. Os três médicos disseram que ele não poderia voltar ao convívio social, mas acrescentaram que era necessária sua transferência para um hospital, já que o quadro de saúde dele tende a se agravar. Um dos médicos aventou até a possibilidade de desenvolvimento de esquizofrenia.

Adélio já não é mais defendido por Zanone Júnior, mas ele continua no processo, como curador nomeado pelo juiz Bruno Savino, de Juiz de Fora. No final do ano passado, a irmã de Adélio, que ajudou a criá-lo, entrou na Justiça para assumir sua curatela, afastando definitivamente Zanone.

Mas a Justiça Estadual em Montes Claros se julgou incompetente para o julgamento, e remeteu o processo para Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde nenhuma decisão foi tomada, apesar da urgência.

Ao mesmo tempo, depois do laudo psiquiátrico de julho do ano passado, a Defensoria Pública em Campo Grande pediu que a Justiça Federal atenda à recomendação dos médicos e transfira Adélio para um hospital psiquiátrico. O pedido foi feito no início de fevereiro e, apesar da urgência, não foi analisado.

Esta semana, o 247 procurou o juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, que recebeu o pedido de transferência. O diretor do cartório disse que o processo é sigiloso e nos remeteu para a assessoria de imprensa do Tribunal Regional da 3a. Região, que respondeu protocolarmente que providenciaria a resposta, mas até agora nada.

Resposta protocolar também foi dada pela assessoria do Ministério dos Direitos Humanos quando procurado pelos advogados da irmã de Adélio, Edna Teixeira e Alfredo Marques. Diante de tantos absurdos no caso, Edna e Alfredo entendem que o caso não é apenas jurídico, mas político, daí a necessidade de ação do Ministério dos Direitos Humanos, na visão deles.

Um ofício foi encaminhado para a pasta recriada no governo Lula. "(o ofício) foi direto para o gabinete do ministro Sílvio Almeida. Eu fui pessoalmente para ele me atender. E a assessora de comunicação dele, que atende ali, me disse: 'Eu vou passar para ele'. Ele, pelo que eu vi, não parou para ler. Claro que ele olhou. Ele abriu e estava dito ali (que era referente ao Adélio) e disse: 'encaminha aí para a Ouvidoria.' Eu suponho que tenha sido feito assim. Porque ela (a assessora) me disse: ele vai lhe receber. Se não tiver a reunião e você já tiver viajado (Edna mora em Fortaleza), a gente faz uma reunião virtual, você, o advogado e o ouvidor (além do ministro). Mas não houve essa reunião", contou.

"Eu passei dezessete dias em Brasília. Ligava para eles lá, me atendiam super bem. Mas é aquela coisa: recebe bem, mas não atende. O que fizeram? Encaminharam para a Agência Estadual do Sistema Penitenciário (Mato Grosso do Sul). Foi o que fizeram (depois da análise da Ouvidoria). Para Alfredo Marques, "expuseram ainda mais o Adélio. Para o algoz dele, avisaram que a gente está tomando procedimento. Ele (Sílvio Almeida) devia ter tomado procedimento para chegar lá de surpresa: 'Quero verificar as condições de encarceramento do Adélio'".

Com a experiência que tem, inclusive como ex-diretora de fórum, Edna Teixeira diz que o caminho correto era outro. 

"Quantas vezes a OAB não faz isso? O Ministério tem poder. Nós estamos no governo Lula. E a gente fica pensando: 'Será que eles têm medo de ir lá e acusarem o PT de que o PT tem interesse porque o PT mandou ele (Adélio) fazer isso (o que já foi afastado pelo inquérito da Polícia Federal, durante investigação sob o governo Bolsonaro). Eu entendo que o Ministério dos Direitos Humanos tem que agir independentemente do que a oposição vai fazer. O que a oposição vai dizer a gente pode contrapor e provar que não tem fundamento. Tem condição de provar que nosso interesse é outro", diz Edna.

Alfredo, que tem histórico da defesa contra a violação de direitos humanos, ficou indignado com o que considera omissão do Ministério dos Direitos Humanos. 

"Nós denunciamos perante o Ministério dos Direitos Humanos um absurdo, um crime, praticado contra um negro, contra um pobre, contra um periférico, um semianalfabeto, um alucinado, uma pessoa insana, confinado há quatro anos e quase seis meses, aprisionado em cela de segurança máxima. Uma pessoa que é doente mental, a Justiça diz que é doente mental, e está confirmado há quase quatro anos e meio, está confinado sem direito a medicamento, trancado numa cela sozinho, parte desse período prisional ele passou sem falar com ninguém, está tudo documentado. E eu pergunto: que tratamento é esse que se dá a um insano? Trancado em uma cela, sem falar com ninguém, e sem medicamento", afirmou.

E o complementou: "E o Ministério dos Direitos Humanos age diante de um caso como esse fazendo despachos protocolares? O que é isso? Nós pedimos e invocamos ao ministro Sílvio Almeida que ele atraísse para si a competência e convocasse na esfera de atuação do ministério uma série de ações que são razoabilíssimas para um Estado que quer ser democrático."

Alfredo se revolta com o que considera "absurdo". "Para um crime de tentativa de homicídio, que seria o enquadramento no caso de Adélio não ser insano, não existe pena em que a pessoa fique quatro e meio trancado em uma solitária. Se ele não era louco, vai ficar louco, com contribuição do juiz que assina uma loucura dessas. (...) Estamos apontando o dedo. É o Estado brasileiro a cometer um crime contra um cidadão. E um cidadão que tem uma anomalia, uma anomalia que precisaria ter tratamento, precisaria ter medicamento, acompanhamento. E aí o que o estado bolsonarista fez está sendo seguido pelo governo do Lula. Fazendo o quê? Fingindo que a pessoa não existe. Eu sei que se julga aí do ponto de vista jurídico, mas se julga muito mais do ponto de vista político. E esse (erro) não pode acontecer agora. Acobertar ou ignorar os atos do (governo) antecedente não tem justificativa. Pedimos que o ministro dos Direitos Humanos oficiasse o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advocacia Geral da União, a Procuradoria Geral da República, a Associação Brasileira de Psiquiatria, a Ordem dos Advogados do Brasil, a ABI, a imprensa de um modo geral, a todos para acompanharem a situação fática do Adélio face o encarceramento dele em Campo Grande", afirmou Alfredo. "E não vimos nada acontecer", concluiu. 

Alfredo lembrou ainda que o "Estado brasileiro não pode trancar alguém na cadeia e jogar a chave da cadeia fora. Qual é o tempo que o Estado brasileiro precisa para se satisfazer da perseguição a um desafeto? Não tem outro termo."

Depois de não conseguir fazer a visita virtual ao irmão, Maria das Graças, que é chamada na família de Lia, voltou para sua casa de tijolo aparente na periferia de Montes Claros. Ela disse que os demais irmãos estavam ansiosos por notícias de Adélio, que eles chamam de Tuco, mas não teria nada a dizer. Agora não sabe quando voltará a falar com ele. "Não acredito em nada do que disseram sobre ele nesse caso lá de Juiz de Fora. Ele só se abrirá se puder conversar com alguém da família. E o que nós queremos é que ele fique bem. Quando vão deixá-lo sair de lá? Só quando morrer?", indagou. "Ele tem família, e eu não vou desistir".